terça-feira, 4 de julho de 2017

O dia em que visitei Camilo na cadeia


Este edifício é a antiga Cadeia da Relação do Porto. Estamos no dia 3 de Julho de 2017. Ou será de 1861? Ter um dia diferente era o meu desejo. Tinha-me proposto a tal e assim fiz.
 

Subi, a correr, ao 3º piso, para visitar o senhor Camilo Castelo Branco, ali preso, a aguardar julgamento, acusado do crime de adultério.  


Não o encontrei. Teria ido dar um passeio a cavalo pela cidade? Estará à conversa, em privado,  com o Rei D. Pedro V? Deparei-me com um quarto vazio, uma mesa apenas e uma réstia de luz a varrer o lajedo. 


Coitado do senhor Camilo, valia-lhe a vista sobre o casario da cidade, a Sé, o Paço Episcopal, o Rio Douro. A Ponte D. Luís veio mais tarde.


Será que o senhor Camilo desceu ao 2º andar para se encontrar com a amada Ana Plácido? Podia tentar novamente um rapto espectacular, fugir, andar a monte, pouco lhe importavam as convenções sociais. Sempre foi rebelde e truculento. Não estavam. Nem ele, nem a sua amada. 

Vim encontrá-los abraçados a um canto da praça rectangular que está em frente ao edificio da cadeia. 


O Largo chama-se "Amor de Perdição" e a estátua é da autoria do escultor Francisco Simões. 

Ali, abraçados para sempre!

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