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sexta-feira, 14 de julho de 2023

Dá-me tempo!


Quem és tu oh tempo?

Quem és?

Queres-me, ainda, que sejas breve?

Se me queres, dá-me tempo

faz grande a minha jornada

dá-me o amor, hoje e sempre

como se fosses um único pássaro

a voar na brisa a tocar meu rosto …

A vida é breve, muito breve

deixa-me desfrutar o tempo, que me resta…

O tempo não pára, carrega lembranças,

sonhos e experiências …

Não tem caminho de volta

segue sempre em frente

o tempo do tempo, é o presente, é o agora…

Espreito à janela vejo gente

apressada de malas na mão …

Será que vão viajar? Ou desceram

para outra direcção, outra estação?

Começamos a vida com uma malinha na mão

os anos passam e a bagagem vai aumentando

escolhemos muitas coisas q’recolhemos pelo caminho…

Podemos aliviar o peso, esvaziando a mala

mas o que temos para tirar? Aquilo que plantamos.

A essência da vida não se compra

ela vai subindo degrau a degrau

quero mais tempo, oh tempo,

vivendo o tempo, de dentro para fora..

A vida flui como um rio, transporta-nos

à verdade, à velhice e, esta à sabedoria …

Sem caminho de volta, o tempo segue,

sempre em frente…

O tempo do tempo é o agora

não olhe para o retrovisor da vida

não lembre o que já passou…

Siga olhando para cima, para o lado

para a frente, para a gente.

Tu oh tempo, que me persegues

posso pedir-te mais tempo?

O tempo é o presente, cada dia é

só por si, uma vida…

Fica um pouco mais! Um pouco mais!

Dá-me tempo!



Mariana Asper 
11-06-23


Um poema que nos fala da brevidade das nossas vidas. A autora implora, quase em desespero, por mais tempo. Não deixa de ser curioso que o poema venha, na minha modesta opinião, ao encontro da ideia que se encontra subjacente ao título deste blogue. A vida é breve, um breve instante à escala cósmica. É, todavia, a que nos coube. Curta, sem dúvida. Injusto? Talvez. Uma vida breve. Uma alegria breve.

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