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sábado, 1 de novembro de 2025

Devaneios cruzadísticos │ Provérbio

Neste mês, deixo aqui uma proposta de resolução deste problema de Palavras-Cruzadas, sendo que, no final, poderá encontrar um provérbio de 4 palavras nas horizontais.


HORIZONTAIS: 1 – Cavidade no pão; Fita [Brasil]. 2 – Atempara; Ligar. 3 – Símbolo de praseodímio; Cabeça rapada [popular]; Símbolo de rádio. 4Tarifa Externa Comum [sigla]; Atilho; Ponderou. 5 – Elemento de formação pospositivo, de origem tupi e carácter nominal, que exprime a ideia de dente; O paladar [figurado]. 6 – Sufixo nominal, de origem latina, que tem sentido pejorativo; Vale a pena [regionalismo]. 7 – Descascou (o milho) [regionalismo]; Parte da frase que introduz algo de novo sobre o tema [Linguística]. 8 – Anfíbio anuro, nativo da América do Sul…; Elemento de formação pospositivo, de origem latina, que exprime a ideia de semelhança;   Coisa de grande apreço [figurado]. 
9 – Quarta nota da escala musical natural; Mordisques; Símbolo de germânio. 10 – Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de próprio; Doença resultante da ulceração da mucosa das fossas nasais…[plural]. 11 – Grande artéria que, nos vertebrados superiores, sai do ventrículo esquerdo…; Feri.


VERTICAIS: 1 – Oportuno; Soberba [Brasil, regionalismo]. 2 – Bêbedo; Leviano. 3 – Medida itinerária chinesa; Impressionou; Quadrar. 4 – Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de anzol; Antílope africano; Rede de Observação da Terra [sigla]. 5 – Dobra para dentro na sobrecapa de um livro; Sim [coloquial]. 6 – Reúne num interesse comum; Excêntrico [figurado]. 7 – Sufixo nominal que designa núcleo atómico; Pulcritude. 8 – Elemento de formação de palavras que exprime a ieia de corrente; Que é muito atraente [calão]; Ter como dono. 9 – Sufixo nominal, de origem latina, que ocorre em topónimos e, por vezes, em substantivos comuns com sentido diminutivo; Pessoa que tem voto em qualquer junta; Símbolo de sódio. 10 – Fome [coloquial]; Acertai as gavelas dos cereais para as atar [regionalismo]. 11 – Família linguística que engloba línguas indígenas amazónicas; Alas.

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O problema não segue, ainda, o novo Acordo Ortográfico


Aceito respostas até dia 25 de Novembroinclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?

domingo, 26 de outubro de 2025

Devaneios cruzadísticos │José Cardoso Pires


"O Hóspede de Job" é o título de uma obra do escritor português José Cardoso Pires, pedido com a resolução do passatempo de Palavras-Cruzadas, referente ao mês de Outubro de 2025.

"O Hóspede de Job" é uma fábula sobre a vida no Alentejo nos anos 50, explorando a luta pela sobrevivência e a opressão da época, contrastando a realidade de um país "triste" e acolhedor com a visão de um oficial americano que vê apenas um "país de praia". A obra, escrita entre 1953 e 1954, foi dedicada ao irmão do autor e funciona como um protesto contra a Guerra Fria e o colonialismo militar.


Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; El-Danny; Feranames; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; PAR DE PARES; Paulo Freixinho; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Seven; Socrispim; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.


Obrigado a todos. Até breve!

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

No dia em que nasceu Ramalho Ortigão


Em 24 de Outubro de 1836 nasceu Ramalho Ortigão, escritor e jornalista português, um dos principais nomes da geração de 70, autor de "As Farpas" e de "O Mistério da Estrada de Sintra", com Eça de Queiroz.

Homem de letras português, um dos vultos mais destacados da Geração de 70, José Duarte Ramalho Ortigão nasceu a 24 de outubro de 1836, no Porto , e morreu a 27 de setembro de 1915, em Lisboa. Oriundo de uma família abastada da burguesia portuense e filho de um combatente pela causa liberal, Ramalho conviveu durante a infância com o ambiente rural da casa da avó materna, tendo sido criado, como confessa, "como um pequeno saloio". Na adolescência, enquanto convalescia de uma febre, tomou contacto com as Viagens na minha Terra , obra que o impressionou tanto que foi a partir da sua leitura que compreendeu que "tinha de ser fatalmente um escritor". Frequentou o curso de Direito na Universidade de Coimbra e, aos dezanove anos, começou a lecionar francês no Colégio da Lapa, dirigido pelo seu pai, onde teve como aluno Eça de Queirós, futuro amigo e companheiro de lides literárias. Durante a década de 60, colaborou em vários periódicos, como a Gazeta Literária do Porto , a Revista Contemporânea e o Jornal do Porto , de que foi redactor. Foi precisamente neste último que, em 1866, publicou o folheto Literatura de Hoje , com que intervém na Questão Coimbrã . Ramalho, que, quatro anos antes, a propósito da polémica suscitada pela Conversação Preambular de Castilho inserta no poema D. Jaime , de Tomás Ribeiro, se manifestara contra o chamado "Grupo do Elogio Mútuo", não deixa aqui de ser crítico para com o autor das Cartas de Eco a Narciso , mas acusa Antero e Teófilo de desrespeitarem o velho escritor. Como consequência, Antero desafiou e venceu Ramalho em duelo, datando curiosamente desse episódio o início da amizade entre os dois escritores e a aproximação gradual de Ramalho a esse grupo de novos intelectuais, que se traduziria na frequência do Cenáculo e na adesão às correntes ideológicas que marcaram essa geração, como o positivismo de Comte e o socialismo utópico de Proudhon. 

