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quarta-feira, 26 de março de 2025

Devaneios cruzadísticos – Camilo Castelo Branco (revisitado)

"A Queda dum Anjo" é o título de uma obra do escritor português Camilo Castelo Branco (1825-1890), pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Março de 2025.


Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; Donanfer II, El-Danny; Elvira Silva; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Sepol; Seven; Socrispim; Solitário; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli

Obrigado a todos. Até breve!

quarta-feira, 19 de março de 2025

Filho és, pai serás

Neste Dia do Pai, um beijinho para o céu.



Eneias carregando às costas seu pai Anquises, in Largo do Plátanos, Jardim do Palácio de Queluz.


Nos velhos tempos havia uma terra onde
os filhos costumavam levar os pais velhos,
que já não podiam trabalhar,para o cimo
de um monte, onde ficavam sozinhos, para
morrer à míngua. Certa vez ia um moço do
lugar levando o velho pai às costas,para
abandoná-lo.Chegando ao ponto em que
ia deixar o ancião, colocou-o no chão e
deu-lhe uma manta para que se abrigasse
do frio até a hora da morte.
E o velho perguntou :
- Tens por acaso uma faca contigo?
- Tenho, sim senhor.Para que a quer?
-Para que cortes ao meio esta manta
que me estás dando. Guarda a outra
metade para ti, quando teu filho te
trouxer para este lugar.
O moço ficou pensativo. Tomou o pai
às costas e voltou com ele para casa,
fazendo assim, com que o horrível
costume desaparecesse para sempre.

Filho és, pai serás,como fizeres,assim acharás.


Fábula de tradição portuguesa
do livro Fábulas do Mundo Inteiro

sábado, 1 de março de 2025

Devaneios cruzadísticos – Camilo Castelo Branco (revisitado)

Neste mês de Março, precisamente no dia 16, ocorre o 2º centenário do nascimento do escritor Camilo Castelo Branco, um dos maiores prosadores portugueses de todos os tempos. Nasceu em Lisboa no dia 16 de Março de 1825 e morreu em sua casa, em São Miguel de Seide, Vila Nova de Famalicão, em 1 de Junho de 1890.

Com uma vida muito atribulada, atormentada até, Camilo começou, a partir de 1865, a sofrer de graves problemas visuais, impedindo-o de ler e trabalhar capazmente, mergulhando-o cada vez mais nas trevas e num desespero suicidário. Ao longo dos anos, Camilo consultou os melhores especialistas em busca de uma cura, mas em vão. 

A 1 de Junho de 1890, o Dr. Magalhães Machado, um médico de reconhecidos méritos, visitou o escritor em Seide. Depois de lhe examinar os olhos condenados, o médico, com alguma diplomacia, recomendou-lhe o descanso numas termas. Quando Ana Plácido, a sua companheira, acompanhava o médico até à porta, eram três horas e um quarto da tarde, sentado na sua cadeira de balanço, desenganado e completamente desalentado, Camilo Castelo Branco atravessou a cabeça com um tiro e, assim, pôs termo à sua triste peregrinação pelo mundo.

Nos últimos tempos, Camilo já não escrevia, ditava apenas, Ana Plácido escrevia. Podemos ler as suas últimas palavras no terceto do soneto "Epílogo":

(...)
E eu, que tanto carpi os condenados,
Os cegos—os supremos desgraçados!—
Já lagrimas não tenho para mim
!


Camilo não acreditava em nada. Um homem pode viver sem companhia, às vezes pode viver quase sem pão, o que não pode viver é sem qualquer coisa em que acredite. Foi este o seu verdadeiro drama.

E, todavia, Camilo foi, sem dúvida nenhuma, um dos escritores mais prolíferos e marcantes da literatura portuguesa, deixando-nos uma vastíssima obra literária.

No dia 8 de Maio de 2015, visitei a Casa de Camilo (a residência do escritor nos últimos anos da sua vida) na companhia dos meus amigos dos livros, no final da leitura do livro que aqui é pedido com a resolução do problema deste mês.


Convido, assim, os meus amigos a solucionar este passatempo de palavras-cruzadas e, no final, encontrar o nome do tal livro (4 palavras nas horizontais), deste genial escritor português que foi Camilo Castelo Branco (16/3/1825 – 1/6/1890).


