sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

"Percam-se as causas, salvem-se os princípios"


Mouzinho da Silveira, aqui retratado numa nota de 500$00 de boa memória, foi um estadista e político português, uma das personalidades maiores da Revolução Liberal de 1820.

José Xavier Mouzinho da Silveira nasceu em Castelo de Vide em 12 de Julho de 1780 e morreu em Lisboa em 4 de Abril de 1849. Era um homem com fama de enérgico, rude, seco, independente, mas de uma grande seriedade. Nasceu uns anos antes da Revolução Francesa (1789) e morreu 2 anos antes da Regeneração (1851). É difícil escolher um período tão mau para viver! Tempo dramático. “eu vim ao Mundo para assistir às mudanças que hão-de transformar o Mundo”, disse ele. 

Licenciou-se em Direito. Foi juiz em Marvão e em Setúbal. Aqui casou com uma filha de um pescador. Era maçónico. Manteve-se afastado da Politica até bastante tarde. Só por volta dos 40-50 anos foi chamado para a Politica, depois da Revolução Liberal de 1820. Veio para a Política pela mão de Manuel Fernandes Tomás, homem seriíssimo. Tão sério que, passados 2 anos, veio a morrer de fome, por causa de uma lei que ele mesmo fez publicar a proibir a remuneração dos cargos políticos!

Mouzinho da Silveira entrou, assim, para a Política pela mão de Manuel Fernandes Tomás, a principal figura da Revolução Liberal. E com muito sucesso, primeiro como Administrador da Alfândega.

Entretanto, as Cortes exigiram o regresso do rei D. João VI a Portugal. Mouzinho da Silveira foi para o Governo, para a pasta das Fazenda. Está no Governo quando acontece a Vilafrancada. É preso no Castelo de São Jorge. Depois, com a Abrilada ele volta ao Governo. Como era pedreiro-livre veio a ser dispensado pelo Rei D. João VI.

O terror Miguelista leva-o até Paris, para estudar Filosofia, onde está 3 anos. D. Pedro IV chama-o a Londres. Depois, acompanha-o até aos Açores, onde faz parte do Governo Sombra, na pasta da Fazenda e da Justiça. Febrilmente, inicia a sua produção legislativa. 20 e tal Decretos…Legisla, legisla…

Porém, Mouzinho da Silveira foi muito atacado numa polémica à volta do Vinho do Porto. Ele opunha-se à venda forçada do vinho, para gerar receitas, por entender que a propriedade privada é inviolável. “Percam-se as causas, salvem-se os princípios”, disse ele a propósito. Retirou-se da politica, vivendo os últimos dez anos da sua vida afastado dela. Foi um grande arquitecto, entre outros, da sociedade que saiu da Revolução Liberal. Um homem de princípios!

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