Depois de uma viagem a Paris, por ocasião da Exposição Universal de 1867, Ramalho publicou, no ano seguinte, as suas primeiras notas de viagem, Em Paris . Ainda no mesmo ano, mudou-se para Lisboa, onde assumiu o lugar de oficial de secretaria da Academia das Ciências e reencontrou o seu amigo Eça, já formado em Direito pela Universidade de Coimbra. Em 1870, publicaram ambos O Mistério da Estrada de Sintra . 

Em 1871, não participando directamente nas Conferências do Casino Lisbonense , iniciou com Eça um novo projecto, que pretendia retomar a intenção crítica e de reforma social que norteou as Conferências: As Farpas. O início da redacção de As Farpas é, aliás, tido pelos críticos (entre os quais o próprio Eça, numa carta publicada na revista portuense A Renascença ) como um marco de transição na escrita de Ramalho, que teria passado de "folhetinista diletante" a "panfletário ilustre". Após a partida de Eça para Cuba, como cônsul, em 1872, Ramalho tomou nas mãos a redacção desses folhetins satíricos, cuja publicação até 1888 entremeou com a edição de livros de viagens: Pela Terra Alheia (1878-1880), A Holanda (1883), John Bull (1887) e, inspirados pelas viagens em Portugal, Banhos de Caldas e Águas Minerais (1875) e As Praias de Portugal (1876). Em todas estas obras, embora as imagens da França e da Inglaterra e os progressos das suas civilizações sejam contrapostos à decadência portuguesa, manifesta-se um apego à tradição nacional e a crença na possibilidade de regeneração. A partir de 1888, Ramalho começou a fazer parte das reuniões do grupo dos Vencidos da Vida. Em 1895, tornou-se bibliotecário do Palácio da Ajuda. Nos textos escritos perto do fim da vida e já depois de instaurada a República, que serão postumamente reunidos no volume Últimas Farpas , Ramalho manifestou a sua descrença no novo regime político.

Dotado de um espírito cosmopolita, dândi, mundano, e simultaneamente, arreigado às tradições nacionais, Ramalho procurou sinceramente educar e civilizar a sociedade do seu tempo. A variedade dos seus escritos, o diletantismo do seu discurso, a leveza e propriedade do seu estilo, oscilando entre as notações estéticas, as digressões líricas, os apontamentos humorísticos espelham a fidelidade ao preceito de escrita e de vida enunciado na sua "Autobiografia" (in Costumes e Perfis ): "Maçar o menos possível que seja o meu semelhante, procurando tornar para os que me cercam a existência mais doce, o mundo mais alegre, a sociedade mais justa, tem sido a regra de toda a minha vida particular. O acaso fez de mim um crítico. Foi um desvio de inclinação a que me conservei fiel. O meu fundo é de poeta lírico."

Excerto de "As Farpas":
"Aproxima-te um pouco de nós, e vê. O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A práctica da vida tem por única direcção a conveniência. Não há pprincipio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima abaixo! Toda a vida espiritual, intelectual, parada. O tédio invadiu todas as almas. A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretárias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. A renda também diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. Neste salve-se quem puder a burguesia proprietária de casas explora o aluguer. A agiotagem explora o lucro. A ignorância pesa sobre o povo como uma fatalidade. O número das escolas só por si é dramático. O professor é um empregado de eleições. A população dos campos, vivendo em casebres ignóbeis, sustentando-se de sardinhas e de vinho, trabalhando para o imposto por meio de uma agricultura decadente, puxa uma vida miserável, sacudida pela penhora; a população ignorante, entorpecida, de toda a vitalidade humana conserva unicamente um egoísmo feroz e uma devoção automática. No entanto a intriga política alastra-se. O país vive numa sonolência enfastiada. Apenas a devoção insciente perturba o silêncio da opinião com padre-nossos maquinais. Não é uma existência, é uma expiação. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido! Ninguém se ilude. Diz-se nos conselhos de ministros e nas estalagens. E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o voltarete que de norte a sul, no Estado, na economia, no moral, o país está desorganizado-e pede-se conhaque!"

in Farpas, por Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, com publicação em Junho de 1871.
Fontes: Ramalho Ortigão . In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

António Ramos Rosa


Hoje celebramos António Ramos Rosa (17 de outubro de 1924 – 23 de setembro de 2013), uma das vozes mais profundas da poesia portuguesa do século XX.

Poeta, tradutor, professor e desenhador, Ramos Rosa dedicou a sua vida à palavra e à cultura. O seu talento foi reconhecido com prémios como o Prémio Pessoa (1988), o Grande Prémio de Poesia APE/CTT (1989 e 2005) e o Grande Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen (2005), e com honrarias como Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

A Biblioteca Municipal de Faro, a sua cidade natal, perpetua hoje o seu nome, lembrando-nos que a sua obra continua viva e a inspirar gerações. Cada verso de António Ramos Rosa é um convite a mergulhar na beleza, na reflexão e na intensidade da experiência humana.