HORIZONTAIS: 1 – Aspecto; Interjeição indicativa de saudação [Brasil]. 2 – Princípio [figurado]. 3 – Descanso; Camarada. 4 – Passado; Toque; Suavidade [figurado]. 5 – Vestígio; Fim; Apenas. 6 – Embriaguez [popular]; Bagos. 7 – Símbolo de prata; Voraz; Sufixo nominal, de origem latina, que exprime a ideia de semelhança. 8 – Contracção de de+um; Liga; Indigna. 9 – Cortinas; Desapareces [Angola]. 10 – Grosseira [coloquial, depreciativo]. 11 – Bocadinho [popular]; Pessoa extremamente bondosa [figurado].

VERTICAIS: 1 – Finta [Angola]; Sucede. 2 – Iluda [regionalismo]. 3 – Singular [figurado]; Pessoa teimosa [figurado]. 4 – Sulco; Pois; Espírito [figurado]. 5 – Custosa; Símbolo de bóhrio. 6 – Trabalhe de noite; Disparo. 7 – Prefixo que exprime a ideia de intensidade; Cria. 8 – Aquele que pertence a um dos grupos que constituem os Ciganos; Pessoa estranha [figurado]; Grita. 9 – Erguem; atractivo. 10 – Então. 11 – Maço [Brasil]; Fatigado

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF com o passatempo.

Produções AlegriaBreve http://alegriabreve47.blogspot.pt/ 

O problema não segue, ainda, o novo Acordo Ortográfico


Aceito respostas até dia 25 de Março, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Devaneios cruzadísticos │ Horácio Bento de Gouveia

"Alma negra e outras almas" é o título de uma obra do escritor português Horácio Bento de Gouveia (1901-1983), pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Fevereiro de 2025.


Magno │Amadora

Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; Donanfer II, El-Danny; Elvira Silva; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Sepol; Seven; Socrispim; Solitário; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

Obrigado a todos. Até breve!

sábado, 1 de fevereiro de 2025

Devaneios cruzadísticos │ Horácio Bento de Gouveia

Coonvido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, no final, o título (5 palavras nas Horizontais) de uma obra do escritor, poeta, jornalista e professor de português Horácio Bento de Gouveia (1901-1983).


Magno Amadora

HORIZONTAIS: 1 – Forma; Acertais. 2 – Agrupamento de gente; Variedade de azeitona. 3 – Arcada; Oceano. 4 – Espingarda de fuzil, curta e grossa; Qualquer. 5 – Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de substituição; Símbolo de cobalto; Sopro. 6 – Ponta do galho de veado quando partido. 7 – Extraterrestre [sigla]; Símbolo de rádio; Interesses Minoritários [Economia, sigla]. 8 – Posição; Diferentes. 9 – Riso; Pele de cordeiro nonato, de pêlo muito frisado, da raça caraculo. 10 – Bases; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de audição. 11 – Ruídos; Retumbas.

VERTICAIS: 1 – Armadilho [Brasil]; Leis. 2 – Unidade monetária da Turquia [plural]; Trinado. 3 – Fofos; Poder. 4 – Airo; Anfíbio anuro, nativo da América do Sul… [Brasil]; Prefixo que exprime a ideia de junção. 5 – Resto de um dente que ficou na gengiva; Ala [Arquitectura]. 6 – Andava; Aqueles. 7 – Alna; Abioto. 8 – Como; Carácter [figurado]; Interjeição imitativa do ruído produzido pela queda de um corpo. 9 – Fractura; Ourado. 10 – Danada; Agradável [figurado]. 11 – Fechara [Guiné-Bissau]; Justos.

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF com o passatempo.


O problema não segue, ainda, o novo Acordo Ortográfico


Aceito respostas até dia 25 de Fevereiro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?

domingo, 26 de janeiro de 2025

Devaneios cruzadísticos │ Luís de Camões (revisitado)

"Verdes são os campos" (para ver o vídeo, pode clicar no link) é o título de um poema do poeta português Luís de Camões (1524 ou 1525 - 1579 ou 1580), pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Janeiro de 2025.


José Bento │Amadora

Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; Donanfer II, El-Danny; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Sepol; Seven; Socrispim; Solitário; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

Obrigado a todos. Até breve!

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Devaneios cruzadísticos │ Luís de Camões (revisitado)

A vida de Luís Vaz de Camões - aquele que é o expoente máximo da história da literatura e da lingua portuguesa - continua envolta em incógnitas e incertezas. A começar pela data e local do seu nascimento.

