Mónica é o nome da personagem do conto Retrato de Mónica, de Sophia de Mello Breyner, escondido nas Palavras Cruzadas que postei aqui há dias. Sophia dá-nos um retrato de Mónica. É uma mulher extraordinária. Faz imensas coisas. Tem uma disciplina rigorosa e constante. Porém, para tanto, Mónica teve que renunciar a três coisas: à Poesia, ao Amor e à Santidade.
No mais, Mónica faz tudo bem. O seu reino é sólido e grande. O marido de Mónica é um pobre diabo. Aquilo não é um casamento, é uma sociedade.
Por tudo isto, Mónica está nas melhores relações com o Príncipe deste mundo (Salazar?). Mas nada acontece. Ela é séria e o Príncipe é casto e austero. O que os une, não é o amor, é uma vontade sem amor.
Afinal, esta Mónica “perfeita” é uma mulher fútil.
Que pretendeu Sophia transmitir-nos com este conto?
Uma metáfora perfeita. É um espantoso retrato da mulher “perfeita” que «tendo renunciado à santidade, se dedica com grande dinamismo a obras de caridade». Sophia transforma a mulher ideal no símbolo da futilidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário