O AlegriaBreve assinala, este mês, o falecimento, há 1 ano, de Albano Martins, um poeta de reconhecido mérito e, todavia, injustamente desconhecido do grande público ou, pelo menos, pouco falado.
Nasceu na aldeia do Telhado, concelho do Fundão (meu patrício, portanto), no ano de 1930, veio a morrer a 6 de Junho de 2018, em Mafamude, Vila Nova de Gaia, onde residia.
O poeta Albano Martins, ainda que residente no Norte do país, descia muitas vezes à sua Beira e por aqui peregrinava, pelos lugares da sua infância. A sua poesia está cheia de referências a esse universo elementar, às árvores, aos pássaros, aos campos e à água, a uma paisagem física e humana, onde não faltam sons e sabores, cheiros, um chão verbal de alta expressão poética.
Como escreveu o poeta: «Sou um homem do sul, da claridade sem mácula, dos horizontes largos, lavados, varridos pelos ventos da Estrela e da Gardunha. A minha infância é uma écloga de pastores, boieiros e ganhões. Cresci entre fetos, fenos, juncos; entre o coaxar das rãs, o trilho dos pardais, a cegarrega das cigarras, o grasnar dos corvos, o canto dos ralos, das rolas e dos grilos, o arrulho dos pombos nos beirais dos telhados. Andei aos ninhos, como todos os rapazes da minha idade. Percorri, em sobressalto, as veredas e atalhos dos campos, os labirintos dos bosques, os meandros das sarças; persegui perdizes no recolhimento estival das searas e armei ciladas aos tordos nos terrenos lavrados, sob as árvores; colhi amoras nas sebes perfiladas à beira dos caminhos e sorvi o pólen açucarado da flor das acácias. Tive uma infância feliz. Perfumada. Em redor da casa cresciam eucaliptos e castanheiros e, lá ao fundo, depois das hortas e dos lameiros, a ribeira desdobrava o seu perfil de enguia líquida, em cujas águas se dessedentavam salgueiros, choupos e amieiros. Quem conhece a minha poesia sabe que esta é uma reserva que trago escondida no bornal e me serve de sustento na “lôbrega jornada”, como dizia Antero».
É assim que sentimos Albano Martins, poeta e escritor. Sentem-se aqui as origens da Beira-Serra e estas raízes projectam-se luminosamente na sua poesia.
O convite é, meus amigos, decifrar este problema e encontrar, no final, o título (4 palavras nas horizontais) de uma obra do poeta português Albano Martins (1930-2018).
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HORIZONTAIS: 1 – Furto [coloquial]; Robusto. 2 – Coisa sem valor [figurado]; Respeito; Símbolo de ruténio. 3 – Pressa. 4 – Grande quantidade (de coisas ou pessoas) [popular]; Justas; Brado. 5 – Erguei; Exemplar. 6 – Substância; Importa [regionalismo]. 7 – Foge precipitadamente [coloquial]; Bruto [regionalismo]. 8 – Rogue; Porcelana antiga de cor amarela e de origem chinesa; Orvalho [regionalismo]. 9 – Lamento. 10 – De + o [contracção]; Máxima; Conheci. 11 – Sulco; Julgar.
VERTICAIS: 1 – Segura; Imagina [figurado]. 2 – Ora essa! [regionalismo coloquial]; Encerar; Sufixo nominal, de origem latina, que exprime a ideia de origem. 3 – Lengalenga. 4 – Causa; Sufixo nominal utilizado na terminologia geológica para exprimir a ideia de rocha; Procede. 5 – Sem juízo [figurado]; Palerma [figurado]. 6 – Diligências; Choco. 7 – Estreitas; Imundície. 8 – Aquele que pertence a um dos grupos que constituem os Ciganos; Acento; Desgraça. 9 – Consolido. 10 – Sopro; Fechado; Interjeição usada para aconselhar cautela. 11 – Castigo; Abalar.
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Dicionário adoptado: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao
Aceito respostas até dia 25 de Junho, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes.
Vemo-nos por aqui?
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