José Jorge Letria escreveu “Amados Cães”, onde conta histórias de cães famosos. Aliás, famosos eram os donos. São pequenas histórias de cães com história. Respiguei quatro delas que achei curiosas.
Hemingway. O adeus aos cães. Gatos e cães ocuparam um espaço importante na vida do autor de O Velho e o Mar. A Quinta da Vigia, situada a cerca de 20 quilómetros de Havana, acolheu quatro cães e 57 gatos e uma biblioteca de mais de 9 mil livros. Os gatos foram em muito maior número que os cães, mas foram estes que tiveram direito a campa e a lápide funerária. Chamavam-se Negrita, Blackie, Machakos e Black Dog. Um dia, um deles, talvez Negrita, viu-o a limpar e olear uma caçadeira e disse para os companheiros cães e gatos: «Há-de ser com ela que irá escrever o capítulo final da sua vida, e não com lápis ou com máquina de escrever». E assim foi.
Kasbec, o galgo afegão de Picasso, tinha uma grande mágoa e, por isso, resolveu escrever uma carta ao dono. “Se tantas vezes celebraste na tela a grandeza e a beleza dos touros que tantas vezes apreciavas, cobiçando talvez a pujança fálica das suas imponentes e ruidosas cobrições, por que motivo nunca me quiseste dar a honra de ser modelo da tua arte, sendo eu belo e elegante como sempre são os cães da minha raça?».
Viagem com Charley, de John Steinbeck, foi um livro que eu li há bons anos. Um dia, Steinbeck decidiu ver a América também através do olhar do seu cão Charley, um Poodle castanho, já com dez anos de idade. O escritor sempre gostou de cães e nunca dispensou a companhia deles. A viagem foi feita numa carrinha baptizada com o nome de Rocinante, o mítico cavalo imaginário de D.Quixote. A relação de afecto entre o dono e o cão parece ter sido absolutamente inexcedível. Dessa aventura, nasceu o livro "Viagens com Charley". Sobre o seu inesquecível companheiro de viagem, escreveu Steinbeck: «Inteligente e bem comportado, Charley é mais do que um mero companheiro de viagem; ele é parte integrante do projecto. O cão ajuda a quebrar o gelo com os estranhos: Charley é o meu embaixador».
José Jorge Letria não fala de Machado de Assis, mas podia falar. Este escritor da língua portuguesa, amplamente considerado como o maior nome da literatura brasileira, viveu um grande amor ao lado da sua mulher, Carolina. Os dois nunca tiveram filhos e dedicaram todo seu amor a uma cadela de nome Graziela. Após a morte de Graziela (outra grande perda para Machado de Assis), tiveram um outro cão a quem deram o nome de Zero.
Hemingway. O adeus aos cães. Gatos e cães ocuparam um espaço importante na vida do autor de O Velho e o Mar. A Quinta da Vigia, situada a cerca de 20 quilómetros de Havana, acolheu quatro cães e 57 gatos e uma biblioteca de mais de 9 mil livros. Os gatos foram em muito maior número que os cães, mas foram estes que tiveram direito a campa e a lápide funerária. Chamavam-se Negrita, Blackie, Machakos e Black Dog. Um dia, um deles, talvez Negrita, viu-o a limpar e olear uma caçadeira e disse para os companheiros cães e gatos: «Há-de ser com ela que irá escrever o capítulo final da sua vida, e não com lápis ou com máquina de escrever». E assim foi.
Kasbec, o galgo afegão de Picasso, tinha uma grande mágoa e, por isso, resolveu escrever uma carta ao dono. “Se tantas vezes celebraste na tela a grandeza e a beleza dos touros que tantas vezes apreciavas, cobiçando talvez a pujança fálica das suas imponentes e ruidosas cobrições, por que motivo nunca me quiseste dar a honra de ser modelo da tua arte, sendo eu belo e elegante como sempre são os cães da minha raça?».
Viagem com Charley, de John Steinbeck, foi um livro que eu li há bons anos. Um dia, Steinbeck decidiu ver a América também através do olhar do seu cão Charley, um Poodle castanho, já com dez anos de idade. O escritor sempre gostou de cães e nunca dispensou a companhia deles. A viagem foi feita numa carrinha baptizada com o nome de Rocinante, o mítico cavalo imaginário de D.Quixote. A relação de afecto entre o dono e o cão parece ter sido absolutamente inexcedível. Dessa aventura, nasceu o livro "Viagens com Charley". Sobre o seu inesquecível companheiro de viagem, escreveu Steinbeck: «Inteligente e bem comportado, Charley é mais do que um mero companheiro de viagem; ele é parte integrante do projecto. O cão ajuda a quebrar o gelo com os estranhos: Charley é o meu embaixador».
José Jorge Letria não fala de Machado de Assis, mas podia falar. Este escritor da língua portuguesa, amplamente considerado como o maior nome da literatura brasileira, viveu um grande amor ao lado da sua mulher, Carolina. Os dois nunca tiveram filhos e dedicaram todo seu amor a uma cadela de nome Graziela. Após a morte de Graziela (outra grande perda para Machado de Assis), tiveram um outro cão a quem deram o nome de Zero.
Não podia deixar de falar, agora, do meu cão. Foi baptizado com o nome de Joyce, sem pensar, confesso, no escritor James Joyce. Desconheço, até, se o escritor irlandês gostava de animais. Sei que escreveu, entre outros, o livro "Ulisses", cuja leitura que eu tentei, mas desisti sempre. Livro difícil. Há poucos dias, o Gonçalo M. Tavares falou dele na Casa Fernando Pessoa, mas eu não pude estar presente. A Joyce, a minha cadela, entrou na nossa casa há doze anos. Era um bebé, com um mês de vida. Entrou na nossa casa num momento muito difícil. Veio com uma missão de grande responsabilidade, mas não teve tempo para pôr em acção todo o seu saber. Mas ficou connosco para sempre. Tem sido uma grande ajuda. Dá-nos tudo, sem reclamar qualquer contrapartida. Agora, é imprescindível nas nossas vidas.
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