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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A Língua Portuguesa é a "última flor de Lácio"


Olavo Bilac (1865-1918) foi um jornalista e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira das Letras. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros em 1907.

Ficou conhecido pela sua atenção à literatura infantil e, também, pela participação cívica. Bilac foi um activo republicano e nacionalista. Ficou na História como sendo um acérrimo defensor do serviço militar obrigatório, num período em que o exército usufruía de amplas faculdades políticas.

Foi contemporâneo do Eça de Queirós, foram grandes amigos, tendo convivido, com assiduidade, na cidade de Paris. 

Foi sobretudo como poeta que Bilac que se imortalizou. Ficou célebre a expressão "Flor do Lácio" que ele usou para designar a Língua Portuguesa. Para Olavo Bilac a Língua Portuguesa continuava a ser "bela", mesmo sendo originada de uma linguagem popular.

Soneto à "Língua Portuguesa"

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…


Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!


Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,


Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O génio sem ventura e o amor sem brilho!


Olavo Bilac, in "Poesias"

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