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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Christos TH. Bokoros


Uma mão amiga deu-me a conhecer o livro “Pintar e Habitar Poeticamente”, de Christos TH. Bokoros, pintor e escritor de nacionalidade grega. Nasceu em 1956, em Agrinio. Estudou Direito na Universidade de Trácia e Pintura na Escola de Belas Artes de Atenas. Vive e trabalha em Castela, no Pireu. 

Nos últimos tempos, ouvimos, demasiadas vezes, dizer que “Portugal não é a Grécia”. Como se os gregos tivessem lepra. E, afinal, parece que somos tão parecidos. Por pouco, até, não nos revoltámos no mesmo dia (25 de Abril de 1974 e 24 de Julho de 1974)! 

No prefácio de Rosa Salvado Mesquita pode ler-se: […] Christos TH. Bokoros renova a pintura na Filosofia… A sua pintura é essencialmente a visualização da Filosofia, do pensamento humano…A noite do mundo era um olival, cada caroço caído será uma chama…vimos das trevas, vivemos na luz […].

A pintura de Christos TH. Bokoros, cujo pai recitava Homero de cor!, é o caminho da luz: a oliveira, a azeitona e a luz. Achei delicioso este pequeno trecho de “histórias de infância”:

[…] É neste espírito que estão gravadas as imagens que reconheço como da infância. A partir dos 18 anos, quando deixei o Agrínio, tudo isto se afasta na distância como um conto do passado. O verde florido dos campos, as fieiras de tabaco debaixo das árvores, a água, os poços, o regato a casa de pedra na cidade, a varanda de ferro forjado, a rua, o quintal das traseiras. Roupa branca estendida, lavada, passada a ferro ao sábado. Todos juntos à mesa. Cozinhados e doces na cozinha. Pão fresco bem cheiroso e fumo de silvas a arder […].

Foi bom conhecer, ainda que ao de leve, este Christos TH. Bokoros. No fundo, a sua obra, casando poeticamente pintura e palavras, dá a conhecer aos leitores a sua experiência de vida em sociedade.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Palavras Cruzadas com História

No meu Grupo de Leitura, achámos que era altura de revisitar a obra do Aquilino Ribeiro. É o que vamos fazer através da leitura de um dos seus romances.

Depois de resolvido este problema, encontrarás, na diagonal, o nome do personagem que dá, justamente, o título ao romance que vamos ler. Qual é?


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HORIZONTAIS: 1– Juízo [figurado]; Piada [figurado]. 2– Espécie de sereia dos rios e dos lagos, na mitologia do Brasil; Miadelas. 3– Categoria; Gozas. 4– Interjeição que exprime admiração; Elegante. 5– Acontecer; Sulcas; Atmosfera. 6– Outra coisa [antigo]; Ordem dos Advogados [sigla]. 7– Indivisível; Preferi; Embaraço. 8– Enlevar; Nomenclatura Combinada [sigla]. 9– Deter; Hectopascal [símbolo]. 10– Indignar; Fundi. 11– Encher; Um gosto entre muitos dissabores [figurado]. 

VERTICAIS: 1– Divisa; Lutar pela vida [regionalismo]. 2– Língua falada pelos povos do grupo étnico Ajauas, nomeadamente no Alto Niassa, em Moçambique; Espancara. 3– Circundara; Algumas. 4– Ali; Lavra. 5– Grande quantidade [figurado]. 6– Ocultaras. 7– Acredita. 8– Mergulhado; Entre nós. 9– Natural ou habitante da Síria; Largos. 10– Coerente; Progenitor. 11– Queimara; Antes.

Clique Aqui  para ver e imprimir.

domingo, 6 de outubro de 2013

O rei D. Sebastião, segundo o escultor Simões de Almeida

[…] lá está D. Sebastião no seu nicho da frontaria, rapazito mascarado para um carnaval que há-de vir, se não noutro sítio o puseram, mas aqui, então teremos de reexaminar a importância e os caminhos do sebastianismo, com o nevoeiro ou sem ele, é patente que o Desejado virá de comboio, sujeito a atrasos […]
José Saramago, em “O Ano da Morte de Ricardo Reis” ( p.64)

Saramago, num tom muito irónico, dá-nos aqui uma pequena nota sobre o Sebastianismo, através dos olhos de Ricardo Reis, heterónimo de Fernando Pessoa. 

O ano da Morte de Ricardo Reis” é um romance extraordinário. José Saramago dá vida ao heterónimo Ricardo Reis e fá-lo interagir com Fernando Pessoa, já morto. 

Ricardo Reis chega a Lisboa, vindo do Brasil, após ter ali recebido a notícia da morte do poeta Fernando Pessoa. No último dia do ano de 1935, Ricardo Reis, durante um passeio, à noite, pela Baixa de Lisboa, passa à frente da Estação do Rossio e olha aquele “rapazito mascarado para um carnaval que há-se vir…”.

Sendo Fernando Pessoa um dos mais ilustres, senão o mais ilustre intérprete do mito Sebastiânico do V Império, o nosso Ricardo Reis, pela mão do Saramago, bem podia ir um bocadinho mais longe. 

Como é sabido, a Estação do Rossio foi construída no estilo Neo-Manuelino, não faltando as cordas dos navios e as esferas armilares. Por isso, há quem defenda que a Estação do Rossio tem omnipresente o mito Sebastiânico e a Ideia do V Império. Na opinião de alguns, e embora passando provavelmente despercebido à maioria das pessoas, "as portas da Estação estão desenhadas em forma de ferradura, aludindo ao cavalo Branco de D. Sebastião a galope do qual ele regressará numa manhã de nevoeiro para reinar sobre todos nós e devolver à Pátria a grandeza pretérita".

