Fui, ontem, à Gulbenkian ver a exposição “As Idades do Mar”. Pretende mostrar a importância do mar na história e cultura portuguesa: o mar enquanto veículo de comunicação para a economia, a politica e a cultura. A exposição está dividida em vários núcleos, ligando o conceito idade a determinados momentos da vida do homem e do mundo.
Estão ali presentes 89 pintores, alguns dos quais são portugueses, como, por exemplo, Amadeo de Souza-Cardoso, André Reinoso, João Vaz, António Carneiro, José Malhoa e Maria Helena Vieira da Silva. Em relação aos estrangeiros, o meu realce vai para Claude Monet, Van Goyen e Édouard Manet.
Gostei em geral do que vi, mas aqui destaco apenas dois quadros.
O primeiro, do pintor português André Reinoso (1610-1650), que tem o titulo São Francisco Xavier Aplacando a Sede dos Companheiros de Viagem. Vê-se um jarro a ser puxado do mar com água salgada, mas que São Francisco Xavier irá transformar em água potável. Tal como Jesus transformou água em vinho nas Bodas de Caná, explicou a guia do Museu que acompanhava um grupo de visitantes.
Este quadro pertence à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa/Museu de São Roque, onde, aliás, eu já tivera a oportunidade de o observar, embora não tenha fixado o nome do seu autor.
O segundo, é de um pintor estrangeiro, o francês Claude Monet (1840-1926), com o título Hotel dês Roches Noires.
Explicou a guia do Museu que passou férias neste hotel, na sua infância, o escritor Marcel Proust, o que lhe permitiu, mais tarde, transferir para o romance Em Busca do Tempo Perdido muitas das imagens desse tempo.
A exposição termina com um excerto de um poema da Sophia em que ela fala do mar, um tema muito presente na sua obra.
Os instantes que não vivi junto do mar.
Sem comentários:
Enviar um comentário