Kierkegaard escreveu: «quando a minha oração se foi tornando cada vez mais devota, comecei a ter cada vez menos o que dizer. Por fim, fiquei em silêncio total. Tornei-me no que porventura ainda é um grande oponente à conversa, tornei-me em alguém que escuta. Inicialmente pensava que rezar era falar; aprendi, porém, que rezar não é apenas ficar em silêncio, mas escutar. Então é assim: rezar não é apenas ouvirmo-nos a falar. Rezar é ficar em silêncio e estar em silêncio, e esperar até que o Deus que reza escute».
Também Sophia nos fala do silêncio que ouve, no poema "O silêncio eloquente de uma catedral":
Escuto mas não sei
Se o que oiço é silêncio
Ou Deus (…)
Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco.
Sophia de Mello Breyner
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