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quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Devaneios cruzadísticos │ Eça de Queiroz

Em Outubro passado, o AlegriaBreve visitou a Fundação Eça de Queiroz, na Quinta de Tormes, em Santa Cruz do Douro, concelho de Baião. Foi uma das mais comedoras lembranças do viajante AlegriaBreve, talvez um dia volte, talvez não volte nunca, talvez até evite voltar. 

Aqui fica mais uma evocação do grande escritor que foi Eça de Queiroz. Nasceu a 25 de Novembro de 1845, na Póvoa de Varzim, filho de um magistrado, também ele escritor, e morreu a 16 de Agosto de 1900, em Paris. 

É considerado um dos maiores romancistas da literatura portuguesa, o primeiro e principal escritor realista português, renovador profundo e perspicaz da nossa prosa literária.

Entrou para o Curso de Direito em 1861, em Coimbra, onde conviveu com muitos dos futuros representantes da Geração de 70, já então aglutinados em torno da figura carismática de Antero de Quental, e onde acedeu às recentes ou redescobertas correntes ideológicas e literárias europeias: o Positivismo, o Socialismo, o Realismo-Naturalismo, sem, contudo, participar ativamente na que seria a primeira polémica dessa geração, a Questão Coimbrã (1865-1866).

Terminado o curso, iniciou a sua experiência jornalística como redator do jornal "O Distrito de Évora" (1866) e como colaborador na "Gazeta de Portugal", onde publicou muitos dos textos, postumamente reeditados no volume das "Prosas Bárbaras". 

No final desse ano, formou-se o "Cenáculo", de que viriam a fazer parte, nesta primeira fase, além de Eça, Jaime Batalha Reis, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins e Salomão Saragga, entre outros. Após uma viagem pelo Oriente, para assistir à inauguração do canal de Suez como correspondente do "Diário Nacional", regressou a Lisboa, onde participou, com Antero de Quental e Jaime Batalha Reis, na criação do poeta satânico Carlos Fradique Mendes e escreveu, em 1870, em parceria com Ramalho Ortigão, o "Mistério da Estrada de Sintra". 

No ano seguinte, proferiu a conferência "O Realismo como nova expressão da Arte", integrada nas Conferências do Casino Lisbonense No mesmo ano, iniciou, novamente com Ramalho, a publicação de "As Farpas", crónicas satíricas de inquérito à vida portuguesa.

Em 1872, iniciou também a sua carreira diplomática, ao longo da qual ocuparia o cargo de cônsul sucessivamente em Havana (1872), Newcastle (1874), Bristol (1878) e Paris (1888). O afastamento do meio português - aonde só vinha muito espaçadamente - não o impediu de colaborar na nossa imprensa, com crónicas e contos. 

Aliás, foi em Inglaterra que Eça escreveu a parte mais significativa da sua obra, através da qual se revelou um dos mais notáveis artistas da língua portuguesa. Foi, pois, com o distanciamento crítico que a experiência de vida no estrangeiro lhe permitiu que concebeu a maior parte da sua obra romanesca, consagrada à crítica da vida social portuguesa, de onde se destacam "O Primo Basílio" (1878), "O Crime do Padre Amaro" (2.ª edição em livro, 1880), "A Relíquia" (1887) e "Os Maias" (1888), este último considerado a sua obra-prima. Parte da restante obra foi publicada já depois da sua morte, cuja comemoração do seu centenário teve lugar no ano 2000.

Na obra deste vulto máximo da literatura portuguesa, criador do romance moderno, distinguem-se usualmente três fases estéticas: a primeira, de influência romântica, que engloba os textos posteriormente incluídos nas "Prosas Bárbaras" e vai até ao "Mistério da Estrada de Sintra"; a segunda, de afirmação do Realismo, que se inicia com a participação nas Conferências do Casino Lisbonense e se manifesta plenamente nos romances "O Primo Basílio" e "O Crime do Padre Amaro"; e a terceira, de superação do Realismo-Naturalismo, espelhada nos romances "Os Maias" e "A Ilustre Casa de Ramires".

Convido os meus amigos a solucionar este passatempo de palavras-cruzadas e encontrar, a final, o título (5 palavras nas horizontais) de uma obra do escritor português Eça de Queiroz (1845-1900).

HORIZONTAIS: 1 – Sovas; Cova. 2 – Urbe; Uno. 3 – Envaidecido; Elemento de formação que exprime a ideia de cauda. 4 – Dinheiro [coloquial]; Querer. 5 – Sufixo nominal, de origem latina, que exprime a ideia de semelhança; Retirado. 6 – Difícil; Edição [abreviatura]; Vaticina; Aquelas. 7 – Mergulhas; Liga dos Combatentes [sigla]. 8 – Flor; Partida. 9 – Lado; Vales. 10 – Interjeição que exprime espanto; Patranhas. 11 – Bonitos; Centro [figurado].

VERTICAIS: 1 – Imoral; Saís. 2 – Nota musical; Resuma. 3 – Indivíduo que foi vítima da sua própria ambição; Joeira. 4 – Fusão da última sílaba de uma palavra com a primeira da palavra seguinte. Sopro. 5 – Qualidade; Causa; Rasga. 6 – Suportes; Tiras [Brasil]. 7 – Graúdo; Outra coisa [antiquado]; Pesar. 8 – Responsável; Animas. 9 – Indivisível; Passe. 10 – Salgada; Como. 11 – Meiga; Toque.

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF.


Aceito respostas até dia 25 de Dezembro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?

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