segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Devaneios cruzadísticos - Joaquim Pessoa

"Os Dias da Serpente" é o livro de poesia do poeta português Joaquim Pessoa, pedido com a resolução do passatempo do mês de Agosto.


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Respostas de: Aleme; Anjerod; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita; Baby; Caba; Corsário; El-Nunes; Elvira Silva; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Lurdes Polido; Mafirevi; Magno; Manuel Carrancha; Mister Miguel; Olidino; Osair Kiesling; Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Salete Saraiva e Virgílio Atalaya.

Até Breve! 

Para os que gostam de poesia, e do poeta Joaquim Pessoa especialmente, aqui fica um poema do livro "Os Dias da Serpente".

Os que vão morrer

Quem é que vai morrer?
Em lisboa ou Coimbra quem é que vai morrer?

Que me importam os mortos?
Quero saber apenas os que vão morrer
os companheiros de luta
ou os cavaleiros da rotina
que podem até finar-se com a úlcera do tédio
ou ainda com um beijo na nuca enterrados indefesos
precisamente à hora a que o trigo recusa
vergar-se às mãos do vento
e a chuva faz inchar de ternura o ventre das espigas

Pergunto: quem é que vai morrer?


Joaquim Pessoa, “ Os Dias da Serpente”


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Voaste para o céu, meu anjo


Chegaste ainda menina. Trazias uma missão especial, mas não te deram tempo. Em contrapartida, salvaste-nos, fizeste com que regressássemos à vida. Foste o nosso anjo da guarda, durante 16 anos. Tempo breve!

Agora partiste, nós teimávamos em que continuasses. Tu querias partir, nós não deixávamos. Sempre tão atentos. Até àquele fatídico minuto. Voaste para o céu, meu anjo. Um dia hei-de estar contigo.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

António Nobre, um homem só


António Nobre nasceu no Porto, a 16 de Agosto de 1867, e morreu a 18 de Março de 1900, com apenas 33 anos de idade. Ao referir-se ao seu livro "", único publicado em vida, confessou: «...Mas, tende cautela, não vos faça mal//É o livro mais triste que há em Portugal».

A publicação do "" ocorreu em 1892. Há ainda “Despedidas”, com os primeiros poemas, que o poeta não publicara, mas o irmão Augusto veio a publicá-los após a morte do poeta. O "" teve duas edições em vida do poeta e a 2ª parece ter sido bastante alterada. Esta abre com o poema Memória que é novo e é um belo poema. Poemas muito auto-biográficos. Muito longos. Publicação de uma Fotobiografia de António Nobre, por Mário Cláudio. 

Podemos descobrir o poeta aqui na Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira, na foz do rio Leça. A entrada do Museu é barata. O Dr. Santiago de Carvalho, advogado de Guimarães, veio aqui construir um palácio com a ajuda de um arquitecto italiano. Salas com vários estilos. Casa sobre a foz do rio, mas, mais tarde, com as obras da construção do Porto de Leixões, o casal ficou desanimado e, mais ainda, com a morte de um filho. De interesse, um busto desse filho, da autoria de Teixeira Lopes. 

A casa mais tarde veio a ser comprada pela CMM, que instalou ali a Casa Museu António Nobre. O poeta gostava muito de Leça. Numa carta a um amigo, dizia: “Tenho educado a minha alma em Leça”. 

Foi para Coimbra com 18 anos. Chumbou dois anos seguidos. Não gostava de estudar. Foi para Paris, onde se licenciou. Concorreu á carreira diplomática, onde teve a ajuda de Eça de Queiroz. Porém, não chegou a exercer, porque entretanto ficou doente. Uma tuberculose pulmonar. Morreu aos 33 anos. 

No Museu podemos ver muitos documentos pessoais. Uma carta para a irmã, dois dias antes de morrer. Alguns poemas inéditos. Praia da Boa Nova. Está lá uma lápide com uma estrofe do poeta. Foi um Homem Só. Correu o Mundo, mas sempre com saudades. Que não dos políticos…Um imenso vazio. 

António Nobre, um poeta muito esquecido. Não são versos do nosso tempo. "", um livro de versos profundamente triste, profundamente dramático. 

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Em Teu Ventre - um hino à Mãe


A leitura de “Em teu Ventre”, último romance de José Luís Peixoto, escritor que eu venho acompanhando de perto desde “Cemitério de Pianos”, suscita-me algumas considerações breves.

O enquadramento histórico do romance é constituído pela história de Fátima, tendo, como pano de fundo, a multiplicidade de escritos existentes, uns dentro da apologética religiosa, outros na visão ateia. E aqui a minha primeira dúvida: como é possível escrever sobre Fátima sem cair na repetição do "já dito", do "já sabido", do "já conhecido"? Como conseguir escrever, dentro de uma exigência estética, a biografia dos Pastorinhos e a manifestação sagrada das Aparições? 

O autor solucionou (parece-me) estas questões optando, de um modo original: primeiro, por não ceder à facilidade do realismo; segundo, por adoptar um equilíbrio, a todos os títulos de louvar, respeitando as Aparições sem as envolver no dilema maniqueísta entre verdade e falsidade.

A narrativa desenvolve-se como se de um filme se tratasse. O romance apresenta-se assim como uma fita cinematográfica, na qual as imagens avulsas da vida de Lúcia e da sua família e os acontecimentos principais se vão sucedendo, descritos liricamente, criando a ilusão de que é absolutamente possível acreditar. 

