quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O poeta, o criado e o burro

(Foto do Google)
O homem que está cima de um burro é esse mesmo que estás a pensar: o poeta José Régio. A sua faceta de coleccionador de arte sacra e popular ficou na história. Quando o poeta foi para Portalegre, para ser professor de Português e Francês no Liceu, ficou hospedado num quarto de uma pensão. Depois, à medida que a colecção ia aumentando, o espaço alugado foi alargando sempre até ao dia em que o poeta ficou proprietário da totalidade do prédio. 

Hoje, é a Casa Museu José Régio em Portalegre. Lá podemos ver a grande maioria do acervo artístico que o poeta foi adquirindo ao longo dos cerca de 40 anos que foi aqui professor. Muitas das peças mantêm ainda o lugar determinado pelo poeta antes de regressar a Vila do Conde, sua terra natal. 

Muitas compras eram feitas nas aldeias ao redor da cidade de Portalegre, que o poeta percorria, aos fins de semana, muitas vezes de burro, acompanhado por um criado. Regateava muito a compra das peças. Para bom sucesso da estratégia, recomendava ao criado que o acompanhava: “Nunca me trates por Doutor, senão eles pedem-me muito dinheiro!”.

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