De repente, a Orca (a aldeia onde eu nasci) explodiu-me em literatura. Primeiro, foi a surpresa do livro O Teu Rosto Será o Último, de João Ricardo Pedro; agora, outro livro surpreendente Orca Terra, de Rosa Salvado Mesquita.
“Orca mágica e mítica”, diz o Prof. Arnaldo Saraiva, no prefácio ao livro. Rosa Mesquita faz-nos regressar, de forma doce e bela, aos tempos primordiais da nossa infância. Um regresso ao universo da nossa aldeia (a casa dos nossos avós, os trabalhos do campo, as ruas a cheirar a queijo, as burras de tira água, os bolos de leite e o arroz doce, a Festa da Nossa Senhora de Oliveira, o fogo de artifício, o acordeonista Alziro, o Regato, a Intinha, o Olival, a recta do Barbado, a Feira de Setembro, o candeeiro a petróleo, a Fonte da Amoreira, o Gaiguei, a Fadagosa, o padre Morão (que foi lá colocado por falar muito de política), o santoro pelos Santos).
No tempo em que eu passava férias com os meus avós, eu era feliz e ninguém estava morto…
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