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domingo, 1 de dezembro de 2024

Devaneios cruzadísticos │ Alexandre O´Neill

Neste mês de Dezembro, ocorre o 1º centenário do nascimento do poeta Alexandre O´Neill, figura ímpar da poesia portuguesa do século XX. Nasceu a 19 de Dezembro de 1924, em Lisboa, e morreu a 21 de Agosto de 1986, na mesma cidade.


Parque dos Poetas em Oeiras 
Escultura de Francisco Simões

Precursor do surrealismo em Portugal, poeta do realismo e do concretismo, provocador e irónico. O´Neill tocava o absurdo e o lugar comum com trocadilhos geniais. Num jogo lúdico e lúcido de palavras, falava de coisas sérias: do medo, do amor, de Portugal.

O´Neill era um poeta de Lisboa. Boémio assíduo, conversador de tertúlias, vagueava pelas ruas, de caderninho na mão, a tomar nota dos “pequenos absurdos do quotidiano”. Queria ver de perto a “patriazinha iletrada”, apanhar-lhe os ridículos e parodiar os brandos costumes.

Tratava o material recolhido com a mais fina das ironias, em trocadilhos certeiros e mordazes, num discurso povoado de neologismos, calão, gíria e tudo o mais que pudesse tirar os portugueses do sério. Ele que se dizia “um grande poeta menor”, que gostava de sublinhar a inutilidade da poesia, foi neste ofício que se manteve até à morte, em 1986.

Antes de chegar a poeta, O´Neill, que reprovara nos exames e abandonara os estudos, aprendeu a viver de biscates e do que escrevia. Foi escriturário, empregado de seguros, tradutor de romances, de poesia e de manuais científicos, colaborador de jornais e revistas, autor de textos para cinema e teatro, televisão e rádio, letrista de fados e um dos mais importantes criativos publicitários. É dele o genial “Há mar e mar, há ir e voltar”, slogan com direito a figurar no dicionário de provérbios portugueses.

Autodidata, individualista e provocador, via-se essencialmente como um realista, que “apenas registava o aqui e o agora”. Sem misticismos, porque “detestava o que chamava de mistério da poesia”, percorria temas como o amor, o medo e a solidão. Mas Portugal, “país pobrete e nada alegrete”, era recorrente nos versos que fazia. Um adeus português é o mais famoso, como recorda Maria Antónia Oliveira, especialista da obra de Alexandre O´Neill, o poeta “caixadóclos”.

Este mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, no final, o título (4 palavras nas Horizontais) de uma obra do poeta português Alexandre O´Neill (1924-1986).


HORIZONTAIS: 1 – Sonhador [figurado]; Suave. 2 – Pessoa muito bela [figurado]. 3 – Sufixo nominal, de origem latina, que tem sentido diminutivo, por vezes pejorativo; Grémio [figurado]; Você [Cabo Verde]. 4 – Orvalho [regionalismo]; Estima; Andar. 5 – Liga; Bolsa. 6 – Suspensa. 7 – Martirizo; Aspecto. 8 – Sufixo nominal utilizado na terminologia geológica para exprimir a ideia de rocha; Início; Modo [figurado]. 9 – Preposição que designa assunto; Chama; Quando. 10 – Ouvidos. 11 – Marcas [figurado]; Guarda.

VERTICAIS: 1 – Plana; Quintais. 2 – Enfade. 3 – Pertences; Clara; Sufixo nominal, de origem latina, que exprime a ideia de semelhança. 4 – Haver; Antepassado [Timor-Leste]; Estou com muita fome [Brasil]. 5 – Âmbito; Inches. 6 – Excelente. 7 – Apura [figurado]; Mira. 8 – Muitos [figurado]; Graça [figurado] Porcelana antiga de cor amarela e de origem chinesa. 9 – Preposição que designa estado; Predestinas; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de substituição. 10 – Pedaços. 11 – Salvo; Fim [figurado].

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF com o passatempo.

Produções AlegriaBreve http://alegriabreve47.blogspot.pt/ 

O problema não segue, ainda, o novo Acordo Ortográfico


Aceito respostas até dia 25 de Dezembro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Devaneios cruzadísticos │António Nobre

"Meus velhos pescadores" é parte do primeiro verso  do poema com o título "Poveiro" da autoria do poeta português António Nobre (1867-1900), pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Novembro de 2024.

Poveirinhos! meus velhos pescadores!
Na Agoa quizera com vocês morar:
Trazer o lindo gorro de trez cores,
Mestre da lancha Deixem-nos passar!

