"Agarrem o gato que é do Saramago". Este grito ecoou esta manhã pelo prédio, algum vizinho por certo se assustou. O gato estava numa mala de viagem, que se perdera num aeroporto da Europa, apareceu na minha casa. Às tantas, o gato já passeava pela casa. Ao pressentir que ia ser apanhado, escapuliu-se para a rua. Vou na perseguição dele, esconde-se debaixo dos carros, mira-me com troça do tejadilhos dos carros, várias vezes quase o tenho nas mãos, mas ele, com sete vidas, escapa-se-me sempre. "Agarrem o gato que é do Saramago!"
A história conta-se em duas linhas. Vem no "Último Caderno de Lanzarote", de José Saramago. É o escritor que conta. Um Congresso em Turim, na companhia de outros portugueses, Teresa Rita Lopes, Carlos Reis e outros ilustres da Cultura portuguesa. A um deles, coitado, perderam-lhe uma mala no aeroporto de Milão. Nada de especial não fosse trazer na mala o gato. "Não gosto de deixar o gato em casa", lamentava-se ele. Esta história vem contada a pp 97.
Ainda dizem que ler, ao deitar, faz bem!
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