quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Devaneios cruzadísticos │José Régio (Revisited)

"Jogo da Cabra Cega" é o título de uma obra do escritor José Régio, pedido com a resolução do passatempo referente ao mês de Dezembro de 2019, evocando os 50 anos da sua morte.


Recebi do amigo e confrade Somar esta fotografia onde nos apresenta as suas pupilas (como ele carinhosamente diz) que o acompanham numa universidade sénior, em Viana do Castelo e, também, generosas participantes nestes meus "devaneios cruzadísticos", o que muito me honra. 
E, para que conste, temos da esquerda para a direita: Lulopes, Zabeli, Neneiva, Madobar e Seven.

Que belo exemplo a replicar, quem sabe, em outras universidades seniores espalhadas pelo nosso país!


1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
1
J
O
G
O

D
E
B
I
C
A
2
U
C
A
S
S
E

U
N
A
R
3
R

S
I
E

I
L
O

N
4
A
B

D
R
E
N
A

D
A
5
S
A
L
O
I
O
S

F
I
Z
6

T
O
S
A

P
A
U
S

7
B
O
A

D
O
I
D
I
C
E
8
U
M

C
A
B
R
A

O
N
9
S

A
I
S

A
M
A

E
10
C
E
G
A

A
R
A
G
E
M
11
A
R
A
R
A
S

S
E
L
A

Recebi respostas de: Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Baby; Caba; Candy; Corsário; Dupla Algarvia (Anjerod e Mister Miguel); El-Danny; El-Nunes; Elvira Silva; Fernando Semana; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Julieta; Juse; Madobar; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Manuel Carrancha; Manuel Ramos; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Olidino; O. K.; Paulo Freixinho; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Salete Saraiva; Seven; Socrispim; Somar; Virgílio Atalaya e Zabeli.

A todos agradeço.

Premiado: Corsário (Guimarães)
Prémio Porto Editora

Até ao próximo!

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Uma receita para a felicidade

Vai serenamente por entre a agitação e a pressa e lembra-te da paz que pode haver no silêncio.

Sem seres subserviente, mantém-te tanto quanto possível, em boas relações com todos.

Diz a tua verdade calma e claramente e escuta com atenção os outros mesmo que menos dotados e ignorantes; também eles têm a sua história.

Evita as pessoas barulhentas e agressivas; são mortificações para o espírito.

Se te comparas com os outros podes tornar-te presunçoso ou melancólico porque haverá sempre pessoas superiores e inferiores a ti.

Apraz-te com as tuas realizações tanto como com os teus planos.

Põe todo o interesse na tua carreira ainda que ela seja humilde; é um bem real nos destinos mutáveis do tempo.

Usa de prudência nos teus negócios porque o mundo está cheio de astúcia; mas que isto não te cegue a ponto de não veres virtude onde ela existe; muitas pessoas lutam por altos ideais e em todo o lado a vida está cheia de heroísmo.

Sê fiel a ti mesmo. Sobretudo não simules afeição nem sejas cínico em relação ao amor porque, em face da aridez e do desencanto, ele é perene como a relva.

Toma amavelmente o conselho dos mais idosos, renunciando com graciosidade às ideias da juventude.

Educa a fortaleza de espírito para que te salvaguarde numa inesperada desdita.

Mas não te atormentes com fantasias. Muitos receios surgem da fadiga e da solidão.

Para além de uma disciplina salutar, sê gentil contigo mesmo.

Tu és filho do universo e, tal como as árvores e as estrelas, tens direito de o habitar. E quer isto seja ou não claro para ti, sem dúvida que o universo é – te disto revelador.

Portanto vive em paz com Deus seja qual for a ideia que d´Ele tiveres. E quaisquer que sejam as tuas lutas e aspirações, na ruidosa confusão da vida, conserva-te em paz com a tua alma.

Com toda a sua falsidade, escravidão e sonhos desfeitos o mundo é ainda maravilhoso.

Sê cauteloso. Luta para seres feliz.

Max Ehrmann

domingo, 1 de dezembro de 2019

Devaneios cruzadísticos │José Régio (Revisited)

Estão em curso e prolongam-se, até final do ano, exposições, ciclos de cinema, espectáculos, conferências e reedições, para evocar os 50 anos da morte de José Régio (22 de Dezembro de 1969), uma programação que pretende aumentar o reconhecimento da importância deste escritor. 

O AlegriaBreve associa-se à evocação do escritor e poeta, revisitando a sua vida e obra, homenageando, desta forma simples, este grande vulto da cultura portuguesa que é José Régio.