A sua data de nascimento terá ocorrido no 1524 ou 1525, não há certeza absoluta. Por essa razão, as comemorações dos 500 anos do nascimento do ilustre poeta prolongam-se durante dois anos, a partir do dia 10 de Junho de 2024 e até ao dia 10 de Junho de 2026.

Assim, e para começar o ano de 2025, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, no final, o título (4 palavras nas Horizontais) de um poema do poeta portutuguês Luís de Camões, mais tarde musicado por José Afonso e cantado, entre outros, por Teresa Silva Carvalho.

José Bento Amadora

HORIZONTAIS: 1 – Preclaro; Divulgar notícias sem fundamento. 2 – Ferimento [linguagem infantil]; Chuvada violenta [Trás-os-Montes]. 3 – Que está fora da bainha; Tenros. 4 – Aspiras; Prefixo que exprime a ideia de afastamento. 5 – Escolher; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de asno; Rogo. 6 – Inspiração [estrangeira]; Espécie de cipó onde se põem a secar as folhas verdes do tabaco [Brasil]. 7 – Forte; Elemento de formação antepositivo que indica relação semântica com boca; Nada. 8 – Aqueles; Gorjeios. 9 – Planos; Entre nós. 10 – Suprimis; Acanhamentos [figurado]. 11 – Peça vocal dramática com características de ária e de recitativo [Música]; Achano.

VERTICAIS: 1 – Casamento [Moçambique]; Segreda [figurado]. 2 – Demónio [Brasil, popular]; Refeição abundante dada aos malhadores a meio da tarde [plural]; Andar. 3 – Adivinha; Caule; Nome da décima quarta letra do alfabeto grego. 4 – Exacta; Prego de madeira. 5 – Que revela tranquilidade e serenidade [Coloquial]; Preceitos. 6 – Queda-d´água [Alentejo]; Rebo. 7 – Confrarias; Contracção de em + os. 8 – Espécie de bombarda antiga [Índia, plural]; Amor carnal. 9 – Bigorna de aço, sem hastes, usada pelos ferradores e nos estabelecimentos de cunhar moedas; Saúdes; Nesse tempo. 10 – Prefixo que exprime a ideia de direcção; Unidade monetária da Arménia; Cabelos brancos. 11 – Assolo; Sorte.

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF com o passatempo.


O problema não segue, ainda, o novo Acordo Ortográfico


Aceito respostas até dia 25 de Janeiro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?

domingo, 29 de dezembro de 2024

Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O’Neill, na obra No Reino da Dinamarca 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Devaneios cruzadísticos │ Alexandre O´Neill

"A Saca de Orelhas" é o título de uma obra do poeta português Alexandre O´Neill (1924-1986), pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Dezembro de 2024.

Aqui, uma prendinha de Natal. O fado Gaivota, cujos versos Alexandre O'Neill escreveu expressamente para Amália cantar, com música de Alain Oulman, no filme "Fado Corrido" (1964), de Jorge Brum do Canto.



Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; El-Danny; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Sepol; Seven; Socrispim; Solitário; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

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domingo, 1 de dezembro de 2024

Devaneios cruzadísticos │ Alexandre O´Neill

Neste mês de Dezembro, ocorre o 1º centenário do nascimento do poeta Alexandre O´Neill, figura ímpar da poesia portuguesa do século XX. Nasceu a 19 de Dezembro de 1924, em Lisboa, e morreu a 21 de Agosto de 1986, na mesma cidade.


Parque dos Poetas em Oeiras 
Escultura de Francisco Simões

Precursor do surrealismo em Portugal, poeta do realismo e do concretismo, provocador e irónico. O´Neill tocava o absurdo e o lugar comum com trocadilhos geniais. Num jogo lúdico e lúcido de palavras, falava de coisas sérias: do medo, do amor, de Portugal.

O´Neill era um poeta de Lisboa. Boémio assíduo, conversador de tertúlias, vagueava pelas ruas, de caderninho na mão, a tomar nota dos “pequenos absurdos do quotidiano”. Queria ver de perto a “patriazinha iletrada”, apanhar-lhe os ridículos e parodiar os brandos costumes.

