Publica o seu primeiro romance, ‘O Dia dos Prodígios’, em 1980. Vergílio Ferreira foi um dos seus primeiros leitores. Como?
Conhecia bem a sua mulher, a Regina Kasprzykowsky, que era minha colega no Liceu D. Leonor. E lembrei-me de lhe perguntar, como eu admirava muito a obra do Vergílio, se ela podia mostrar ao marido. Ela mostrou-se reticente mas levou. E nessa tarde, telefonaram-me. Ele pediu à Regina para perguntar que autores é que eu tinha lido para escrever aquilo. E depois ele próprio veio ao telefone e fez a pergunta, começando a falar comigo. Disse-me que já tinha começado a ler. Devolveu-lhe o telefone e ela disse-me que ele daí por uns dias me falaria. Era a porta-voz do adiamento. Só que ele no dia seguinte telefonou e disse que tinha lido tudo. Foi muito bom. Desejo a toda a gente que tenha um dia equivalente. É como uma espécie de bandeira que a gente leva a vida toda. Convidou-me para ir falar com ele e eu fui. E fui amiga dele para sempre.
Excerto da entrevista do Jornal “O Sol" à escritora Lídia Jorge, 11 de Outubro de 2014
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