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terça-feira, 26 de abril de 2022

Devaneios cruzadísticos │ Pepetela

"O Planalto e a Estepe" é o título de uma obra do escritor angolano Pepetela (1941), pedido com a resolução do passatempo de palavras cruzadas, referente ao mês de Abril de 2022.

Baseada em factos verídicos, ficcionados pelo autor, esta história põe em evidência a vacuidade de discursos ideológicos e palavras de ordem, que se revelam sem relação com a prática. Uma viagem no tempo e no espaço, o de uma geração cansada de guerra num mundo cada vez mais pequeno.


Participaram: Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Baby; Caba; Candy; Corsário; Crispim; Donanfer II, Dupla Algarvia (Anjerod e Mister Miguel); El-Danny; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Manuel Carrancha; Manuel Ramos; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Olidino; O. K.; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Salete Saraiva; Seven; Socrispim; Solitário; Somar; Virgílio Atalaya e Zabeli.

A todos, obrigado.
Até ao próximo.

segunda-feira, 18 de abril de 2022

Antero de Quental nasceu há 180 anos


Nascido faz hoje 180 anos, Antero de Quental (Ponta Delgada, 18 de Abril de 1842 — 11 de Setembro de 1891) poria termo à sua vida, como outros homens de génio. Sobre o assunto, pensou e escreveu Manuel Laranjeira — que viria também a causar a sua própria morte:

O PESSIMISMO NACIONAL

“Diz-se que a sociedade portuguesa vai atravessando uma crise sobreaguda de sombrio pessimismo, o que é uma verdade de todos os dias; e há quem afirme com argumentos cheios de brilho literário que esse pessimismo é o sintoma claro e indiscutível duma degenerescência do nosso povo, o que é uma hipótese, se não totalmente errónea, pelo menos infinitamente duvidosa e muito discutível.

Decerto: numa terra onde homens de génio, como Antero de Quental, Camilo e Soares dos Reis, têm de recorrer ao suicídio como solução final duma existência de luta inglória e sangrenta; numa sociedade onde o pensamento representa um capital negativo, um fardo embaraçoso para jornadear pelo caminho da vida; num povo onde essa minoria intelectual, que constitui, o orgulho de cada nação, se vê condenada a cruzar os braços com inércia desdenhosa, ou a deixá-los cair desoladamente, sob pena de ser esterilmente derrotada; num país, onde a inteligência é um capital inútil onde o único capital deveras produtivo é a falta de vergonha e a falta de escrúpulos - o diagnóstico impõe-se “de per si“.

O desalento e a descrença alastram. No ar respira-se o cepticismo. E à medida que o mal-estar colectivo se vai resolvendo quotidianamente em tragédias individuais, o sentido da vida, em Portugal, parece ser cada vez mais fúnebre e mais indicativo de que vamos arrastados, violentamente arrastados por um mau destino, para a irreparável falência e de que nos afundamos definitivamente.

Mas porquê? O mal, na verdade, será a morte? Estará isto, como se diz expressiva e resumidamente, irremediavelmente perdido? Estará a raça portuguesa (deixem-me exprimir assim), como agregado autónomo, como indivíduo colectivo, condenada a desaparecer integralmente, isto é, a ser dissolvida na massa comum da espécie humana? Será Portugal, na frase cruel do ”lord“ inglês, - uma nação morta, destinada a ser devorada pelas nações vivas?

MANUEL LARANJEIRA (Vergada, Mozelos, Santa Maria da Feira, 17 de Agosto de 1877 - Espinho, 22 de Fevereiro de 1912), médico, poeta, dramaturgo e articulista, em “O Pessimismo Nacional”.

sexta-feira, 1 de abril de 2022

Devaneios cruzadísticos │ Pepetela

Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudónimo de Pepetela, nasceu em Benguela, no dia 29 de Outubro de 1941 - é o escritor que o AlegriaBreve elegeu para homenagear este mês.

Pepetela é descendente de uma família de portugueses nascidos em Angola. O escritor cresceu num ambiente da classe média, mas frequentou uma escola primária com crianças de várias raças e classes. Ele diz que a cidade de Benguela lhe proporcionou mais oportunidades para conhecer angolanos de todas as raças, porque era a cidade angolana mais multirracial daquela época.

Em Lisboa, Pepetela frequentou, a partir de 1958, o curso de engenharia no Instituto Superior Técnico, mudando em 1960 para o curso de letras na Universidade de Lisboa. Já em 1961, Pepetela fez a opção política que viria a mudar o rumo da sua vida e a marcar toda a sua obra, tornando-o um narrador de uma história de Angola que conhece. Pepetela tornou-se militante do MPLA em 1963.

A sua obra reflecte sobre a história contemporânea de Angola e os problemas que a sociedade angolana enfrenta. Durante a longa guerra, Pepetela lutou juntamente com o MPLA para a libertação da sua terra natal.

A sua obra, nos anos 2000, critica a situação angolana, textos que contam com um estilo satírico incluem a série de romances policiais denominada "Jaime Bunda". As suas obras recentes revelam uma crítica áspera das classes dominantes de Angola.  Licenciado em Sociologia, Pepetela é docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade Agostinho Neto.

Em 1997, foi galardoado com o Prémio Camões pelo conjunto da sua obra. Pepetela foi o primeiro autor angolano e segundo autor africano a ser distinguido com este prémio tão prestigiado. Foi o autor mais jovem a receber este prémio. 

Assim, neste mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de palavras-cruzadas e, a final, encontrar o título de uma obra (5 palavras todas na horizontal) do escritor angolano Pepetela (1941).


HORIZONTAIS: 1 – Irra! [Angola]; Fama [figurado]. 2 – Chã; Bata. 3 – Grito de alegria; Tolerados [figurado]. 4 – Desenvolve; Fora de moda [coloquial]. 5 – Passe; Progredi; Dura. 6 – Descompostura [figurado]; Una. 7 – Paga; Porcelana antiga de cor amarela e de origem chinesa; Estorvo. 8 – Convindo; Pradaria. 9 – Persistente; Prefixo que exprime a ideia de afastamento. 10 – Andar; Prostração. 11 – Estrema; Maneira [figurado].

VERTICAIS: 1 – Pão [Moçambique]; Mandioca-doce. 2 – Ambientes; Atribuir. 3 – Lava áspera e escoriácea constituída por fragmentos irregulares; Perfume. 4 – Indígena; Bigorna de aço, sem hastes, usada pelos ferradores e nos estabelecimentos de cunhar moedas. 5 – Atarracada; Quinteiro. 6 – Interjeição que exprime satisfação [popular]; Arreio. 7 – Lúgubre [figurado]; Censura [figurado]. 8 – Moleste; Preguiça. 9 – Ofertas; Ministério da Saúde [sigla]. 10 – Encontro; Afago. 11 – Ocaso; Estavam a fazer-se.

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF.



Aceito respostas até dia 25 de Abril, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?