Tratava o material recolhido com a mais fina das ironias, em trocadilhos certeiros e mordazes, num discurso povoado de neologismos, calão, gíria e tudo o mais que pudesse tirar os portugueses do sério. Ele que se dizia “um grande poeta menor”, que gostava de sublinhar a inutilidade da poesia, foi neste ofício que se manteve até à morte, em 1986.

Antes de chegar a poeta, O´Neill, que reprovara nos exames e abandonara os estudos, aprendeu a viver de biscates e do que escrevia. Foi escriturário, empregado de seguros, tradutor de romances, de poesia e de manuais científicos, colaborador de jornais e revistas, autor de textos para cinema e teatro, televisão e rádio, letrista de fados e um dos mais importantes criativos publicitários. É dele o genial “Há mar e mar, há ir e voltar”, slogan com direito a figurar no dicionário de provérbios portugueses.

Autodidata, individualista e provocador, via-se essencialmente como um realista, que “apenas registava o aqui e o agora”. Sem misticismos, porque “detestava o que chamava de mistério da poesia”, percorria temas como o amor, o medo e a solidão. Mas Portugal, “país pobrete e nada alegrete”, era recorrente nos versos que fazia. Um adeus português é o mais famoso, como recorda Maria Antónia Oliveira, especialista da obra de Alexandre O´Neill, o poeta “caixadóclos”.

Este mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, no final, o título (4 palavras nas Horizontais) de uma obra do poeta português Alexandre O´Neill (1924-1986).


HORIZONTAIS: 1 – Sonhador [figurado]; Suave. 2 – Pessoa muito bela [figurado]. 3 – Sufixo nominal, de origem latina, que tem sentido diminutivo, por vezes pejorativo; Grémio [figurado]; Você [Cabo Verde]. 4 – Orvalho [regionalismo]; Estima; Andar. 5 – Liga; Bolsa. 6 – Suspensa. 7 – Martirizo; Aspecto. 8 – Sufixo nominal utilizado na terminologia geológica para exprimir a ideia de rocha; Início; Modo [figurado]. 9 – Preposição que designa assunto; Chama; Quando. 10 – Ouvidos. 11 – Marcas [figurado]; Guarda.

VERTICAIS: 1 – Plana; Quintais. 2 – Enfade. 3 – Pertences; Clara; Sufixo nominal, de origem latina, que exprime a ideia de semelhança. 4 – Haver; Antepassado [Timor-Leste]; Estou com muita fome [Brasil]. 5 – Âmbito; Inches. 6 – Excelente. 7 – Apura [figurado]; Mira. 8 – Muitos [figurado]; Graça [figurado] Porcelana antiga de cor amarela e de origem chinesa. 9 – Preposição que designa estado; Predestinas; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de substituição. 10 – Pedaços. 11 – Salvo; Fim [figurado].

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF com o passatempo.

Produções AlegriaBreve http://alegriabreve47.blogspot.pt/ 

O problema não segue, ainda, o novo Acordo Ortográfico


Aceito respostas até dia 25 de Dezembro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Devaneios cruzadísticos │António Nobre

"Meus velhos pescadores" é parte do primeiro verso  do poema com o título "Poveiro" da autoria do poeta português António Nobre (1867-1900), pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Novembro de 2024.

Poveirinhos! meus velhos pescadores!
Na Agoa quizera com vocês morar:
Trazer o lindo gorro de trez cores,
Mestre da lancha Deixem-nos passar!

Far-me-ia outro, que os vossos interiores
De ha tantos tempos, devem já estar
Calafetados pelo breu das dores,
Como esses pongos em que andaes no mar!

Ó meu Pae, não ser eu dos poveirinhos!
Não seres tu, para eu o ser, poveiro,
Mail-Irmão do «Senhor de Mattozinhos»!

No alto mar, ás trovoadas, entre gritos,
Promettermos, si o barco fôri intieiro,
Nossa bela á Sinhora dos Afflictos!

António Nobre, in "Só"


Jani │Póvoa de Varzim

Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; Donanfer II, El-Danny; Elvira Silva; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Sepol; Seven; Socrispim; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

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sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Devaneios cruzadísticos │António Nobre

Este mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar parte do primeiro verso (3 palavras nas Horizontais) de um poema (soneto) do poeta português António Nobre (1867-1900).

