sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Palavras Cruzadas com História

O Ano da Morte de Ricardo Reis”, de José Saramago, é considerado por muitos (onde eu me incluo) um romance notável. Já li três vezes, embora a primeira vez (em Março de 1986) não conte, porque, à data, eu pouco sabia sobre a heteronomia do poeta Fernando Pessoa. O que é fundamental para fruir completamente a leitura deste romance. Revisitei-o, agora, na companhia dos meus amigos do Grupo de Leitura, da Casa Roque Gameiro. 

José Saramago foi muito engenhoso na construção da narrativa, assente em duas vertentes. 

Por um lado, havia um enigma por decifrar. Fernando Pessoa escrevera, em 13/1/1935, que Ricardo Reis vivia no Brasil desde 1919. Mais nada se sabia. Ora, Saramago faz regressar Ricardo Reis a Lisboa no dia 30 de Dezembro de 1935, precisamente um mês depois da morte de Pessoa. 

Por outro, Saramago admirava muito Fernando Pessoa e era um grande leitor da poesia que muito apreciava. Porém, alguns poemas de Pessoa deixavam-no nervoso. E um deles era de Ricardo Reis: “Sábio é o que se contenta com o espectáculo do Mundo”. Saramago não concorda e pergunta: “Contemplar é sábio?” E lança-lhe um desafio, desassossega-o. 

E o que faz Saramago? Põe Ricardo Reis, que não existe, existente, e o Fernando Pessoa, já morto, vivo. Depois, fá-los interagir. Saramago cria a sua versão alternativa da história, a que poderia ter sido. Era o que Saramago achava que se tinha de fazer. E, então, mostra-lhe o espectáculo do Mundo no ano de 1936, o ano em que se gera o nazismo, o fascismo, que começa a Guerra Civil na Espanha, a Mocidade Portuguesa, a Legião Portuguesa,  em que estão a começar todas essas ditaduras e tragédias que atravessaram o séc. XX.

O meu desafio que aqui deixo agora é resolver este problema de Palavras Cruzadas e, no final, descobrir, na diagonal, os nomes das duas personagens femininas principais de “O Ano da Morte de Ricardo Reis”.


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HORIZONTAIS: 1 – Pequenos pães de farinha ordinária; Paul. 2 – Padroeiro; Protozoário livre, comensal ou parasita, constituído por uma única célula nua que muda de forma… 3 – Érbio [símbolo químico]; Sacrifica; Gume. 4 – Dividir ao meio; Canoa estreita, de remos, leve e rápida, de uso nos desportos náuticos. 5Associação Académica de Coimbra [sigla]; Acontecer; Legar. 6 – Indignai; Provi de abas. 7 – Apareces. 8 – Aqueles; Responsável; Grito de dor ou alegria; Aquelas. 9 – Tonel; Monarcas. 10 – Existe; Falso; Alcoólicos Anónimos [sigla]. 11 – Vadiagens.

VERTICAIS: 1 – Obra em verso; Coelho da (…), rua de Lisboa, onde se situa a casa onde o poeta Fernando Pessoa viveu os seus últimos anos de vida. 2 – Aparelhai; Transpira. 3 – Contracção da preposição de + o artigo definido ou pronome demonstrativo a; Amargo. 4 – Proceder; Puro. 5 – Modo [figurado]; Segure; Nota musical. 6 – Vazio; Nenhum. 7 – Graça [figurado]; Porto abrigado por terras mais ou menos altas; Prefixo que exprime a ideia de dois, duplicidade. 8 – Preferi; Beirense. 9 – Raiz; Composição poética lírica de assunto elevado, própria para ser cantada [plural]. 10 – Sacudi; Camareira. 11 – Ócio; Queimar.

Clique Aqui para ver e imprimir.

Aceito respostas até ao dia 24, através do chat do FB ou do meu endereço electrónico: boavida.joaquim@gmail.com. No dia seguinte, apresentarei a solução, assim como os nomes dos decifradores.

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