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segunda-feira, 1 de abril de 2019

Devaneios cruzadísticos │Ricardo Reis

O AlegriaBreve convoca-nos, este mês, para comemorar mais um centenário, este deveras singular. Faz 100 anos que o poeta Ricardo Reis, o latinista, o poeta das odes, partiu para o Brasil!

Quem o diz é o seu criador, o poeta Fernando Pessoa, na célebre carta sobre a génese dos heterónimos, de 13 de Janeiro de 1935: «[…] Ricardo Reis nasceu em 1887 (não me lembro do dia e mês, mas tenho-os algures), no Porto, é médico e está presentemente no Brasil...Ricardo Reis, educado num colégio de jesuítas, é, como disse, médico, vive no Brasil desde 1919, pois se expatriou espontaneamente por ser monárquico. […] ».

Fernando Pessoa mandou Ricardo Reis para o Brasil e nunca mais falou dele. Ficou o enigma.

Foram precisos 50 anos para esse mistério ser desvendado. Devemo-lo a José Saramago, com a publicação desse romance extraordinário que é "O Ano da Morte de Ricardo Reis". 

Segundo a narrativa de Saramago, Ricardo Reis regressa do Brasil e desembarca no Cais de Alcântara, em Lisboa, no dia 29 de Dezembro de 1935; vem a Portugal depois da cólica hepática que vitimou Fernando Pessoa no dia 30 de Novembro de 1935 e chamado por um telegrama de Álvaro de Campos; o primeiro local que visita é o Cemitério dos Prazeres, quer estar frente ao jazigo nº4371 onde repousa o poeta Fernando Pessoa na companhia da avó Dionísia; conhece duas mulheres: Marcenda Sampaio, que tem uma paralisia na mão esquerda, e Lídia, criada de hotel, que, mais tarde, e depois de relações carnais com o senhor doutor, irá ficar grávida; vai em "peregrinação" a Fátima mas «não fica para o adeus à Virgem»; percorre a cidade de Lisboa à busca do tempo perdido; encontra-se com Fernando Pessoa por 11 vezes, nos locais mais insólitos da cidade, para diálogos delirantemente estimulantes. 

Ao fim de nove meses (tempo em que o Fernando Pessoa tem autorização para sair do cemitério!) os dois têm o último encontro. Acontece no dia 9 de Setembro de 1936 (no dia a seguir à "Revolta dos Marinheiros"). Ricardo Reis acompanha Fernando Pessoa até ao cemitério, onde descansam ambos para todo o sempre. 

Está encontrado o ano em que Ricardo Reis morreu! As suas últimas palavras foram: «Deixo o mundo aliviado de um enigma».

O convite é, meus amigos, decifrar este problema e encontrar, no final, o primeiro verso (4 palavras nas horizontais) de um poema de Ricardo Reis, heterónimo do poeta português Fernando Pessoa (1888-1935).


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HORIZONTAIS: 1 – Procura; Desfalque. 2 – Sagaz [popular]. 3 – Suceder; Bagatela; Porque [arcaico]. 4 – Esta; Habitação [Guiné-Bissau]; Pátria. 5 – Esconde; Siga. 6 – Interjeição que exprime espanto; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de ouvido. 7 – Usarás; Valente. 8 – Nome da sétima letra do alfabeto grego; Interjeição que exprime enfado [Angola]; Graça [figurado]. 9 – Como; Em grande número; Símbolo de silício. 10 – Fresta. 11 – Provocas [figurado]; A totalidade de pessoas.

VERTICAIS: 1 – Tira; Firme. 2 – Pequena repreensão. 3 – Preposição que designa matéria; Designação oriental de cada uma das celas utilizadas por alguns anacoretas [antiquado]; Símbolo de plutónio. 4 – Estilo musical em que a letra é dita rápida e ritmadamente; Menino [Brasil]; Suavidade [figurado]. 5 – Ladra [regionalismo]; Lugar muito quente [figurado]. 6 – Rude [figurado]; Remes em sentido contrário para retroceder. 7 – Hesita; Derrotei. 8 – Glória [figurado]; Carácter [figurado]; Abreviatura de artigo. 9 – Símbolo de sudoeste; Largas; Alternativa. 10 – Conquistas. 11 – Grave; Alivio.

A sortear: Prémio Porto Editora

Clique  Aqui  para abrir e imprimir o PDF.


Aceito respostas até dia 25 de Abril, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?

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