Leio na Imprensa de hoje que as comemorações do centenário de nascimento de Alves Redol (1911-1969) culmina esta semana com a realização de um congresso internacional, que se inicia hoje na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e prossegue, amanhã e depois, no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, terra natal do autor de Gaibéus e Barranco de Cegos, livros que eu revisitei muito recentemente, sobretudo o segundo, do qual, curiosamente, falei aqui ontem.
Gaibéus foi o livro que lançou o neo-realismo na ficção portuguesa. «Este romance não pretende ficar na literatura como obra de arte», escreveu Alves Redol na primeira edição de 1939. «Quer ser, antes de tudo, um documentário humano fixado no Ribatejo».
Alves Redol procurou, depois, outro caminho para a sua narrativa, como forma de responder a críticos, inclusive, com os quais partilhava cumplicidades ideológicas, como Mário Dionísio ou Óscar Lopes, que censuraram a fragilidade estética das suas primeiras obras.
Nesta via, Barranco de Cegos, publicado em 1961, oito anos antes da sua morte, teve o reconhecimento unânime da crítica, como a sua melhor obra.
Esta evolução estilística deve ser creditada a favor do escritor. O compromisso pessoal de Redol com o PCP, de que se tornou militante nos anos 40, não impediu que “o seu projecto de vida tenha sido, desde o início, o de chegar à escrita, no sentido profundo do termo, o de chegar a literatura”, afirmou agora António Pedro Pita, director do Museu do Neo-Realismo.
Por mim, penso que o conseguiu, embora continue a julgar excessivo o destaque que o Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, lhe dedica, como já tive oportunidade de o dizer aqui. É a minha opinião, mas Barranco de Cegos vale mesmo a pena ser lido.
Gaibéus foi o livro que lançou o neo-realismo na ficção portuguesa. «Este romance não pretende ficar na literatura como obra de arte», escreveu Alves Redol na primeira edição de 1939. «Quer ser, antes de tudo, um documentário humano fixado no Ribatejo».
Alves Redol procurou, depois, outro caminho para a sua narrativa, como forma de responder a críticos, inclusive, com os quais partilhava cumplicidades ideológicas, como Mário Dionísio ou Óscar Lopes, que censuraram a fragilidade estética das suas primeiras obras.
Nesta via, Barranco de Cegos, publicado em 1961, oito anos antes da sua morte, teve o reconhecimento unânime da crítica, como a sua melhor obra.
Esta evolução estilística deve ser creditada a favor do escritor. O compromisso pessoal de Redol com o PCP, de que se tornou militante nos anos 40, não impediu que “o seu projecto de vida tenha sido, desde o início, o de chegar à escrita, no sentido profundo do termo, o de chegar a literatura”, afirmou agora António Pedro Pita, director do Museu do Neo-Realismo.
Por mim, penso que o conseguiu, embora continue a julgar excessivo o destaque que o Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, lhe dedica, como já tive oportunidade de o dizer aqui. É a minha opinião, mas Barranco de Cegos vale mesmo a pena ser lido.
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