                                                   Jani │Póvoa de Varzim

HORIZONTAIS: 1 – Semelhante. 2 – Bronquite. 3 – Causa; Entregou; Planta liliácea oriunda da China [Botânica]. 4 – Época; De larga escala. 5 – Usa-se como forma de interpelação [Coloquial, plural]; Antigos. 6 – Símbolo de prata [Química]; Muitos [figurado]; Preposição que designa lugar. 7 – Noites [figurado]; Goza. 8 – Lisas; Porcelana antiga de cor amarela e de origem chinesa. 9 – Pessoa notável na sua especialidade [figurado]; Família; Símbolo de samário [Química]. 10 – Injuria. 11 – Peixeiros.

VERTICAIS: 1 – Estão muito quentes; Contém. 2 – Refinaras (açucar). 3 – Símbolo de actínio [Química]; Apogeus; Sigla de Conselho da Europa. 4 – Símbolo de radiano [Geometria]; Ondas [figurado]. 5 – Ar; Defeito; Sigla de Liga dos Combatentes [Militar]. 6 – Embarcação de grande porte e de longo curso [Náutica]; Infames; Cio [popular]. 7 – Sigla de Taxa Referencial [Economia]; Doçura [figurado]; Unidade monetária de África do Sul. 8 – Praia; Abundância. 9 – Compaixão; Densa; Sopro. 10 – Caras [popular]. 11 – Devotos; Vigores [figurado].

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF com o passatempo.

O problema não segue, ainda, o novo Acordo Ortográfico


Aceito respostas até dia 25 de Novembro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?

sábado, 26 de outubro de 2024

Devaneios cruzadísticos │ António Ramos Rosa

"O que não pode ser dito" é o título de uma obra do poeta português António Ramos Rosa (1924-2013), pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Outubro de 2024.

Para os meus amigos

Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.

António Ramos RosaViagem Através de uma Nebulosa

Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; Donanfer II, El-Danny; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Sepol; Seven; Socrispim; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

Obrigado a todos. Até breve!

domingo, 6 de outubro de 2024

Devaneios...


Hoje, em um dos devaneios sem propósito nem dignidade que constituem grande parte da substância espiritual da minha vida, imaginei-me liberto para sempre da Rua dos Douradores, do patrão Vasques, do guarda-livros Moreira, dos empregados todos, do moço, do garoto e do gato. Senti em sonho a minha libertação, como se mares do Sul me houvessem oferecido ilhas maravilhosas por descobrir. Seria então o repouso, a arte conseguida, o cumprimento intelectual do meu ser

Mas de repente, e no próprio imaginar, que fazia num café no feriado modesto do meio-dia, uma impressão de desagrado me assaltou o sonho: senti que teria pena. Sim, digo-o como se o dissesse, circunstaciadamente: teria pena. O patrão Vasques, o guarda-livros Moreira, o caixa Borges, os bons rapazes todos, o garoto alegre que leva as cartas ao correio, o moço de todos os fretes, o gato meigo — tudo isso se tornou parte da minha vida; não poderia deixar tudo isso sem chorar, sem compreender que, por mau que me parecesse, era parte de mim que ficava com eles todos, que o separar-me deles era uma metade e semelhança da morte.

Aliás, se amanhã me apartasse deles todos, e despisse este trajo da Rua dos Douradores, a que outra coisa me chegaria - porque a outra me haveria de chegar?, de que outro trajo me vestiria - porque de outro me haveria de vestir?

Todos temos o patrão Vasques, para uns visível, para outros invisível. Para mim chama-se realmente Vasques, e é um homem sadio, agradável, de vez em quando brusco mas sem lado de dentro, interesseiro mas no fundo justo, com uma justiça que falta a muitos grandes génios e a muitas maravilhas humanas da civilização, direita e esquerda. Para outros será a vaidade, a ânsia de maior riqueza, a glória, a imortalidade... Prefiro o Vasques homem meu patrão, que é mais tratável, nas horas difíceis, que todos os patrões abstractos do mundo.

Considerando que eu ganhava pouco, disse-me o outro dia um amigo, sócio de uma firma que é próspera por negócios com todo o Estado: «você é explorado, Borges». Recordou-me isso de que o sou; mas como na vida temos todos que ser explorados, pergunto se valerá menos a pena ser explorado pelo Vasques das fazendas do que pela vaidade, pela glória, pelo despeito, pela inveja ou pelo impossível.

