Eça de Queirós já estava nos seus 52 anos de idade, quando, em 1897, a Revista Moderna publicou o conto "José Matias". Nas palavras sábias do historiador António José Saraiva, estamos perante uma obra-prima. José Matias é um homem que morre por amor. Durante o enterro, a caminho do cemitério dos Prazeres, Eça conta, em flash-back, a história da paixão que levou José Matias àquele fim. A associação do Amor e da Morte, que é frequente em Eça, tem aqui um símbolo inolvidável.
Foi o último texto de Eça de Queirós a ser publicado quando o autor ainda era vivo e traz algumas das características de sua prosa: a naturalidade, a fluência, a precisão e a oralidade. No conto Eça de Queirós apresenta-nos uma extraordinária intriga amorosa que lhe serve de pretexto para uma crítica, feroz mas doce, ao ultra-romantismo.
Acabei de o (re)ler. É, como diz António José Saraiva, uma obra-prima.
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