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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Almeida Garrett

Comemora-se, hoje, mais um aniversário de Almeida Garrett. Nasceu no Porto, no dia 4 de Fevereiro de 1799. Porto, Cidade de Garrett, no dizer do poeta Eugénio de Andrade.
Garrett que ousou escreveu, para nosso espanto:
«E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?» Almeida Garrett, in As Viagens na Minha Terra, pág. 51.
Por mim, não encontro melhor maneira de o felicitar senão destacar aqui o seu poema intitulado A UM AMIGO, no qual ele, justamente, felicita um seu amigo por ocasião de mais um aniversário.
A um Amigo
Fiel ao costume antigo,
Trago ao meu jovem amigo
Versos próprios deste dia.
E que de os ver tão singelos,
Tão simples como eu, não ria:
Qualquer os fará mais belos,
Ninguém tão d’alma os faria.

Que sobre a flor de seus anos
Soprem tarde os desenganos;
Que em torno os bafeje amor,
Amor da esposa querida,
Prolongando a doce vida
Fruto que suceda à flor.

Recebe este voto, amigo,
Que eu, fiel ao uso antigo,
Quis trazer-te neste dia
Em poucos versos singelos.
Qualquer os fará mais belos,
Ninguém tão d’alma os faria.

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas

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