quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Devaneios cruzadísticos │ João de Deus

João de Deus de Nogueira Ramos nasceu em São Bartolomeu de Messines, no dia 8 de Março de 1830. Morreu em Lisboa em 11 de Janeiro de 1896, hoje sepultado no Panteão Nacional. Foi um eminente poeta lírico, considerado à época o primeiro do seu tempo, e o proponente de um método de ensino da leitura, assente numa Cartilha Maternal por ele escrita (o homem do a, e, i, o, u.), que teve grande aceitação popular. Gozou de extraordinária popularidade, foi quase um culto, sendo ainda em vida objecto das mais variadas homenagens. E, todavia, está hoje muito esquecido e é justamente por isso que o AlegriaBreve lhe dedica o passatempo deste mês.

João de Deus foi considerado o poeta do amor. Nunca foi rico. Não foi político, não obstante uma passagem fugaz pelo Parlamento. E, todavia, foi uma grande figurada Cultura Portuguesa do Séc. XIX. Estudou Direito em Coimbra, para onde foi com 19 anos. Não gostava de estudar. Preferia a guitarra e os versos.

Bacharel em 1859, ao fim de 10 anos, com uma nota fraca, curso que se tirava em 4 anos! E com a ajuda, decerto, de alguns professores que tinham sido antigos companheiros. Ficou em Coimbra, a andar por ali. Mais tarde, veio para Beja e escreveu no jornal “Bejense”. Não era monárquico, não era republicano. Não obstante, muito contrariado, foi deputado. "Não votem em mim, não votem em mim", implorava ele…mas votaram. Foi deputado, mas não abriu a boca. Passava o tempo em tertúlias com os amigos no Café Martinho da Arcada. 

O que o impressionou foi o anafalbetismo da população portuguesa: 80% na Revolução Liberal, 75% na Implantação da República. Inventou o célebre Método de aprender a ler.

Assim nasceu a Cartilha Maternal. A 1ª edição foi em 1876, com muito sucesso. E outras se seguiram. Todos os anos, novas edições. Um êxito fulgurante que mudou a sua vida. 

No final de vida, uma grandiosa manifestação do povo, alegadamente por iniciativa dos estudantes de Coimbra. Um estudante de Coimbra, alegadamente o célebre Hilário, fez um discurso (“em nome de todo o povo, beijo a mão…”), ao qual o poeta respondeu de improviso:

Estas honras e este culto
Bem se podiam prestar
A homens de grande vulto.
Mas a mim, poeta inculto,
Espontâneo, popular...
É deveras singular
!

É assim que, neste mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de palavras-cruzadas e encontrar, a final, o título (3 palavras nas horizontais) de uma obra do poeta português João de Deus (1830-1896).


HORIZONTAIS: 1 – Melindre [figurado]; Natas. 2 – Termo [figurado]; Cria. 3 – Agite; Mais [antiquado]. 4 – Manobra; Estima; Timão do arado. 5De + o [contracção]; Astúcia [figurado]. 6 – Estafe; Interjeição que exprime enfado [Angola]. 7 – Ecónomo; Interjeição designativa de agrado e aprovação [Guiné-Bissau]. 8 – Ulcera; Orla; Anexa. 9 – Interjeição que exprime alívio; Incorporas. 10 – Plano; Agradável. 11 – Teimara; Pessoa notável na sua especialidade [figurado, plural].

VERTICAIS: 1 – Esfomeado [Angola]; Automóvel [Angola, coloquial]. 2 – Imagem; Troçam de. 3 – Engano [figurado]; Sova; Muar. 4 – Dignidade militar entre os Turcos; Área de responsabilidade [sigla]; Pão [Moçambique]. 5 – Molhada; Sufixo nominal, de origem latina, que exprime a ideia de agente. 6 – Ema; Interjeição usada para exprimir admiração [Brasil]. 7 – Adivinha; Efeminada. 8 – Composição poética lírica de assunto elevado, própria para ser cantada; Fama [figurado]; Desaparece [Angola]. 9 – Símbolo de ruténio; Causa; Casas. 10 – Batata-doce [Angola]; Vão [figurado]. 11 – Emprego [Angola]; Unidas.

Clique Aqui   para abrir e imprimir o PDF.


Aceito respostas até dia 25 de Setembro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?

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