Celebrar António Ramos Rosa é celebrar a poesia que atravessa o tempo e nos conecta com a alma da literatura portuguesa

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Devaneios cruzadísticos │José Cardoso Pires


Amanhã, se fosse vivo, faria 100 anos de vida o escritor português José Cardoso Pires, unanimemente considerado um dos maiores escritores portugueses do século XX. Nasceu a 2 de Outubro de 1925, em São João do Peso, no concelho de Vila de Rei, em Castelo Branco.

Autor de dezoito livros, publicados entre 1949 e 1997, não se identifica com nenhum grupo, nem se fixa em nenhum género literário, apesar de ser considerado, sobretudo, como um romancista. A sua relação mais duradoura no campo literário deu-se com o movimento neo-realista português, até ao 25 de Abril de 1974, justificada com a oposição ao regime autoritário português. A inserção da sua obra no neo-realismo é, por essas razões, contraditória. Frequentou também os grupos surrealistas, no início da década de 1940. Considera-se que foi influenciado pela estética de Hemingway, pela narrativa cinematográfica, o que resulta em discursos curtos e diálogos concisos.

O autor e a sua obra foram galardoados várias vezes, entre os quais se destacam o Prémio Camilo Castelo Branco (O Hóspede de Job, 1964), o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (A Balada da Praia dos Cães, romance que viria, em 1987, a dar origem a um filme realizado por José Fonseca e Costa), o Prémio Especial da Associação de Críticos do Brasil (Alexandra Alpha), os Prémios D. Dinis e da Crítica (De Profundis, Valsa Lenta, obra publicada em 1997, após o autor ter recuperado de um acidente vascular cerebral.

Em 1998 sofreu outro acidente vascular cerebral, que viria a ser a causa da sua morte, ocorrida em 28 de Outubro desse ano, em Lisboa. Em Setembro desse mesmo ano, pouco antes do seu falecimento, tinha-lhe sido atribuído o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores.

Assim, neste mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e, no final, encontrar o título de uma obra (4 palavras nas horizontais) do escritor português José Cardoso Pires (1925-1988).


HORIZONTAIS: 1 – Não; Rodilha [regionalismo]. 2 – Peregrino. 3 – Indignas; Solitária. 4 – Divisas; Sujeita; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de gás. 5 – Símbolo de prata; Susto; Preposição que designa origem. 6 – Alento [figurado]; Saudar. 7 – Mais [antiquado]; Registo; Sufixo nominal, de origem latina, que exprime a ideia de semelhança. 8 – Homem dotado de grande paciência e resignação, muito pobre [figurado]; Mas; Nome da décima quarta letra do alfabeto grego, correspondente a x. 9 – Gastas; Bates. 10 – Conquistador. 11 – Reprime [figurado]; Oculta.

VERTICAIS: 1 – Celebra as bodas; Socorro. 2 – Confortos. 3 – Senhoras [Cabo Verde]; Palpite. 4 – Mealheiro [popular]; Estima; Modo [figurado]. 5 – Aquelas; Tremo; Sinistra. 6 – Cachimba [Brasil]; Dólmen [regionalismo]. 7 – Quando; Dispõe por lotes; Bate. 8 – Poema; Origem [figurado]; Resplendor [figurado]. 9 – Cria; Enrubesce. 10 – Tímida. 11 – Aguce; Inventário.

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O problema não segue, ainda, o novo Acordo Ortográfico


Aceito respostas até dia 25 de Outubro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

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sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Devaneios cruzadísticos – Rita Ferro

"O Vento e a Lua" é o título de uma obra da escritora portuguesa Rita Ferro, pedido com a resolução do passatempo de Palavras-Cruzadas, referente ao mês de Setembro de 2025.


Olidino │Braga

Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; El-Danny; Elvira Silva; Feranames; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; PAR DE PARES; Paulo Freixinho; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Seven; Socrispim; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

Obrigado a todos. Até breve!

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Devaneios cruzadísticos – Rita Ferro

Neste mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e, no final, encontrar o título de uma obra (5 palavras nas horizontais) da escritora portuguesa Rita Ferro (1955).

Olidino │Braga

HORIZONTAIS: 1 – Premeditada. 2 – Valioso; Gritar. 3 – Nandu; Ponta aguçada; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de asa. 4 – Dura; Cedro-do-líbano; Dente queixal [regionalismo]. 5 – Ainda; Dedicada. 6 – Decadência [figurado]; Impulso [figurado]. 7 – Indecisa. 8 – Festa. 9 – Prefixo, de origem grega, que exprime a ideia de por cima de; Apologia; Cio [popular]. 10 – Choquei com; Erudito. 11 – Perfume; Diga-se de passagem.

VERTICAIS: 1 – Remuneração; Beijo atirado de longe [Brasil]. 2 – Xácara; Preposição que designa lugar. 3 – Que não tem miolo; Apresenta; Salsa-do-monte [Botânica]. 4 – Terra [figurado]; Lugarejo; Preposição que designa tempo. 5 – Raiz; Alamanda [Brasil, Botânica]. 6 – Felicito; Auto-estima. 7 – Indício; Reviravolta. 8 – Segunda pessoa do singular [pronome pessoal]; Encerai; Sufixo nominal, de origem latina, que exprime a ideia de semelhança. 9 – Dignidade militar entre os Turcos; Prefixo que exprime a ideia de introdução; Abala. 10 – Relativo à Dalmácia, região da Croácia; Joeira. 11 – Indivíduo que pretende adivinhar por meio de ídolos; Confusão.