"Vila do Conde, espraiada/Entre pinhais, rio e mar.../-Lembra-me Vila do Conde/Já me ponho a suspirar." Foi aqui que José Maria dos Reis Pereira (é o seu verdadeiro nome) nasceu em 17 de Setembro de 1901. 

Nesta cidade, passou os último anos de vida. Doente, dissera, em tempos, na «Chaga ao Lado»: "Desde que tudo me cansa/Comecei eu a viver./Comecei a viver sem esperança.../E venha a morte quando Deus quiser.". Na madrugada de 22 de Dezembro de 1969, fechou finalmente os olhos, serenamente, segundo se diz.

Estudou em Coimbra, onde, em 1925 defendeu a sua tese de licenciatura, «As Correntes e as Individualidades na Moderna Poesia Portuguesa», e publicou, usando pela primeira vez o pseudónimo José Régio, «Os Poemas de Deus e do Diabo».

A tese de licenciatura foi um exemplo da corajosa e discreta desenvoltura que sempre o caracterizou: independente, ponderado, mas avançando os seus pontos de vista, submetendo, com serena subversão, ao meio académico, o seu apreço inequívoco pelos nomes, mais do que suspeitos, de Fernando Pessoa, José de Almada Negreiros e Mário de Sá-Carneiro.

Um episódio surrealista que demonstra, por um lado, uma atitude profundamente corajosa de Régio e, por outro, a personalidade do poeta Pessoa. Num Domingo de Junho de 1930, José Régio e João Gaspar Simões, directores da revista literária Presença, vieram a Lisboa propositadamente para conhecer Fernando Pessoa. O encontro foi marcado para o café Montanha (já não existe, ficava na Rua da Assunção, 74, gaveto com a Rua dos Sapateiros). Todavia, quem compareceu, não foi o poeta Pessoa, mas sim o Eng. Álvaro de Campos! Simples brincadeira? Mecanismo de defesa de Pessoa, inseguro perante pessoas que não conhecia?

José Régio foi professor de francês no Liceu Nacional de Portalegre de 1929 até 1962, ano em que se reformou. Aqui passou, portanto, grande parte da sua vida, instalando-se na casa da Boa Vista, a "estranha casa/Do largo do cemitério/Frente aos ciprestes que em frente/ Mostram os céus/como dedos apontados/...".

Régio entregou-se, a partir do momento em que chegou a Portalegre, à sua tripla vida de professor, de coleccionador de antiguidades e de autor de uma obra literária monumental na literatura portuguesa.

Solucionado o problema, poderá encontrar, no final, o título de uma obra (4 palavras nas horizontais), do escritor português José Régio (1901 – 1969).


1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
1











2











3











4











5











6











7











8











9











10











11












HORIZONTAIS: 1 – Manobra; Prova. 2 – Decreto outrora emanado do imperador da Rússia; Juntar. 3 – Feche parcialmente (as asas) para descer mais depressa [ave]; Sufixo nominal de origem grega que ocorre na nomenclatura química em substantivos que designam radical. 4 – Prefixo que exprime a ideia de intensidade; Procede à drenagem de; De+a [contracção]. 5 – Manhosos [pejorativo]; Concluí. 6 – Rói [figurado]; Designação genérica de unidade monetária [coloquial]. 7 – Segura; Exagero. 8 – Indivisível; Sino da Universidade de Coimbra que anuncia as aulas [gíria académica]; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de burro. 9 – Brincos de criança (geralmente argolas finas de ouro, com ou sem gema); Estima. 10 – Embota; Bafejo. 11 – Tolos [Brasil, coloquial]; Cadeira de braços [antiquado]. 

VERTICAIS: 1 – Pragas; Revista. 2 – Palavra que, no dialecto provençal, significava sim; Haste metálica utilizada pelo esquiador para impulsionar o andamento; Símbolo de érbio. 3 – Presunção [Brasil, figurado]; Mentira [popular]; Dignidade militar entre os Turcos. 4 – Nome genérico dos glícidos hidrolisáveis [plural]; Remar em sentido contrário para retroceder. 5 – Dispostas em séries. 6 – Preposição que designa fim; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de aurora; Prefixo que exprime a ideia de em frente; Aquelas. 7 – Insuflar. 8 – Toque; Efeminas. 9 – Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de tendão; Convim; Actua. 10 – Entre nós; Pessoa que fala muito [coloquial]; O [arcaico]. 11 – Robusto; Medicamento usado no tratamento de feridas [antiquado].


A sortear: Prémio (livro) Porto Editora

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF.


Aceito respostas até dia 25 de Dezembro, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 


Vemo-nos por aqui?