« […] O líder da Coreia do Norte, Kim Jung-un, referiu-se pela primeira vez à execução do tio, dizendo, na mensagem de Ano Novo, que o partido único no poder ficou mais forte depois do desaparecimento dos “facciosos -imundos”.
“O nosso partido adoptou medidas firmes para se livrar dos facciosos imundos infiltrados”, disse Kim, na televisão.
Em Dezembro, os analistas escreveram que Jang Song Thaek era o único homem que poderia ameaçar o poder de Kim, estando a ganhar relevo ao ser o negociador do programa económico com que Pyongyang tenta abrir um caminho para sair da profunda crise em que o país vive. Casado com uma irmã de Kim Jong ii, Jang começou a ser referido, em alguns sectores (e nos media) como um reformador. Era o protagonista do diálogo com Pequim e após a sua execução todos os “homens de negócios” norte-coreanos que estavam em trabalho na China foram mandados regressar a casa. Jang foi acusado de vários crimes, entre eles o de estar a conspirar para dar um golpe anti-revolucionário e o de corrupção. […]»
Jornal “Público”, de 2 de Janeiro de 2014
Confesso que pouco sei da Coreia do Norte. Aliás, ela também não faz nada para se dar a conhecer, pelo menos, nos dias de hoje. Da sua História conheço muito pouco, isso já não tão desculpável. Não sei, por exemplo, o que era a Coreia do Norte no ano longínquo de 1449, mais precisamente no dia 20 de Maio. Mas em Portugal, sei o que aconteceu nesse dia e até parece que o actual líder da Coreia do Norte, Kim Jung-un se inspirou nessa página negra da História de Portugal.
Afinal, sei agora que na Coreia do Norte também há um lugar a que podemos chamar Alfarrobeira. Cá como lá, temos um sobrinho que mata um tio, porque a mediocridade não sabe conviver com a inteligência. O tio do líder coreano era, porventura, “claro em pensar, claro no sentir”, assim como Pessoa definiu o Infante das Sete Partidas na Mensagem, o Infante mais sábio da Ínclita Geração.
E o que aconteceu com o corpo da malogrado tio do líder coreano? O mesmo que ao Infante D. Pedro? Será como conta Gedeão, “Lá em baixo, na margem do ribeiro,/estendido sobre a erva,/jaz o infante./Do seu coração ergue-se a haste de um virote/erecta como um junco,/e já nenhuma voz o acordará.”?.
Sem comentários:
Enviar um comentário