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O problema não segue, ainda, o novo Acordo Ortográfico


Aceito respostas até dia 25 de Setembro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

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quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Devaneios cruzadísticos │ José Vieira Calado

"Poema para hoje" e "Lagos ontem" são os títulos de duas obras do escritor português José Vieira Calado, pedidos com a resolução do passatempo de Palavras-Cruzadas, referente ao mês de Agosto de 2025.


João Carlos Rodrigues Lisboa

Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; El-Danny; Feranames; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; PAR DE PARES; Paulo Freixinho; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Seven; Socrispim; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

Obrigado a todos. Até breve!

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Devaneios cruzadísticos │ José Vieira Calado

Neste mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e, no final, encontrar o título de duas obras (uma, com 2 palavras; outra, com 3 palavras, ambas nas horizontais) do escritor português José Vieira Calado (1938).


João Carlos Rodrigues 
│Lisboa

HORIZONTAIS: 1 – Carme; Tanques. 2 – Então; Estorvar. 3Directriz Contabilística [sigla]; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de raro; Idade. 4 – Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de eosina; Laguna. 5Rendimento de Inserção Social [sigla]; Preposição que designa destinatário; Na moda [coloquial]. 6 – Pai [Timor-Leste]; Inércia [figurado]. 7 – Meu [arcaico]; Hodiernamente; Não. 8Centro Regional de Alcoologia [sigla]; Húmido [Brasil]. 9 – Desgaste; Fluxo; Preguiça [Brasil, Zoologia]. 10 – Pessoa chata [Brasil, coloquial]; Conjunção que liga duas ou mais palavras com a ideia de alternativa. 11 – Maço [Brasil]; Antigamente.
 
VERTICAIS: 1 – Tiveram razões para; Renque. 2 – Universal. 3 – O [arcaico]; Senhora [Brasil]; Braço. 4 – Marizeiro [Brasil, Botânica]; Avó [Guiné-Bissau]; Mais [antiquado]. 5Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha [sigla]; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de casca. 6 – Bazófia [figurado]; Diúla. 7 – Princípio; Ema [Brasil, Ornitologia]. 8 –Lava áspera e escoriácea constituída por fragmentos irregulares [Geologia]; Chefe político, no Oriente; Exão [Brasil]. 9 – Partido; Organismo de Normalização Nacional [sigla]; Nome antigo da nota musical que hoje se chama dó e que é a primeira palavra do hino de São João. 10 – Rela [Zoologia]. 11 –Destila; Elegem.

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domingo, 27 de julho de 2025

Devaneios cruzadísticos │Augusto Gil

"Balada da Neve" é o título de um poema do poeta português Augusto Gil, pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Julho de 2025.

Jani│Póvoa de Varzim

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terça-feira, 1 de julho de 2025

Devaneios cruzadísticos │Augusto Gil

Augusto Gil foi um advogado e poeta português. Nasceu no Porto, a 30 de Julho de 1870, mas cedo foi viver para a Guarda. Aqui, passou a maior parte da sua vida, na mais alta cidade de Portugal.

Morreu a 26 de Fevereiro de 1929, aos 58 anos, vítima de pneumonia gripal, em Lisboa. Foi sepultado no Cemitério velho da Guarda, num mausoléu mandado construir pela sua viúva, que usou para o efeito a receita da venda dos direitos de autor do poeta.


Assim, neste mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e, no final, encontrar o título (3 palavras nas horizontais) de uma obra do poeta português Augusto Gil (1870-1929).


Jani │Póvoa de Varzim

HORIZONTAIS: 1 – Perde o brilho; Vida nocturna [Brasil, coloquial]. 2 – Doutor teólogo, entre os Árabes e os Turcos; içar. 3 – Caruma; arrotear. 4 – Classificam; Alna. 5 – Gemido; Fímbrias; Pessoa notável na sua especialidade [figurado]. 6 – Altar cristão; Correnteza. 7 – Dura; Pegue-se; Contracção de de+a.  8 – Duração sem fim; Pender sobre um dos lados.  9 – Alvura; Amarrei.  10 – Tal; No futuro. 
11 – Faz sair; Abandonas.

VERTICAIS: 1 – Usualmente. 2 – O [arcaico]; Sorri; Campo de aveia. 3 – Ferida; Objecto voador não identificado, supostamente de origem extraterrestre. 4 – Enamorada; E outras coisas mais [abreviatura]. 5 – Borda da embarcação; Interjeição que exprime espanto [Brasil]. 6 – Porcelana antiga de cor amarela e de origem chinesa; Jornada.  7 – Aquelas; Cacete grande [Brasil].  8 – Rolim; Ressumareis. 
9 – Ancoradouro; Faz adormecer. 10 – Designação poética da Lua; Entrega; Prefixo que exprime a ideia de dispersão. 11 – Difamarias.

