terça-feira, 26 de julho de 2022

Devaneios cruzadísticos │ José Craveirinha

"Xigubo", "Cela" e "Maria" são os 3 títulos de obras do escritor e poeta moçambicano José Craveirinha, pedidos com a resolução do passatempo de palavras cruzadas, referente ao mês de Julho de 2022.

Um cheirinho da sua poesia:

Pena

Zangado
acreditas no insulto
e chamas-me negro.

Mas não me chames negro.

Assim não te odeio.
Porque se me chamas negro
encolho os meus elásticos ombros
e com pena de ti sorrio.



Participaram: Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Baby; Caba; Candy; Corsário; Crispim; Donanfer II, Dupla Algarvia (Anjerod e Mister Miguel); El-Danny; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Manuel Carrancha; Manuel Ramos; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Olidino; O. K.; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Salete Saraiva; Seven; Socrispim; Solitário; Somar; Virgílio Atalaya e Zabeli.

A todos, obrigado.
Até ao próximo.

sábado, 23 de julho de 2022

Olha, Daisy, quando eu morrer

Olha, Daisy, quando eu morrer tu hás-de
Dizer aos meus amigos ai de Londres,
Que embora não o sintas, tu escondes
A grande dor da minha morte. Irás de

Londres p’ra York, onde nasceste (dizes —
Que eu nada que tu digas acredito...)
Contar àquele pobre rapazito
Que me deu tantas horas tão felizes

(Embora não o saibas) que morri.
Mesmo ele, a quem eu tanto julguei amar,
Nada se importará. Depois vai dar

A notícia a essa estranha Cecily
Que acreditava que eu seria grande...
Raios partam a vida e quem lá ande!...


(A bordo do navio em que embarcou para o Oriente; uns quatro meses antes
do Opiário, portanto) Dezembro 1913

1915
“Três Sonetos” Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993. - 2.

sexta-feira, 1 de julho de 2022

Devaneios cruzadísticos │ José Craveirinha

No ano em curso, celebra-se o centenário do nascimento de José Craveirinha, moçambicano, poeta, ensaísta e jornalista. Nasceu em 28 de Maio de 1922, em Lourenço Marques, hoje Maputo, e faleceu em 6 de Fevereiro de 2003, em Joanesburgo, África do Sul. O AlegriaBreve assinala o evento, dedicando-lhe o passatempo de Palavras-Cruzadas, referente ao mês de Julho.

Filho de pai algarvio, cuja família partira para Moçambique em 1908 em busca de fortuna, o escritor manteve ligações afectivas com Portugal. Recebeu condecorações dos presidentes de Portugal e de Moçambique, Jorge Sampaio e Joaquim Chissano, respectivamente.

Em 1991, tornou-se o primeiro autor africano galardoado com o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da Língua portuguesa.  

Como jornalista trabalhou em "O Brado Africano", "Notícias",  "A Tribuna", "Notícias da Beira", "O Jornal" e "Voz de Moçambique", teve ainda colaboração em outros jornais e revistas de Moçambique, além da colaboração em jornais portugueses, brasileiros e de outros países estrangeiros. Em Moçambique utilizou mais de um pseudónimo. Foi também cronista desportivo.

Entre 1964 e 1968 esteve preso, em virtude da sua ligação à FRELIMO, onde teve a oportunidade de conhecer, na prisão, o pintor Malangatana.

A sua obra recebeu vários prémios, com destaque para o já citado Prémio Camões, em 1991 e, ainda, o Prémio Vida Literária, da AEMO-Associação dos Escritores Moçambicanos.

Apesar de a sua obra refletir a influência dos surrealistas, é fortemente marcada por todo um carácter popular e tipicamente moçambicano. A sua poesia possui um carácter social que radica nas camadas mais profundas do povo moçambicano.

José Craveirinha, sendo um grande poeta da língua portuguesa, é também reconhecidamente considerado um dos maiores poetas africanos.

Assim, neste mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de palavras-cruzadas e encontrar a final, nas horizontais, 3 títulos de obras do escritor moçambicano José Craveirinha (1922-2003).


HORIZONTAIS: 1 – Rebento [Angola]; Tambor grande [Moçambique]. 2 – Sibila; Acertar. 3 – Fartas; Jeitosa. 4 – Fira; Gritos de alegria; Causas. 5 – Câmara; Falha. 6 – Fita. 7 – Singular; Paga. 8 – Círculo; Berne; Elemento de formação de palavras que traduz a ideia de obra. 9 – Cravas; Variedade de pêra [Botânica]. 10 – Voraz; Praia. 11 – Tarda; Torre.

VERTICAIS: 1 – Azar [popular]; Concordância. 2 – Aja; Prurido. 3 – Regra; Criticar. 4 – Estreita; Pão [Moçambique]; Simpatia [figurado]. 5 – Ala [Arquitectura]; Costumes. 6 – Devanear. 7 – Indignas; Estima. 8 – Entusiasmo [figurado]; Duro; Sulca. 9 – Gasta; Homens. 10 – Rinocerontes [antiquado]; Escolhes. 11 – Falas; Brinde.

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF.


Aceito respostas até dia 25 de Julho, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?