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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Devaneios cruzadísticos │Fernão de Magalhães

"Todos os Santos" é o nome do estreito que hoje tem o do navegador português Fernão de Magalhães (1480 - 1521), pedido com a resolução do passatempo referente ao mês de Outubro.

Curiosamente, no passado dia 21 passaram 500 anos que Fernão de Magalhães, na sua viagem épica, encontrou, finalmente, a passagem que o levaria, a ele e aos seus homens. ao outro lado do oceano. Foi no dia 21 de Outubro de 1520.

No dia 1 de Novembro começou a travessia do estreito, baptizado de “Todos os Santos” (hoje, Estreito de Magalhães). A travessia levou 27 dias. Ao chegarem ao novo oceano deram-lhe o nome de “Pacífico”, por suas águas calmas. O navegador português abarcou "A terra inteira com o seu abraço", nas palavras do poeta Fernando Pessoa.


Recebi respostas de: 
Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Baby; Caba; Candy; Corsário; Dupla Algarvia (Anjerod e Mister Miguel); El-Danny; El-Nunes; Fernando Semana; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Julieta; Juse; Madobar; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Manuel Carrancha; Manuel Ramos; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Olidino; O. K.; Paulo Freixinho; Par de Pares; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Salete Saraiva; Seven; Socrispim; Somar; Virgílio Atalaya e Zabeli.

Grato a todos.
Até ao próximo!

domingo, 25 de outubro de 2020

Neste dia, a 25 de Outubro de 1495

Neste dia, a 25 de Outubro de 1495, faleceu no Alvor, supostamente envenenando, D. João II, morreu sem atingir o seu objectivo, chegar à Índia por via marítima. Considerado por uns um facínora por ter delogado D. Fernando II, duque de Bragança e por apunhalar o seu primo D. Diogo, Duque de Viseu, e por outros considerado o maior estadista do séc. XV, pois foi no seu reinado que se abriu os caminhos para o reinado seguinte, dobrou-se o cabo da Boa Esperança por Bartolomeu Dias em 1488 e chegou-se à Índia a pé, por Pero da Covilhã e onde se assinou o primeiro tratado global

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Foi há 500 anos

Foi no dia 21 de Outubro de 1520 que Fernão de Magalhães conseguiu atingir o seu ponto máximo da expedição. Faz hoje 500 anos, precisamente!

Um pequeno extrato da entrevista ao historiador José Manuel Garcia, autor do livro "Fernão de Magalhães - Herói, Traidor ou Mito: a história do primeiro homem a abraçar o mundo."

«Faz nesta quarta-feira 500 anos que Fernão Magalhães entrou no estreito que hoje tem o nome dele - a ligar o Atlântico ao Pacífico, através do atual Chile. Foi o ponto-chave da extraordinária viagem deste português ao serviço de Espanha?

Foi. Podemos dizer que foi o coroar da vitória da tão procurada ligação, ou passagem, entre o Atlântico e o Pacífico. Fernão de Magalhães comprometeu-se perante o imperador Carlos V - Carlos I de Espanha - a que, tal como os portugueses tinham encontrado no cabo da Boa Esperança uma ligação entre o Atlântico e o Índico, ele conseguiria encontrar, mais ou menos pela mesma latitude - por volta de 34/35 graus, que seria na zona do rio da Prata - uma passagem que desse ligação do Atlântico para o Pacífico. Não encontrou aí, mas muito mais a sul. A 52/53 graus, muito mais longe, e com muito sacrifício, mas Fernão de Magalhães estava mesmo decidido a ir até aos 75 graus - isto é preciso saber as latitudes para se compreender de facto que foi um feito fantástico. Ele com todas as condições adversas conseguiu, no dia 21 de outubro de 1520, atingir o seu ponto máximo da expedição. Porque há duas grandes fases na expedição de Fernão de Magalhães. A primeira é descobrir a passagem e, depois, a seguir, é aproveitar a sequência da passagem e descobrir o maior oceano da Terra, o Pacífico. Portanto, são duas grandes ações. Dois grandes descobrimentos que ele realiza e que lhe permitem coroar de êxito a sua viagem. 

Mas antes de chegar ao Pacífico - que batiza assim - Magalhães tem de fazer cerca de 600 quilómetros no estreito. O professor esteve lá nesse estreito e esteve lá mais ou menos nesta altura, em outubro. É primavera austral mas, mesmo assim, é muito frio.

É, é muito difícil de suportar aquele clima, porque está por volta de zero graus - um bocadinho mais de zero graus - mas comparado com aquilo que eles já tinham sofrido na atual Argentina até não era nada mau. E, portanto, digamos que eles tinham estado à espera na Argentina de condições favoráveis para poderem enfrentar, e poderem navegar - porque enquanto eles estiveram à espera, digamos, do que chamavam o verão, não podiam movimentar-se na Argentina. Praticamente só no dia 18 de outubro é que eles saem da Argentina e conseguem, finalmente, no dia 21, chegar ao estreito hoje no Chile. Porque as condições eram muito más. Aquelas montanhas, do estreito de Magalhães, estão todas cobertas de neve. Portanto aquilo é tudo complicado, um vento muito forte, correntes muito fortes - embora o estreito de Magalhães seja razoavelmente largo, exceto na entrada que é mais estreita, mais ou menos a distância que vai de Belém à Trafaria, na foz do Tejo. Dá para passarem perfeitamente os navios. Portanto, são as condições atmosféricas e as correntes marítimas que, nesses 600 quilómetros, tornam difícil a navegação. E, sobretudo, porque tem muitas ilhas e tem muitos contornos difíceis, mas, mesmo assim, os navios, com a mestria de Fernão Magalhães e dos seus pilotos, conseguiram. (...)»