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Aceito respostas até dia 25 de Julho, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

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quinta-feira, 26 de junho de 2025

Devaneios cruzadísticos │ Afonso Lopes Vieira

"Ilhas de Bruma" é o título de uma obra do poeta português Afonso Lopes Vieira, pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Junho de 2025.

Homotaganus│Alcáçovas

Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; El-Danny; Feranames; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; PAR DE PARES; Paulo Freixinho; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Seven; Socrispim; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

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quarta-feira, 11 de junho de 2025

Hoje é dia de festa!

Quarenta e três anos, meu querido filho. Muita alegria por narrar. Alguns cabelos brancos e o indisfarçável sonho. As memórias todas. Os abraços de quem sabe abraçar. Muitos.

domingo, 1 de junho de 2025

Devaneios cruzadísticos │ Afonso Lopes Vieira

Realiza-se, nos dias 21 e 22 de Junho, na bonita cidade de Valpaços, a Festa Nacional do Charadismo. É um momento de Convívio, Fraternização e Cultura.


O Amigo e Confrade Arjacasa é o organizador do dito evento, a quem desejo o maior sucesso. 

Neste mês convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e, no final, encontrar o título (3 palavras nas horizontais) de uma obra do poeta português Afonso Lopes Vieira (1878-1946).

Homotaganus Alcáçovas 

HORIZONTAIS: 1 – Centelha [regionalismo]; Pechincha [coloquial]. 2 – Timão do arado; Ínsulas. 3 – Símbolo de rádio; Restam; Preposição que designa matéria. 4 – Ecrã; Produzir. 5 – Aprisco; Bumba! [interjeição]; Avó [coloquial]. 6 – Bagos; Arrasei [figurado]. 7 – Preveniu; Fortuna [figurado]. 8 – Cio [popular]; Mistério [figurado]. 9 – Estás; Bonzo; Balido de ovelha. 10 – Pegai; Doçura [figurado]. 11 – Agremiações [figurado]; Navio.

VERTICAIS: 1 – Peso [figurado]; Alívios [figurado]. 2 – Balandrau; Conflitos [Brasil, popular]. 3 – Terra [figurado]; Durava; Aqui. 4 – Avenidas [Brasil, regionalismo]; Grande quantidade (de coisas). 5 – Seguias; Debaixo de [preposição]; Ali. 6 – Verdugo; Misantropas [coloquial, pejorativo]. 7 – Costumes; Impaciência [Guiné-Bissau, interjeição]. 8 – Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de anzol; Finlandês. 9 – Aquelas; Mula; Ruim. 10 – Acontecer; Mensalidade. 11 – Endivido; Olhinho.

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segunda-feira, 26 de maio de 2025

Devaneios cruzadísticos │ José Saramago (revisitado)

"Todos os nomes" é o título de uma obra do escritor português José Saramago, pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Maio de 2025.


Arjacasa│Valpaços

Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; El-Danny; Elvira Silva; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; PAR DE PARES; Paulo Freixinho; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Seven; Socrispim; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

Obrigado a todos. Até breve!

sábado, 24 de maio de 2025

As mães


Retrato de mulheres portuguesas trajando de luto, séc. XX, Museu de Arte Popular, Lisboa.


De Eugénio de Andrade este tocante naco de poesia em prosa impregnado de ternura pelo eterno feminino o poema

AS MÃES



Aqui, na voz do próprio poeta

Quando voltar ao Alentejo as cigarras já terão morrido. Passaram o verão todo a transformar a luz em canto — não sei de destino mais glorioso. Quem lá encontraremos, pela certa, são aquelas mulheres envolvidas na sombra dos seus lutos, como se a terra lhes tivesse morrido e para todo o sempre se quedassem órfãs. Não as veremos apenas em Barrancos ou em Castro Laboreiro, elas estão em toda a parte onde nasça o sol: em Cória ou Catania, em Mistras ou Santa Clara del Cobre, em Varchats ou Beni Mellal, porque elas são as Mães. O olhar esperto ou sonolento, o corpo feito um espeto ou mal podendo com as carnes, elas são as Mães. A tua; a minha, se não tivera morrido tão cedo, sem tempo para que o rosto viesse a ser lavrado pelo vento. Provavelmente estão aí desde a primeira estrela. E como duram! Feitas de urze ressequida, parecem imortais. Se o não forem, são pelo menos incorruptíveis, como se participassem da natureza do fogo. Com mãos friáveis teceram a rede dos nossos sonhos, alimentaram-nos com a luz coada pela obscuridade dos seus lenços. Às vezes encostam-se à cal dos muros a ver passar os dias, roendo uma côdea ou fazendo uns carapins para o último dos netos, as entranhas abertas nas palavras que vão trocando entre si; outras vezes caminham por quelhas e quelhas de pedra solta, batem a um postigo, pedem lume, umas pedrinhas de sal, agradecem pela alma de quem lá têm, voltam ao calor animal da casa, aquecem um migalho de café, regam as sardinheiras, depois de varrerem o terreiro. Elas são as Mães, essas mulheres que Goethe pensa estarem fora do tempo e do espaço, anteriores ao Céu e ao Inferno, assim velhas, assim terrosas, os olhos perdidos e vazios, ou vivos como brasas assopradas. Solitárias ou inumeráveis, aí as tens na tua frente, graves, caladas, quase solenes na sua imobilidade, esquecidas de que foram o primeiro orvalho do homem, a primeira luz. Mas também as podes ver seguindo por lentas veredas de sombra, as pernas pouco ajudando a vontade, atrás de uma ou duas cabras, com restos de garbo na cabeça levantada, apesar das tetas mirradas. Como encontrarão descanso nos caminhos do mundo? Não há ninguém que as não tenha visto com umas contas nas mãos engelhadas rezando pelos seus defuntos, rogando pragas a uma vizinha que plantou à roda do curral mais três pés de couve do que ela, regressando da fonte amaldiçoando os anos que já não podem com o cântaro, ou debaixo de uma oliveira roubando alguma azeitona para retalhar. E cheiram a migas de alho, a ranço, a aguardente, mas também a poejos colhidos nas represas, a manjerico quando é pelo S. João. E aos domingos lavam a cara, e mudam de roupa, e vão buscar à arca um lenço de seda preta, que também põem nos enterros. E vede como, ao abrir, a arca cheira a alfazema! Algumas ainda cuidam das sécias que levam aos cemitérios ou vendem pelas bermas, juntamente com um punhado de maçãs amadurecidas no aroma dos fenos. E conheço uma que passa as horas vigiando as traquinices de um garoto que tem na testa uma estrelinha de cabrito montês — e que só ela vê, só ela vê.

