Neste mês de Dezembro, ocorre o 1º centenário do nascimento do poeta Alexandre O´Neill, figura ímpar da poesia portuguesa do século XX. Nasceu a 19 de Dezembro de 1924, em Lisboa, e morreu a 21 de Agosto de 1986, na mesma cidade.
Parque dos Poetas em Oeiras
Escultura de Francisco Simões
Precursor do surrealismo em Portugal, poeta do realismo e do concretismo, provocador e irónico. O´Neill tocava o absurdo e o lugar comum com trocadilhos geniais. Num jogo lúdico e lúcido de palavras, falava de coisas sérias: do medo, do amor, de Portugal.
O´Neill era um poeta de Lisboa. Boémio assíduo, conversador de tertúlias, vagueava pelas ruas, de caderninho na mão, a tomar nota dos “pequenos absurdos do quotidiano”. Queria ver de perto a “patriazinha iletrada”, apanhar-lhe os ridículos e parodiar os brandos costumes.
Tratava o material recolhido com a mais fina das ironias, em trocadilhos certeiros e mordazes, num discurso povoado de neologismos, calão, gíria e tudo o mais que pudesse tirar os portugueses do sério. Ele que se dizia “um grande poeta menor”, que gostava de sublinhar a inutilidade da poesia, foi neste ofício que se manteve até à morte, em 1986.
Antes de chegar a poeta, O´Neill, que reprovara nos exames e abandonara os estudos, aprendeu a viver de biscates e do que escrevia. Foi escriturário, empregado de seguros, tradutor de romances, de poesia e de manuais científicos, colaborador de jornais e revistas, autor de textos para cinema e teatro, televisão e rádio, letrista de fados e um dos mais importantes criativos publicitários. É dele o genial “Há mar e mar, há ir e voltar”, slogan com direito a figurar no dicionário de provérbios portugueses.
Autodidata, individualista e provocador, via-se essencialmente como um realista, que “apenas registava o aqui e o agora”. Sem misticismos, porque “detestava o que chamava de mistério da poesia”, percorria temas como o amor, o medo e a solidão. Mas Portugal, “país pobrete e nada alegrete”, era recorrente nos versos que fazia. Um adeus português é o mais famoso, como recorda Maria Antónia Oliveira, especialista da obra de Alexandre O´Neill, o poeta “caixadóclos”.
Este mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, no final, o título (4 palavras nas Horizontais) de uma obra do poeta português Alexandre O´Neill (1924-1986).
HORIZONTAIS: 1 – Sonhador [figurado]; Suave. 2 – Pessoa muito bela [figurado]. 3 – Sufixo nominal, de origem latina, que tem sentido diminutivo, por vezes pejorativo; Grémio [figurado]; Você [Cabo Verde]. 4 – Orvalho [regionalismo]; Estima; Andar. 5 – Liga; Bolsa. 6 – Suspensa. 7 – Martirizo; Aspecto. 8 – Sufixo nominal utilizado na terminologia geológica para exprimir a ideia de rocha; Início; Modo [figurado]. 9 – Preposição que designa assunto; Chama; Quando. 10 – Ouvidos. 11 – Marcas [figurado]; Guarda.
VERTICAIS: 1 – Plana; Quintais. 2 – Enfade. 3 – Pertences; Clara; Sufixo nominal, de origem latina, que exprime a ideia de semelhança. 4 – Haver; Antepassado [Timor-Leste]; Estou com muita fome [Brasil]. 5 – Âmbito; Inches. 6 – Excelente. 7 – Apura [figurado]; Mira. 8 – Muitos [figurado]; Graça [figurado] Porcelana antiga de cor amarela e de origem chinesa. 9 – Preposição que designa estado; Predestinas; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de substituição. 10 – Pedaços. 11 – Salvo; Fim [figurado].
Dicionário adoptado: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao
Produções AlegriaBreve http://alegriabreve47.blogspot.pt/
O problema não segue, ainda, o novo Acordo Ortográfico
Aceito respostas até dia 25 de Dezembro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes.
Vemo-nos por aqui?