quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Devaneios cruzadísticos │Alexandre Herculano

Na galeria dos grandes escritores da literatura portuguesa, Alexandre Herculano figura entre os maiores, como romancista, historiador e ensaísta, mas também como poeta e dramaturgo. É considerado, a par de Almeida Garrett, o introdutor do romantismo em Portugal

Nasceu no dia 28 de Março de 1810, em Lisboa, no Pátio do Gil, perto do edifício onde hoje é a Assembleia da República. O pai, Teodoro de Araújo, era um modesto funcionário público (Junta de Crédito Público). A mãe, Maria do Carmo, era doméstica, filha e neta de pedreiros da Casa Real.

Entrou numa conspiração (não há certezas) em 1831, contra o governo Miguelista, de D. Miguel I, rebelião que foi ferozmente reprimida. Aproveita uma fragata francesa, que estava fundeada no porto de Lisboa, para fugir para França, com passagem por Inglaterra. Adere à Revolução e junta-se ao exército liberal na Ilha Terceira (Açores). Está no cerco do Porto, como simples soldado, ao lado de D. Pedro IV, na defesa da Revolução. Com a vitória liberal, o Rei nomeou-o segundo bibliotecário da Biblioteca do Porto, onde desempenhou um papel de relevo.

Herculano sempre foi fiel às suas ideias políticas, à Carta Constitucional, que o impediu de aderir ao Setembrismo. Em Novembro de 1836, com apenas vinte e seis anos de idade, marca a sua estreia literária, através da publicação da primeira série de textos de um panfleto, de nítido teor político-messiânico, que ficou conhecido com o sugestivo nome de "A voz do profeta", que provocou forte escândalo.

Mais tarde, funda a revista “Panorama”, onde escreveu sobre tudo. Foi nomeado redactor do Diário do Governo, o qual, na altura, tinha uma parte literária, como podemos ver neste Texto,  no qual fala sobre Emigração. O príncipe consorte Fernando de Saxe nomeou-o responsável pela Biblioteca Nacional. 

Iniciou a escrita de romances históricos, com destaque para o “Eurico, o Presbítero”, "O Monje de Cister” e “O Bobo” e " Lendas e Narrativas". Daí partiu para a "História de Portugal" (4 volumes) e a “Portugaliae Monumenta Historica”, Derrubou alguns mitos, alguns de muitos séculos, como o "Milagre de Ourique". Tendo participado na redacção do primeiro Código Civil português, partiu dele a proposta quanto ao casamento civil, a par do religioso. Foi um defensor do ensino politécnico. 

Passou os últimos anos, de 1867 a 1877, em Vale de Lobos, Santarém. Dedicou-se à agricultura, especialmente à produção de vinho e azeite. Ganhou prémios. Ficou famoso o “Azeite Herculano". Terá sido, dizem, um patrão muito exigente. Hoje, na casa vive um descendente do vizinho de então, a quem Herculano legou a propriedade com a condição de cuidar da mulher que era bastante mais nova que ele. 

Nestes últimos anos, Herculano escreveu muito, dedicando-se à organização de os “Opúsculos”. No quarto onde morreu, ainda podemos ver o barrete e as pantufas. “Abram as janelas, deixem ver as árvores”, disse ele ao morrer no dia 18 de Setembro de 1877. Houve no país uma enorme manifestação de pesar nacional. Parece que a nação ficou viúva quando ele morreu. Está sepultado no Mosteiro dos Jerónimos, para onde foi transladado em 1978.

Convido os meus amigos a resolver este passatempo de Palavras-Cruzadas e, no final, encontrar o título (5 palavras nas horizontais) de uma obra do genial Alexandre Herculano.


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HORIZONTAIS: 1 – Serena; Torna puro. 2 – Melindram; Inspiração. 3 – Descalço; farsa satírica; Descobri. 4 – Sulco; Elemento de formação (de palavras) que exprime a ideia de cauda; Muitos [figurado]. 5 – Toca; Mulher adulta. 6 – Explicai. 7 – Moeda de cobre e unidade de medida de peso, entre os Romanos; Indignas. 8 – Tronco; Giros; Preposição que designa origem. 9 – Período; Carácter [figurado]; Antiga palavra francesa correspondente ao actual oui (sim). 10 – Gemera; Mulher má [vulgarismo]. 11 – Pieiras; Cantigas.

VERTICAIS: 1 – Via [figurado]; Privar [figurado]. 2 – Reteso; Íntegra. 3 – Lutécio [símbolo químico]; Rezas; Porcelana antiga de cor amarela e de origem chinesa. 4 – Defeito; Longe; Rádio [símbolo químico]. 5 – Preferiu; Sem juízo [figurado]. 6 – Transito. 7 – Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de nuca; Pequena ânfora de barro. 8 – Mau humor [popular]; Transmitis; Indício. 9 – Sufixo nominal de origem latina que tem sentido diminutivo, por vezes pejorativo; Diminuir; Larga faixa de seda usada na cintura para cingir o quimono. 10 – Variedade de trigo; Apoie. 11 – Alenta; Firmas.

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF.


Aceito respostas até dia 20 de Fevereiro, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes.

Vemo-nos por aqui?

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