Elas são as Mães, ignorantes da morte mas certas da sua ressurreição.

17.8.85

Poema de Eugénio de Andrade, in "Vertentes do Olhar"

É já ali

Ao pé da minha casa, existe um parque onde as pessoas aproveitam para passear os cães, fazer exercício físico ou, tão só, espairecer. Ao início, há 20 anos, eu dava várias voltas ao parque sempre a correr. Depois, alternava corrida com marcha. Depois, só marcha, em passo acelerado. Hoje, só marcha, em passo lento. Como será amanhã?

Hoje, tinha terminado o meu passeio, quando se aproximou de mim um rapaz de raça negra. E veio uma pergunta:

- Senhor, onde é a Junta de Freguesia de Massamá?

ao que que eu respondi:

- É já ali.

Na verdade, é mesmo ali, a 200 metros.

Aquele "é já ali" fez-me pensar, ao regresso a casa. Há 50 anos houve um diálogo semelhante, só os protagonistas estavam em campos opostos. Aconteceu no sul de Angola, em plena guerra colonial. Naquelas operações mais delicadas, levávamos connosco um guia, um nativo da terra, melhor conhecedor do terreno. 

E aconteceu algumas vezes, eu perguntar ao guia:

- Amigo, ainda falta muito (para alcançar  o objectivo)?

Ao que ele respondia:

- É já ai.

Bem, não era verdade. Afinal, o objectivo estava ainda longe, era preciso caminhar ainda muito para lá chegar. No fundo, havia uma percepção diferente das distâncias. Note-se que estávamos na Província então denominada Cuando-Cubango, conhecida por Terras do Fim do Mundo. Tinha uma superfície 2 vezes superior à de Portugal. Um pormenor que explica tudo.

terça-feira, 13 de maio de 2025

A cor verde está na moda


«Aquele verde, com franqueza, não é o "verde que te quero verde", não é o verde do Lorca, não lança "um barco sobre o mar", nem um cavalo à brida na montanha.Nem é a "verdura bela" da cor de limão sobre a qual Camões estendeu os olhos de seu coração.
Não basta guardares num saquinho escondido no bolso um pó verde desmaiado para que ele se transforme na tinta verde com que Octavio Paz fez o seu poema ambiental. No poema de Paz, "a tinta verde cria jardins, selvas, prados/ folhas onde cantam as letras,/ palavras que são árvores,/ frases que são verdes constelações".
O vosso verde não é um verde lima. É verde limo, viscoso, peganhoso.
Não se lança um verde, seja qual for o tom, à cara de um homem que nos aperta a mão. Não há desculpa, nem a dos verdes anos. Não há clemência, seja o verde oliva ou esmeralda, turquesa ou marciano. Seja o verde verdinho.
O grande poeta Manoel de Barros viu que a tarde estava verde "no olho das garças". Drummond gostava de se deitar "à sombra doce das moças em flor" que era "uma sombra verde, macia, vã". Não assim o verde que levas escondido, num plástico manhoso, o verde que te preparas para lançar à cara de um homem que te aperta a mão.
Não acaba bem o poema a que Leminski chamou "Verdura". Começa assim: "De repente,/ me lembro do verde,/ a cor verde/ a mais verde que existe/ a cor mais alegre/ a cor mais triste/ o verde que vestes/ o verde que vestiste/ no dia em que te vi/ no dia em que me viste". Se te deres à maçada de o ler, verás que não acaba bem.
Como não acabou bem o verde que a tua mão tornou eléctrico.
Diz-se que a cor verde alivia o stress. Mas não um verde assim, manhoso, embrulhado em plástico, leveza fóssil de bolso. O vosso é um verde papel da parede à qual bem podeis limpar as mãos.» 

Fernando Alves, "Aquele verde", in "Os Dias que Correm", 12 Mai. 2025

Fernando Alves refere-se ao episódio em que dois jovens, activistas do movimento Fim ao Fóssil, lançaram pó verde sobre a cara e o casaco do presidente do partido Iniciativa Liberal, Rui Rocha.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Habemus Papam!

