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domingo, 26 de junho de 2022

Devaneios cruzadísticos │ Antero de Quental

"O Palácio da Ventura" é o título de um poema do poeta português Antero de Quental, pedido com a resolução do passatempo de palavras cruzadas, referente ao mês de Junho de 2022.

O poema reza assim:

Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, O deserdado...
Abri-vos, portas d’ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d’ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão – e nada mais!


Participaram: Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Baby; Caba; Candy; Corsário; Crispim; Donanfer II, El-Danny; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Manuel Carrancha; Manuel Ramos; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Olidino; O. K.; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Salete Saraiva; Seven; Socrispim; Solitário; Somar; Virgílio Atalaya e Zabeli.

A todos, obrigado.
Até ao próximo.

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Acontece-te

de João Luís Barreto Guimarães (n. 3 de Junho de 1967)

Acontece-te
acordares antes do teu braço acordar?
Alguma vez te ligaram para vender silêncio?
Para onde vão as palavras
assim que as soltas no ar? Retiras a crosta à ferida
para manter a
dor acesa? Por quanto mais tempo haverá
ignorantes
no poder? O amor é vermelho ou
também existe em preto? A rotina que satura é
a mesma que protege? Comprar tempo
num parquímetro
permite viver mais tempo? Se o gato te arranha
aproveitas para ler a
glicemia? Ao terminares a viagem há
uma placa com o teu nome? Se Deus fosse mulher
teria descansado ao domingo? Pensa bem: se Deus fosse
mulher teria descansado
ao domingo?

- in Movimento, Quetzal, 2020.

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Devaneios cruzadísticos │ Antero de Quental

O poeta Antero de Quental nasceu há 180 anos e, por isso, o AlegriaBreve aproveita para, mais uma vez, homenagear o genial poeta do século XIX, a quem alguns amigos, igualmente geniais, o achavam santo, o santo Antero.

O ilustre historiador Oliveira Martins escreveu: «Este homem, fundamentalmente bom, se tivesse vivido no século VI ou no século XÏII, seria um dos companheiros de S. Bento ou de S. Francisco de Assis.»

Eça de Queirós, quando queria saber notícias do poeta, interrogava-se geralmente deste modo: «E santo Antero, como vai?».

Antero de Quental nasceu em Ponta Delgada, em 18 de Abril de 1842, filho do combatente liberal Fernando de Quental e de sua mulher Ana Guilhermina da Maia.

Estudou na Universidade de Coimbra, onde se licenciou em direito em 1864. Foi a principal figura na célebre Questão Coimbrã, em que Antero e outros poetas foram atacados por António Feliciano de Castilho (seu antigo professor), por instigarem a revolução intelectual. Como resposta, Antero publicou os opúsculos Bom Senso e Bom Gosto.

No ano da Comuna de Paris (1871), em Lisboa, Antero de Quental organizou as célebres Conferências do Casino, que marcaram o início da difusão das ideias socialistas e anarquistas em Portugal. Coube-lhe a responsabilidade de apresentar a 2ª Conferência, com o título Causas da Decadência dos Povos Peninsulares, que teve lugar no dia 27 de Maio de 1871.

Influenciado pelas ideias revolucionárias de Proudhon, Antero de Quental foi ainda um dos principais impulsionadores do chamado grupo do Cenáculo, também conhecido como Geração de 70, que reunia jovens escritores e intelectuais de vanguarda.

Os sonetos de Antero são considerados por muitos críticos dos melhores da Língua portuguesa. A complexidade do seu espírito fez nascer uma poesia escrita com generosidade e dúvidas angustiantes, com sangue e lágrimas.

Em Junho de 1891, o poeta regressou a Ponta Delgada, onde veio a falecer no dia 11 de Setembro de 1891, desalentado da vida, sem esperança, num banco de jardim, junto ao Convento de Nossa Senhora da Esperança.


Neste mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de palavras-cruzadas e, a final, encontrar o título (4 palavras nas horizontais) de um poema do poeta português Antero de Quental (1842 - 1891).


HORIZONTAIS: 1 – Fantasias [figurado]; Principal. 2 – Aula. 3 – Mais [antiquado]; Vara para tirar fruta das árvores; Sopro. 4 – Causas; Fale [coloquial]; Povo muçulmano da região do Darfur, no Sudão [Etnografia]. 5 – Exorbita; Calote. 6 – Soberano; Naquele lugar. 7 – Dinheiro [figurado]; Tira geralmente de couro que se prende à coleira para conduzir os cães. 8 – Auto-estima; Interjeição que exprime satisfação [Brasil]; Muitos [figurado]. 9 – Contracção de De+a; Obsta; Grito de alegria. 10 – Destino. 11 – Glorifiquei; Idade.

VERTICAIS: 1 – Rebentada; Espiga. 2 – Rude. 3 – Abreviatura de opus; Folga [figurado]; Passe. 4 – Graça [figurado]; Fecha parcialmente (as asas) para descer mais depressa [ave]; Muitos [figurado]. 5 – Bofetada [popular]; Unidade monetária da Serra Leoa. 6 – O messias aguardado, na tradição muçulmana [Religião]; Tio [linguagem infantil]. 7 – Mordazes [figurado]; Que não é discutido por pudor. 8 – Mulher solteira [coloquial]; Elemento de formação pospositivo, de origem latina, que ocorre sobretudo em verbos de sentido frequentativo; Valia. 9 – Símbolo de resistividade eléctrica [Física]; Mordam; Prefixo que exprime a ideia de privação. 10 – Ajuda. 11 – Velhaco; Unas.

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF.


Aceito respostas até dia 25 de Junho, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?