sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Os campos d´Atalaia

Trago os tordos na cabeça desde os campos
d’Atalaia para pôr neste poema —
o vento deixava-nos à porta
ora uma luz rasteira ora um esfarelado
chiar de carros de feno,
dos ramos altos
a tarde caía nos cabelos,
vivíamos sem pressa rente aos lábios.

Eugénio de Andrade, in “O Peso da Sombra”

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