O cardeal Robert Prevost assume o papado com o nome Papa Leão XIV, tornando-se o 267º sucessor de Pedro!

«O cardeal Robert Francis Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos, foi hoje eleito como Papa, assumindo o nome de Leão XIV.
O primeiro pontífice norte-americano, de 69 anos de idade, foi missionário e arcebispo no Peru, tendo ainda sido superior geral da Ordem de Santo Agostinho.
São Gregório III, da Síria, que liderou a Igreja Católica entre 731 e 741, tinha sido o último Papa não-europeu, antes da eleição de Francisco, a 13 de março de 2013.
O novo Papa nasceu a 14 de setembro de 1955 em Chicago (EUA); em 1977 entrou no noviciado da Ordem de Santo Agostinho (O.S.A.), na província de Nossa Senhora do Bom Conselho, e emitiu os votos solenes a 29 de agosto de 1981.
Aos 27 anos, foi enviado pela Ordem a Roma para estudar Direito Canónico na Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino (Angelicum), sendo ordenado sacerdote a 19 de junho de 1982.
Obteve a licenciatura em 1984 e foi enviado para trabalhar na missão de Chulucanas, Piura, Peru (1985-1986); em 1988 foi enviado à missão de Trujillo como diretor do projeto de formação comum para os aspirantes agostinianos dos Vicariatos de Chulucanas, Iquitos e Apurímac.
Enquanto religioso foi prior de comunidade (1988-1992), diretor de formação (1988-1998) e professor de professos (1992-1998); na Arquidiocese de Trujillo foi vigário judicial (1989-1998), professor de Direito Canónico, Patrística e Moral no Seminário Maior “São Carlos e São Marcelo”.
Em 1999, foi eleito prior provincial da Província Mãe do Bom Conselho (Chicago) e, dois anos e meio depois, o capítulo geral ordinário escolhe-o como responsável mundial da Ordem de Santo Agostinho, que exerceu durante 12 anos.
O Papa Francisco nomeou-o administrador apostólico da Diocese de Chiclayo (Peru) a 3 de novembro de 2014, elevando-o à dignidade episcopal de bispo titular da Diocese de Sufar.
A 7 de novembro, tomou posse canónica da diocese na presença do Núncio Apostólico e foi ordenado bispo a 12 de dezembro de 2014, festa de Nossa Senhora de Guadalupe, na Catedral da sua diocese.
Francisco nomeou-o membro da Congregação para o Clero em 2019 e membro da Congregação para os Bispos em 2020, ano em que foi designado administrador apostólico da Diocese de Callao.
No Vaticano, foi prefeito do Dicastério para os Bispos, desde 30 de janeiro de 2023, e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.
O Papa Francisco criou-o cardeal no Consistório de 30 de setembro de 2023, sendo considerado um colaborador próximo do seu antecessor, tendo sido um dos responsável pela gestão do Caminho Sinodal Alemão.
Na Assembleia Sinodal de 2024, o agora Papa disse aos jornalistas que os trabalhos propõem uma “nova forma de fazer as coisas na Igreja”, que exige tempo.
“Não devemos esperar soluções instantâneas”, referiu o colaborador do Papa, destacando a passagem de temas tidos como polémicos para os grupos de trabalhos criados por Francisco, em fevereiro do último ano.
Estes dez grupos de estudo abordam temas propostos pela primeira sessão sinodal, em outubro de 2023, envolvendo dicastérios da Cúria Romana, sob a coordenação da Secretaria-Geral do Sínodo, até junho de 2025.
Leão XIV sublinhou que os trabalhos da sessão sinodal apontavam a necessidade de mudar o paradigma de uma “estrutura de poder”, com mais organismos de consulta, nas dioceses e paróquias.
Em cima da mesa, acrescentou, está o processo de escolha de bispos e o papel dos núncios, representantes diplomáticos da Santa Sé em todo o mundo.
“O processo de busca de candidatos pode ser mais sinodal, mais aberto, incluindo uma maior participação de bispos, padres, religiosas, leigos e leigas”, assinalou o então prefeito do Dicastério para os Bispos.
O novo Papa assumia que a missão episcopal deve levar cada bispo ao encontro das “necessidades específicas” de cada realidade, reforçando a “presença pastoral e social da Igreja”, onde quer que as pessoas sofram, e a proteção da natureza.
O cardeal Prevost foi questionado sobre o papel dos leigos, nestes processos de nomeação episcopal, indicando que “já foram dados alguns passos significativos”, com indicações para “incluir mais leigos e religiosas” nas consultas e com maior presença de mulheres no Dicastério para os Bispos.
Admitindo diferenças de “pontos de vista”, mais do que de divisões, na assembleia sinodal, o novo pontífice referiu, a respeito da participação das mulheres, que as categorias dentro da Igreja “precisam de ser diferentes”, pelo que a sua ordenação sacerdotal poderia “criar um problema” em vez de o resolver.
Para Leão XIV, o debate deve visar um “novo entendimento da liderança, poder e autoridade”, como serviço, na Igreja.
O último pontífice a escolher o nome Leão foi Leão XIII, Papa entre 1868 e 1903, que se destacou pela sua defesa da Doutrina Social da Igreja.»