Há os que Deus mesmo explora, e são profetas e santos na vacuidade do mundo.

E recolho-me, como ao lar que os outros têm, à casa alheia, escritório amplo, da Rua dos Douradores. Achego-me à minha secretária como a um baluarte contra a vida. Tenho ternura, ternura até às lágrimas, pelos meus livros de outros em que escrituro, pelo tinteiro velho de que me sirvo, pelas costas dobradas do Sérgio, que faz guias de remessa um pouco para além de mim. Tenho amor a isto, talvez porque não tenha mais nada que amar - ou talvez, também, porque nada valha o amor de uma alma, e, se temos por sentimento que o dar, tanto vale dá-lo ao pequeno aspecto do meu tinteiro como a grande indiferença das estrelas.

Bernardo Soares, in Livro do Desassossego

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Devaneios cruzadísticos │ António Ramos Rosa

Neste mês de Outubro, ocorre o 1º centenário do nascimento do poeta António Ramos Rosa, um dos grandes poetas portugueses, também reconhecido pela sua pintura e críticas literárias. Nasceu em Faro no dia 17 de Outubro de 1924 e faleceu em Lisboa, no dia 23 de Setembro de 2013.


Parque dos Poetas em Oeiras
Escultura de Francisco Simões 

Estudou em Faro, não tendo acabado o ensino secundário por questões de saúde. Em 1958 publicou no jornal «A Voz de Loulé» o poema "Os dias, sem matéria". No mesmo ano, saiu o seu primeiro livro «O Grito Claro», n.º 1 da colecção de poesia «A Palavra», editada em Faro e dirigida pelo seu amigo e também poeta Casimiro de Brito. Ainda nesse ano iniciou a publicação da revista «Cadernos do Meio-Dia», que em 1960 encerrou a edição por ordem da polícia política.

Abandonou a vida de funcionário de escritório para ser trabalhador das palavras a tempo inteiro. Límpidas, meticulosas, depuradas "com uma certa força nua" - dizia António Ramos Rosa - que encontrou na poesia a sua matéria vital, espaço de resistência e sobrevivência.

No princípio, eram os poemas de expressão mais lírica, empenhados nas questões políticas e sociais, aproximados a uma estética neorrealista. Depois, António Ramos Rosa entrou numa segunda consciência poética, de descoberta e contemplação da natureza, a reflectir o mundo, a desenhá-lo nas palavras que amava e trabalhava em apurado rigor e ardor.

Com mais de quatro décadas de títulos publicados, António Ramos Rosa foi certamente um dos mais importantes poetas portugueses.

O seu prestígio ultrapassou as fronteiras portuguesas e, nos anos 80, foi reconhecido como "poeta europeu da década". Entre vários prémios e galardões, ganhou o Prémio Pessoa em 1988.

Este mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, no final, o título (6 palavras nas Horizontais) de uma obra do poeta português António Ramos Rosa (1924-2013).

HORIZONTAIS: 1 – Vindimas; Defender [figurado]. 2 – Achas; Assento [popular]. 3 – Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de igual; Idade [plural]; Como. 4 – Recusa; Símbolo de actínio; Que é formado por duas partes. 5 – Causa; Distancia. 6 – Tem o direito de; Terreiro. 7 – Estrado alcatifado debaixo de dossel; Adivinha. 8 – Fúteis [figurado]; Simples; Pessoa. 9 – Terras [figurado]; Exposto; Apenas. 10 - Símbolo de ástato; Astuta. 11 – Murchas; Palavreado.
 
VERTICAIS: 1 – Borga [regionalismo]; Entendes. 2 – Incólume; Embrulho. 3 – Interjeição usada para interromper; Cheiras. 4 – Amarra; Somais; Entre nós. 5 – Sorte; Preposição que designa lugar; Bates. 
6 – Esconderijo [regionalismo]; Índigo. 7 – Passes; Responsável; Prestável. 8 – Aquelas; Tecido branco de linho inglês, usado no Brasil, para fatos de homem; Cântico. 9 – Amas; Porte. 10 – Humilhada [figurado]; Símbolo de einsténio. 11 – Círculo em forma de moeda, nos escudos [Heráldica]; Mudança.

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Produções AlegriaBreve http://alegriabreve47.blogspot.pt/ 

O problema não segue, ainda, o novo Acordo Ortográfico


Aceito respostas até dia 25 de Outubro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?