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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Ruy Belo - Portugal hoje


(Desenho de Francisco Simões)


O poeta Ruy Belo faria hoje 83 anos. Viveu breve. Quando morreu, tinha 45 anos.
  
Apesar do curto período de actividade literária, Ruy Belo tornou-se um dos maiores poetas portugueses da segunda metade do século XX, tendo as suas obras sido reeditadas diversas vezes.

Se fosse vivo, que opinião teria hoje o poeta sobre o seu país?


Portugal Futuro

O portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
portugal será e lá serei feliz
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o portugal futuro

Ruy Belo 

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Devaneios Cruzadísticos - Luísa Lopes da Silva (Isa)

"Folha Agreste" é o título do livro de poesia da charadista Luísa Lopes da Silva (1924-2012), conforme pedido com a resolução do passatempo do mês de Fevereiro.

Esta é a solução completa do problema:


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Respostas de: Aleme; Anjerod; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita; Baby; Caba; Corsário; Filomena Alves; Fumega; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; João Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; José Mendes Grilo; Lindamor; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Manuel Carrancha; Mister Miguel; Olidino; Osair Kiesling; Raquel Atalaya; Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Salete Saraiva e Virgílio Atalaya.

Até breve! 

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Pus a mão na de Deus

Fernando Pessoa, em 1930, neste poema inesperadamente fresco e simples, que lembra Antero de Quental, confessava: 

Quanto fui peregrino


Quanto fui peregrino
Do meu próprio destino!
Quanta vez desprezei
O lar que sempre amei!
Quanta vez rejeitando
O que quisera ter,
Fiz dos versos um brando
Refúgio de não ser!

E quanta vez, sabendo
Que a mim estava esquecendo,
E que quanto vivi —
Tanto era o que perdi —
Como o orgulhoso pobre
Ao rejeitado lar
Volvi o olhar, vil nobre
Fidalgo só no chorar...

Mas quanta vez descrente
Do ser insubsistente
Com que no Carnaval
Da minha alma irreal
Vestira o que sentisse
Vi quem era quem não sou
E tudo o que não disse
Os olhos me turvou...

Então, a sós comigo,
Sem me ter por amigo,
Criança ao pé dos céus,
Pus a mão na de Deus.
E no mistério escuro
Senti a antiga mão
Guiar-me, e fui seguro
Como a quem deram pão.

Por isso, a cada passo
Que meu ser triste e lasso
Sente sair do bem
Que a alma, se é própria, tem,
Minha mão de criança
Sem medo nem esperança
Para aquele que sou
Dou na de Deus e vou.


Fernando Pessoa, 7-10-1930

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

1º Centenário do Nascimento de Vergílio Ferreira


Lançamento do Inteiro Postal, Selo e Carimbo CTT alusivo às comemorações do Centenário do Nascimento de Vergílio Ferreira.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Devaneios Cruzadísticos - Luísa Lopes da Silva

O passatempo do mês de Fevereiro é dedicado a Luísa Lopes da Silva (Isa), distinta charadista, que eu não tive o privilégio de conhecer. Por isso, o texto que segue é da autoria da minha amiga e confreira Deolinda Milhano (Lindamor). Obrigado, amiga, por ter aceitado o meu convite. 


«Luísa Lopes da Silva nasceu na Carregueira, concelho da Chamusca, a 30 de Maio de 1924. Com cinco anos foi para Portalegre, cidade a que dedicou uma vida e de onde partiu para o além a 1 de Abril de 2012, quase aos 88 anos. 

Influenciada pelas revistas a que tinha acesso, muito jovem se dedicou ao charadismo. Sob o pseudónimo “Isa” colaborou nas diversas revistas e boletins charadísticas que se produziam em Portugal e no Brasil. Não faltava a um encontro anual do Dia Nacional do Charadismo, fosse em Lisboa, no Porto em Braga ou noutro qualquer ponto do País. Organizou vários encontros em Portalegre (1962, 1986, 1992, 2004, 2008) como principal, ou quase única, impulsionadora e responsável. 

Cativou gentes para a arte charadística levando-as a entrar nessa perícia cultural. Gostava de escrever e receber cartas e era essencialmente com os charadistas de Portugal e do Brasil que mantinha assídua e calorosa correspondência.

Mulher lutadora, não se dedicou somente à leitura de bons livros. Ela própria é autora de algumas obras entre elas três livros de Poesia.

Após se reformar, da Função Pública, não parou. Vasta a colecção de quadros bordados a ponto matiz que saíram das suas mãos com os quais fez exposições. Também da habilidade de seus dedos saiu bordado o estandarte do Charadismo».


O desafio deste mês é, pois, resolver este passatempo de Palavras-Cruzadas e, no final, descobrir o título (2 palavras, nas horizontais) de um livro de poesia de Luísa Lopes da Silva (1924 – 2012).


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HORIZONTAIS: 1 – Sério; Jornal. 2 – Impulso; Sacrifício [fig.]. 3 – Prostíbulo; Empunhei. 4 – Ruim; Salubre; Outra coisa [antiq.]. 5 – Siga; Consumo [fig.]. 6 – Sibila; Baía pequena. 7 – Aconteceu; Indivisível. 8 – Suceder; Lancinante; Brisa. 9 – Timão do arado; Rústico. 10 – Transmitirá; Atormentam [fig.]. 11 – Jeitoso; Mancha [fig.]. 

VERTICAIS: 1 – Sossego; Ciumenta. 2 – Fica louco; Partes. 3 – Comercial; Pertenci; Reza. 4 – Sulcas; Simples; Prefixo que exprime a ideia de movimento. 5 – Templo; Interjeição usada para interromper. 6 – Dá; Está iminente. 7 – Graceja; Paixão. 8 – Aqueles; Elemento de formação de palavras que significa de ambos os lados; Nada. 9 – Mau humor [fig.]; Cólera; Dia. 10 – Saudação; Descrente. 11 – Grainha seca; Agitei.

Clique Aqui  para imprimir.

Aceito respostas até dia 20 de Fevereiro, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes.

Vemo-nos por aqui.