O mais curioso, ainda, é o pormenor do próprio D. Sebastião que segura um escudo com 7 castelos, mas cujas mãos ocultam dois deles. Será mais uma referência ao V Império?

Esta é a tese defendida por Victor Manuel Adrião na sua obra "Lisboa Insólita e Secreta"

Por mim, fiquei disponível para dar crédito à tese, desde que conhecesse o escultor deste D. Sebastião e se da sua biografia fosse levado a concluir que ele quisesse mesmo deixar ali o seu testemunho, como fazem alguns autores. Fui pesquisar. 

A fazer fé na informação do SIPA – Sistema de Informação para Património Arquitectónico - que consta no site http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=4979 a escultura será da autoria de Simões de Almeida. Aí se diz que em 1887 - obras de perfuração do túnel do Rossio e da construção da estação; a fachada foi feita pelo empreiteiro francês Bartissol; execução das esculturas e dos medalhões por Simões de Almeida.

Este Simões de Almeida será o José Simões de Almeida (tio) - para o distinguir do sobrinho homónimo, José Simões de Almeida (sobrinho) - nasceu em 1844 e morreu em 1926, em Figueiró dos Vinhos. A acreditar neste site, o escultor Simões de Almeida teria, em 1887, 43 anos de idade. Pode ser…

Falta agora saber se este Simões de Almeida comungava ou não do mito do V Império. Vamos ver…talvez volte ao assunto. 

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Sophia interroga-se: quando eu morrer

Sophia de Mello Breyner nasceu em 1919 e morreu em 2004. Viveu, portanto, 85 anos. Não me parece que o tema da morte esteja muito presente na sua obra. Lembro o poema, este muito conhecido, em que ela diz “Quando eu morrer voltarei para buscar/Os instantes que não vivi junto ao mar". Um poema pequeno, somente 6 versos, depurado e limpo. Não sei o ano da sua escrita, mas julgo tratar-se de um poema de final de carreira. 

Mas há um poema, do ano de 1947 (para mim, um ano curioso), em que Sophia, então com 28 anos, escreveu sobre a sua morte. O poema, tal como o que está acima referido, começa também pelo advérbio interrogativo QUANDO.

O poema é este.

sábado, 28 de setembro de 2013

Em Ramos Rosa, deus tem a cor do "planeta azul"

o deus azul

Há um deus que fertiliza a polpa azul da sombra
e extenso no silêncio está como o olvido no olvido.
Recolhe-se num movimento para o centro
onde permanece côncavo e completo.
Na sua enamorada eternidade
o corpo é asa, pedra e nuvem.
O mundo por vezes é um instante de amêndoa
em que ele transparece em carícias de regaço.
Movimento de plácida e redonda consciência,
não a imagem mas a visão nua do âmbito pleno,
em que estamos com ele em sequência natural.
A sua vida é o sono da luz e da sombra em aberta órbita
sempre no seu próprio círculo em sucessivas ondas
de sossegada incandescência.
Ele está no mundo, o mundo está nele
sempre como no princípio num fulgor cumprido
na radiosa concavidade azul. 

António Ramos Rosa, em Felicidade do ar (Caminho: Lisboa 1990, p. 25.)

Neste poema, o poeta parece não ter dúvidas quanto à presença de Deus no mundo: Ele está no mundo, o mundo está nele. E ainda: O mundo por vezes é um instante de amêndoa / em que ele transparece em carícias de regaço. Uma certa osmose entre Deus e o mundo: este deus (assim, com minúscula) tem a cor do “planeta azul”. É quase uma visão beatífica: não a imagem mas a visão nua do âmbito pleno / em que estamos com ele em sequência natural. Pois A sua vida é o sono da luz em aberta órbita.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Palavras Cruzadas com História

"Mistérios de Lisboa" é a solução do Passatempo que coloquei aqui há dias. A resolução destas Palavras Cruzadas era a seguinte:


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HORIZONTAIS: 1 – (…) Castelo Branco, escritor português (1825-1890); Estimar. 2 – Dividira com taipa. 3 – Preposição que designa lugar; São Miguel de (…), localidade onde morreu o escritor Camilo Castelo Branco; Nota musical. 4 – Grita; Passa; Descobria. 5 – Leste; Lírio. 6 – Supremo Tribunal Administrativo [sigla]; Preposição que designa ausência. 7 – Engane-se; Restos. 8 – Rezai; Retumbar. 9 – Ril; (…) Plácido, nome da mulher que foi a grande paixão da vida do escritor Camilo Castelo Branco; Altar cristão. 10 – Embaraço; Planta leguminosa; Avenida [abreviatura]. 11 – Vela de moinho; Descaramento [coloquial].

VERTICAIS: 1 – Natas; Atavia. 2 – Segredos. 3 – Meitnério [símbolo químico]; Uniram. 4 – Seguias; Graceja; Neste lugar. 5 - Ligues; Preposição que designa causa; Atmosfera. 6 – Misturas com ópio; Que durou ou durará um ano. 7 - Juntei; Aquelas; Mau cheiro. 8 – Unidade de medida de superfície; Aqueles; Ástato [símbolo químico]. 9 - Ruim; Eugénio (…), nome de um ensaísta e crítico literário português (1930 -   ). 10 - Desgraçaras. 11 – Desgastava; Endoidecia.