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sábado, 1 de fevereiro de 2020

Devaneios cruzadísticos │Cesário Verde

A biografia de Cesário Verde, o meu amado poeta que o AlegriaBreve homenageia este mês, é pobre de acontecimentos, pois a sua existência, além de breve, decorreu quase anónima. Ao morrer, em 19 de Julho de 1886, com 31 anos, só era conhecido e admirado por um grupo restrito de intelectuais e amigos.

Ele próprio, em carta a outro jovem poeta, António de Macedo Papança, o futuro Conde de Monsaraz, datada de Agosto de 1880, 2 meses após a publicação da sua obra-prima, "O Sentimento dum Ocidental", queixava-se amargamente da incompreensão e indiferença dos seus contemporâneos: «uma poesia minha, recente, publicada numa folha bem impressa, limpa, comemorativa de Camões, não obteve um olhar, um sorriso, um desdém, uma observação. Ninguém escreveu, ninguém falou, nem um noticiário, nem uma conversa comigo, ninguém disse bem, ninguém disse mal!...Literariamente, parece que Cesário Verde não existe». 

E, todavia, Cesário Verde é hoje considerado um dos precursores da poesia que seria feita em Portugal no século XX. Só que esse reconhecimento, justíssimo, somente aconteceu após a sua morte.

O poeta não foi intelectual nem literato e, até, não chegou a fundar um jornal, conforme planeara. Só escrevia poesia nas horas vagas, pois a sua profissão foi a actividade comercial, na loja do pai, na Rua dos Fanqueiros, em Lisboa, nºs 2 a 12 (onde actualmente se encontra uma casa bancária). Depreciativamente, chamavam-lhe o "poeta das ferragens".

Desaparecido prematuramente, Cesário Verde sobrevive, porém, nos seus versos, e essa vida já não pode confundir-se com a existência do "Sr. Verde, empregado no comércio". Ele é O Mestre de Fernando Pessoa, invocado por Álvaro de Campos («...ó Cesário Verde, ó Mestre, / ó do "Sentimento de um Ocidental"!»).

Mas ainda hoje o seu elevadíssimo mérito não é reconhecido pela sociedade civil. Apesar de raro entre os raros que tiveram sobre Lisboa um olhar único, Cesário Verde recebeu da cidade, quase como castigo, um busto envergonhado num jardim de quatro palmos, ali para os lados da Estefânia. Uma tristeza!

"O Livro de Cesário Verde", a única obra que o poeta nos deixou, foi editado por Silva Pinto, o amigo dedicado, meses após a sua morte, numa edição com uma tiragem limitada a duzentos exemplares e destinada apenas a ofertas. «Ao entardecer, debruçado pela janela / E sabendo de soslaio que há campos em frente / Leio até me arderem os olhos / O Livro de Cesário Verde/...», escreveu Pessoa, assinado por Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos".

Solucionado o problema, poderá encontrar, no final, o título de um poema (2 palavras nas horizontais), do poeta português Cesário Verde (1855 – 1886).


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HORIZONTAIS: 1 – Ateias; Vindima. 2 – Desgaste; Corda grossa [plural]. 3 – Preposição que designa modo; Nascida; Aquelas. 4 – Fantasias; Doce de milho e chocolate [Guiné-Bissau]. 5 – Abates; Fira. 6 – Graça [figurado]; Alma; Liga. 7 – Segura; Engastes. 8 – Perto do fim do dia; Toque. 9 – Sufixo nominal, de origem latina, que exprime a ideia de origem; Matizes; Prova. 10 – Privativo; Carácter [figurado]. 11 – Ódio; Pateta. 

VERTICAIS: 1 – Duras; Encontro. 2 – Pareça; Intrigas. 3 – Acontecia; Custo; Símbolo de roentgénio. 4 – Conta; Vê [coloquial]. 5 – Culpas; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de . 6 – Senhora [São Tomé e Príncipe]; Preposição que designa falta; Convinham. 7 – Mace; Orvalhinha. 8 – Compra; Enlaces. 9 – Outra coisa [antiquado]; Demente; Assento [popular]. 10 – Quarto de banho [Brasil]; Andar. 11 – Tosta; Seco.

A sortear: Prémio (livro) Porto Editora

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Aceito respostas até dia 25 de Fevereiro, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 


Vemo-nos por aqui?

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