Estamos perante um narrador clássico, um narrador múltiplo segundo as perspectivas de cada uma das personagens, Deus, Lúcia e Maria. Deus é um narrador sentencioso; Lúcia uma narradora inocente (fala com animais e objectos); Maria uma narradora múltipla (há pelo menos três figurações diferentes de Maria) emotiva e sofrida, exemplo paradigmático da Mulher-Mãe.

Em relação ao estilo, podemos dizer, sem dúvida alguma, que é lírico, como, aliás, já nos habituou o autor em romances anteriores. O autor é perito em cultivar uma sensualidade emotiva, que desperta em quem o lê uma comoção estética. 

O tempo da narrativa é o ano de 1917. O espaço é a Serra d´Aires, Fátima, a casa e a aldeia de Lúcia.  O autor consegue, apesar deste condicionalismo, elevar a sua escrita a uma forma de expressão universal. Tanto se está em casa de Lúcia, com a panela do almoço ao lume, como se reflecte, sobretudo nos versículos sentenciais de Deus, sobre a criação do mundo, o destino, a liberdade e a angústia humana.

O romance é um hino à mãe. É, sem dúvida, a grande personagem de “Em Teu Ventre”. A mãe de Lúcia, símbolo da mulher portuguesa sofredora, resignada, protectora da filha e socorro da família, não se amotina, não se revolta, nem quando o marido a procura noite dentro. Protesta angustiosamente: contra Lúcia, pensando que esta mente; contra o destino que assim a fez mulher como um ser humano de segunda categoria; contra a fatalidade que a marcou como mãe de uma vidente.

Belíssimo romance. E o melhor elogio que se pode fazer é este: o leitor (pelo menos comigo aconteceu) não fica a saber se o autor acredita ou não nas Aparições de Fátima. Se calhar porque este livro não é apenas sobre as Aparições. É sobre as Mães, a nossas mães, a mãe do autor, a mãe de Jesus Cristo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Ruy Belo, o poeta que amava as árvores


Ruy Belo, se fosse vivo, faria hoje 83 anos. Morreu cedo o poeta que amava as árvores principalmente as que dão pássaros.


Algumas proposições com pássaros e árvores


Os pássaros nascem na ponta das árvores
As árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássaros
Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores
Os pássaros começam onde as árvores acabam
Os pássaros fazem cantar as árvores
Ao chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-se
deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal
Como pássaros poisam as folhas na terra
quando o outono desce veladamente sobre os campos
Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores
mas deixo essa forma de dizer ao romancista
é complicada e não se dá bem na poesia
não foi ainda isolada da filosofia
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros
Quem é que lá os pendura nos ramos?
De quem é a mão a inúmera mão?
Eu passo e muda-se-me o coração


Ruy Belo (27/2/33-8/8/78)
Desenho do escultor Francisco Simões

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Devaneios cruzadísticos - Joaquim Pessoa

O poeta Joaquim Pessoa nasceu no Barreiro no dia 22 de Fevereiro de 1948.

Iniciou a sua carreira em o "O Juvenil", suplemento do jornal "Diário de Lisboa" dirigido por Mário Castrim, como muitos outros poetas da sua geração. 

O primeiro livro foi editado em 1975 e, até hoje, publicou mais de vinte obras incluindo duas antologias. Foram-lhe atribuídos os prémios literários da Associação Portuguesa de Escritores e da Secretaria de Estado da Cultura (Prémio de Poesia de 1981), o Prémio de Literatura António Nobre e o Prémio Cidade de Almada.

Poeta, publicitário e pintor, é uma das vozes mais destacadas da poesia portuguesa do pós 25 de Abril, sendo considerado um renovador nesta área. O amor e a denúncia social são uma constante nas suas obras.

Neste mês, de homenagem ao poeta Joaquim Pessoa, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de palavras - cruzadas e, no final, encontrar o nome de um livro (4 palavras) da sua autoria. Todas as palavras podem ser encontradas na horizontal.


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HORIZONTAIS: 1 – Cerce; Aqueles; Coisa nenhuma [popular]. 2 – Pertences; Excitação. 3Novos Povos Industrializados [sigla]; Espalha. 4 – Existência; Interjeição que exprime espanto. 5 – Vadia; Termina. 6 – Senhor [abreviatura]; Julguem; De + a [contracção]. 7 – Queime; Luminoso [figurado]. 8 – Ides; Murmura. 9 – Entendimento; Gritos de dor. 10 – Cobra; Operações do Tesouro [sigla]. 11 – Azebre; Alcoólicos Anónimos [sigla]; Emprega. 

VERTICAIS: 1 – Receitas; Sem dinheiro [popular]. 2 – Esguicha; Suavidade [figurado]. 3 – Sufixo verbal de origem latina, que entra na formação de verbos, geralmente derivados de objectivos, que exprimem acção; Segredo [figurado]. 4 – Transpiras; Ápice [regionalismo]. 5 – Porém; Aprovado. 6 – Marca [figurado]; Fado [popular]. 7 – Conjuntos; Liga. 8 – Chispes; Inclinação. 9 – Permanecer; Mau humor [popular]. 10 – Nascer; Ditados. 11 – Estimas; Esquina.



Clique Aqui para imprimir.

Aceito respostas até dia 20 de Agosto, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes.

Até breve!