Fonte: JN, de 21 de Outubro de 2020

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Devaneios cruzadísticos │Fernão de Magalhães

FERNÃO DE MAGALHÃES

No valle clareia uma fogueira.
Uma dança sacode a terra inteira.
E sombras disformes e descompostas
Em clarões negros do valle vão
Subitamente pelas encostas,
Indo perder-se na escuridão.

De quem é a dança que a noite aterra?
São os Titans, os filhos da Terra
Que dançam da morte do marinheiro
Que quiz cingir o materno vulto-
Cingil-o, dos homens, o primeiro-
Na praia ao longe por fim sepulto.

Dançam, nem sabem que a alma ousada
Do morto ainda comanda a armada,
Pulso sem corpo ao leme a guiar
As naus no resto do fim do espaço:
Que até ausente soube cercar
A terra inteira com seu abraço
.

Violou a Terra. Mas eles não
O sabem, e dançam na solidão;
E sombras disformes e descompostas,
Indo perder-se nos horizontes,
Galgam do vale pelas encostas
Dos mudos montes.


Este mês, o AlegriaBreve dá a palavra ao poeta Fernando Pessoa, para nos falar do homenageado - Fernão de Magalhães - evocando a viagem de circum-navegação, ocorrida há 500 anos.

Este poema está na "Mensagem", de Fernando Pessoa, dedicado, justamente,  a Fernão de Magalhães. O poeta evoca a figura do navegador português que, em 1519, iniciou a viagem de circum-navegação, ao serviço do rei de Espanha, Carlos V. 

Recriando um cenário que mais não é que uma dança fúnebre - "que dançam na morte do marinheiro" - o poema pretende sublinhar que o espírito aventureiro de Fernão de Magalhães persiste, mesmo para além da contingência da morte - "a alma ousada/Do morto ainda comanda a armada"

Embora morto, o "ausente", já "sem corpo", o navegador continua a abarcar " A terra inteira como seu abraço", pelo que o seu propósito aventureiro - provar que a terra era redonda - perdura para além dele, vencendo a própria morte : "Violou a Terra. Mas eles não/O sabem, e dançam na solidão

Só sublinhar ainda que Magalhães é, segundo alguns historiadores, "uma das figuras mais fascinantes dos Descobrimentos", mas existem muitas incertezas à volta da sua pessoa.  Basta uma busca rápida na Internet e lá está: o navegador português Fernão de Magalhães, o homem que lançou aquela que foi a primeira viagem marítima à volta do mundo, terá nascido na aldeia de Sabrosa, em Trás-os-Montes. Erro, dizem alguns historiadores. Os arquivos portugueses sobre ele "estão por estudar" e podem esclarecer muitos mistérios.

Este aparente desinteresse por Fernão de Magalhães pode explicar-se, segundo Michel Chandeigne, pelo facto de "ele ser uma espécie de anti-herói, tanto em Portugal como em Espanha". Em Portugal "era visto como um traidor", por ter ido oferecer os seus serviços ao rei espanhol, e em Espanha era visto como um navegador que falhou, não tendo conseguido regressar da viagem pelo Ocidente até às Molucas, por mares não reservados aos portugueses no Tratado de Tordesilhas (morreu em combate com indígenas nas Filipinas).

Convido, assim, os meus amigos a resolver este problema e, no final, encontrar o primeiro nome (3 palavras nas horizontais) do estreito que hoje tem o do navegador português Fernão de Magalhães (1480 – 1521).


HORIZONTAIS: 1 – Listas; Inteiros. 2 – Impugnei; Ingénua. 3 – Simples; Bar; Orvalho [regionalismo]. 4 – Aqueles; Ordinário; Ermo. 5 – Seta; Levantes. 6 – Nada; Âmbito. 7 – Gira; Dólmen [regionalismo]. 8 – Significas; Cerco; Sopro. 9 – A massa popular [figurado]; Abundância; Uno. 10 – Puros; Consentimento [figurado]. 11 – Pronunciados; Salva.

VERTICAIS: 1 – Bisonhos; Limpo. 2 – Juntar; Ressumar. 3 – Vesti; Administrar; Antiga moeda da Índia equivalente a 1/16 da rupia. 4 – Aquelas; Braços; Planta liliácea oriunda da China. 5 – Raiz; Momentos. 6 – Toque; Sujeitas. 7 – Horário; Acontecer. 8 – Palavra que, no dialecto provençal, significava sim; Trabalho de noite; Mais [antiquado]. 9 – Condolência; Essência; Pessoa estranha [figurado]. 10 – Sem juízo [figurado]; Estimas. 11 – Empregos [Angola]; Armadilha [figurado].

Clique  Aqui para abrir e imprimir o PDF.



Aceito respostas até dia 25 de Outubro, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?