Anos a fio, percorri da rua Barbosa du Bocage, em Lisboa, curvando-me à memória do grande poeta, do Elmano Sadino.
Foram 16 anos, a caminho do meu emprego, uma vez de manhã, outra à tarde. A rua é uma perpendicular à Av. da República e o troço que percorria, inviavelmente, todos os dias, era, exactamente, aquele que se situa entre a Av. Defensores de Chaves e a Rua Arco Cego.
Foram 16 anos, a caminho do meu emprego, uma vez de manhã, outra à tarde. A rua é uma perpendicular à Av. da República e o troço que percorria, inviavelmente, todos os dias, era, exactamente, aquele que se situa entre a Av. Defensores de Chaves e a Rua Arco Cego.
Hoje, passei lá novamente, e olhei, com mais atenção, para a placa toponímica que anuncia o nome da rua. Espantado, li Barbosa du Bocage (1823-1907), Zoólogo e Político.
Li bem? Então, não é o poeta, “Já Bocage não sou!... À cova escura / Meu estro vai parar desfeito em vento...” ?. Não, este Barbosa du Bocage, o da rua que me é tão familiar, não é o nosso grande e admirado poeta. Santa ignorância!
Afinal, este senhor, o da rua Barbosa du Bocage, chama-se José Vicente Barbosa du Bocage (1823-1907), Foi um zoólogo e politico português. Foi curador do Museu de história Natural de Lisboa. Publicou extensa obra sobre mamíferos, aves e peixes. Na década de 1880 foi Ministro da Marinha e, mais tarde, Ministro dos Negócios Estrangeiros. Em 1905, por decreto governamental, a secção de zoologia do Museu Nacional de Lisboa foi nomeada como “Museu José Vicente Barbosa du Bocage” em sua honra. Mas, que se saiba, este não poetava.
Ah, já me esquecia de dizer. José Vicente Barbosa du Bocage era primo em segundo grau do poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage. Vá lá, nem tudo se perdeu!
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