Agência Ecclesia



segunda-feira, 5 de maio de 2025

Dia Mundial da Língua Portuguesa

No Dia Mundial da Língua Portuguesa, este excerto do texto «A Voz do Mar», da autoria de Vergílio Ferreira e por ele lido em 1991, na cerimónia em que lhe foi atribuído o Prémio Europália (Bruxelas)

“[…Uma língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi a da nossa inquietação…]

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Devaneios cruzadísticos │ José Saramago (revisitado)

Neste mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e, no final, encontrar o título (3 palavras nas horizontais) de uma obra do escritor português José Saramago (1922-2010).

Arjacasa Valpaços

HORIZONTAIS:  1 – Abaixai; Espécie de canoa escavada num tronco de árvore.  2 – Empas da vinha. 
3 – Balido de ovelha; Completos; A parte mais larga dos membros dianteiros das reses. 4 – Passará; Desamparados; Prefixo que significa através de. 5 – Interjeição que exprime impaciência; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de escuro. 6 – Emparceira. 7 – Estimar; Vinculo. 8 – Dente queixal  [regionalismo, plural];   Geme;   Berne.   9 –   Aqueles;   Cena pungente [figurado];   Aquelas. 
10 – Mude de rumo [navio]. 11 – Faça calar [figurado]; Famas.


VERTICAIS:   1 – Omitia;  Esconde.   2 – Falhamos.   3 – Além;  Depósitos [figurado];  Entre nós. 
4 – Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de arte; Elemento de formação pospositivo, de origem latina, que ocorre sobretudo em verbos de sentido frequentativo…; Símbolo de decâmetro
5 – Íntimos; Primeiro tempo de um compasso [Música]. 6 – Admirarias. 7 – Continuados; Assentimento. 8 – Entusiasmo [figurado]; Aflição; Mestre. 9 – Pessoa notável na sua especialidade [figurado]; Exigiu; Preposição que designa tempo. 10 – Afecção devida a uma avitaminose…[Medicina]. 11 – Recebe [figurado]; Conforto.

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF com o passatempo.

O problema não segue, ainda, o novo Acordo Ortográfico


Aceito respostas até dia 25 de Maio, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

sábado, 26 de abril de 2025

Devaneios cruzadísticos │ Provérbio

"Dádiva mal dada, para Deus não vale nada" é o provérbio pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Abril de 2025.

Aleme Braga

Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; El-Danny; Elvira Silva; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Sepol; Seven; Socrispim; Solitário; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

Obrigado a todos. Até breve!

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Um amigo que partiu!


Com que palavras se acalma a dor pela perda de alguém que nos é muito querido? Não há. A notícia chegou, abruptamente, logo ao início da manhã. A morte do Papa Francisco deixou-me profundamente triste, como se tivesse morrido alguém que me era próximo. Com muita dificuldade, ao longo do dia, reprimi as lágrimas. À tristeza pela sua partida junta-se a gratidão enorme por ele ter existido e por continuar vivo nos nossos corações.

quinta-feira, 17 de abril de 2025

A barragem das Mabubas

Na nossa peregrinação pela Terra, num breve instante que é o milagre da vida, vamos deixando pedaços do nosso coração aqui e acolá. Nuns casos mais, noutros menos. É o caso da minha passagem pelas Mabubas, uma localidade perto de Luanda, nos distantes anos de 1973/1974.
Deixo aqui um testemunho de alguém, militar como eu, que passou pela mesma experiência e que subscrevo inteiramente.


[…] Mabubas é um local de beleza inexplicável. Uma barragem que fornece a Luanda uma quantidade limitada de energia eléctrica e sustenta as águas, por vezes revoltas, do rio Dange. A represa de água é majestosa e bela. Alarga-se por vários quilómetros quadrados de extensão e alberga uma infinidade de animais que vão das dezenas de qualidades de peixes, a jacarés e lagostins.
Junto à barragem cresceu uma pequena povoação que se alongava ladeando uma única rua que descia por cerca de uns 400 metros de comprimento desde a portada - sempre guardada por militares que controlavam vinte e quatro horas por dia todas as entradas e saídas - até ao paredão que sustinha toda aquela mole imensa de água.
Toda esta estrutura estava cercada por uma fiada de arame farpado electflficado que por sua vez era protegida por mais duas linhas de arame farpado simples, uma de cada lado. A comunidade de civis que ali vivia era na sua esmagadora maioria de raça branca constituída por funcionários da barragem e de uma fábrica de cerâmica das proximidades.
As estruturas do quartel misturavam-se com as casas dos civis, numa miscelânea difícil de separar, confundindo-se com estas. Na correnteza de casario que ladeava a rua em ambos os lados, com as casas pegadas umas às outras, uma era, por exemplo, a messe de Sargentos, a seguinte a do senhor Joaquim e a outra a messe de oficiais. A interação com a população era total e a relação de autêntica vizinhança de aldeia.
Vista de longe, Mabubas parecia um presépio que se debruçava sobre a extensa represa.
Mas, a maior beleza das Mabubas eram os 60 Km de distância a Luanda e a possibilidade de os percorrermos em quarenta minutos sempre que quiséssemos... e tal fosse possível...[…]

Pedro C., in "Capitães do Vento"