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quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Nossa Senhora

Ainda a visita à Casa Museu José Régio, do passado dia 25 de Maio passado. Ao passar diante de uma bela imagem de madeira, a guia reuniu o grupo e explicou:

Esta imagem  de Nossa Senhora, em vida do poeta, estava ali ao cimo das escadas, logo à direita. Sempre que entrava em casa, José Régio falava com ela e, um dia, até lhe compôs um poema. A guia pegou num papel que estava na base da imagem e declamou esse belo poema:

Nossa Senhora
Tenho ao cimo da escada, de maneira
Que logo, entrando, os olhos me dão nela,
Uma Nossa Senhora de madeira,
Arrancada a um Calvário de Capela.

Põe as mãos com fervor e angústia.
O manto cobre-lhe a testa, os ombros, cai composto;
É uma expressão de febre e espanto;
Quase lhe afeia o fino rosto.

Mãe de Deus, seus olhos enovoados
Olham, chorosos, fixos muito além...
E eu, ao passar, detenho os passos apressados,
Peço-lhe – “ A sua benção, Mãe!”

Sim, fazemo-nos boa companhia
E não me assusta a Sua dor: quase me apraz
O filho dessa Mãe nunca mais morre. Aleluia!
Só isto bastaria a me dar paz.

“-Porque choras, Mulher?” – Docemente a repreendo.
Mas à minh´alma, então, chega de longe a sua voz
Que eu bem entendo: - “Não é por Ele...”
“Eu sei! Teus filhos somos nós!”

O mesmo poema é a razão deste vídeo:




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