Far-me-ia outro, que os vossos interiores
De ha tantos tempos, devem já estar
Calafetados pelo breu das dores,
Como esses pongos em que andaes no mar!

Ó meu Pae, não ser eu dos poveirinhos!
Não seres tu, para eu o ser, poveiro,
Mail-Irmão do «Senhor de Mattozinhos»!

No alto mar, ás trovoadas, entre gritos,
Promettermos, si o barco fôri intieiro,
Nossa bela á Sinhora dos Afflictos!

António Nobre, in "Só"


Jani │Póvoa de Varzim

Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; Donanfer II, El-Danny; Elvira Silva; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Sepol; Seven; Socrispim; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

Obrigado a todos. Até breve!

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Devaneios cruzadísticos │António Nobre

Este mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar parte do primeiro verso (3 palavras nas Horizontais) de um poema (soneto) do poeta português António Nobre (1867-1900).

                                                   Jani │Póvoa de Varzim

HORIZONTAIS: 1 – Semelhante. 2 – Bronquite. 3 – Causa; Entregou; Planta liliácea oriunda da China [Botânica]. 4 – Época; De larga escala. 5 – Usa-se como forma de interpelação [Coloquial, plural]; Antigos. 6 – Símbolo de prata [Química]; Muitos [figurado]; Preposição que designa lugar. 7 – Noites [figurado]; Goza. 8 – Lisas; Porcelana antiga de cor amarela e de origem chinesa. 9 – Pessoa notável na sua especialidade [figurado]; Família; Símbolo de samário [Química]. 10 – Injuria. 11 – Peixeiros.

VERTICAIS: 1 – Estão muito quentes; Contém. 2 – Refinaras (açucar). 3 – Símbolo de actínio [Química]; Apogeus; Sigla de Conselho da Europa. 4 – Símbolo de radiano [Geometria]; Ondas [figurado]. 5 – Ar; Defeito; Sigla de Liga dos Combatentes [Militar]. 6 – Embarcação de grande porte e de longo curso [Náutica]; Infames; Cio [popular]. 7 – Sigla de Taxa Referencial [Economia]; Doçura [figurado]; Unidade monetária de África do Sul. 8 – Praia; Abundância. 9 – Compaixão; Densa; Sopro. 10 – Caras [popular]. 11 – Devotos; Vigores [figurado].

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O problema não segue, ainda, o novo Acordo Ortográfico


Aceito respostas até dia 25 de Novembro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

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sábado, 26 de outubro de 2024

Devaneios cruzadísticos │ António Ramos Rosa

"O que não pode ser dito" é o título de uma obra do poeta português António Ramos Rosa (1924-2013), pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Outubro de 2024.

Para os meus amigos

Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.

António Ramos RosaViagem Através de uma Nebulosa

Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; Donanfer II, El-Danny; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Sepol; Seven; Socrispim; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

Obrigado a todos. Até breve!

domingo, 6 de outubro de 2024

Devaneios...


Hoje, em um dos devaneios sem propósito nem dignidade que constituem grande parte da substância espiritual da minha vida, imaginei-me liberto para sempre da Rua dos Douradores, do patrão Vasques, do guarda-livros Moreira, dos empregados todos, do moço, do garoto e do gato. Senti em sonho a minha libertação, como se mares do Sul me houvessem oferecido ilhas maravilhosas por descobrir. Seria então o repouso, a arte conseguida, o cumprimento intelectual do meu ser

Mas de repente, e no próprio imaginar, que fazia num café no feriado modesto do meio-dia, uma impressão de desagrado me assaltou o sonho: senti que teria pena. Sim, digo-o como se o dissesse, circunstaciadamente: teria pena. O patrão Vasques, o guarda-livros Moreira, o caixa Borges, os bons rapazes todos, o garoto alegre que leva as cartas ao correio, o moço de todos os fretes, o gato meigo — tudo isso se tornou parte da minha vida; não poderia deixar tudo isso sem chorar, sem compreender que, por mau que me parecesse, era parte de mim que ficava com eles todos, que o separar-me deles era uma metade e semelhança da morte.

Aliás, se amanhã me apartasse deles todos, e despisse este trajo da Rua dos Douradores, a que outra coisa me chegaria - porque a outra me haveria de chegar?, de que outro trajo me vestiria - porque de outro me haveria de vestir?

Todos temos o patrão Vasques, para uns visível, para outros invisível. Para mim chama-se realmente Vasques, e é um homem sadio, agradável, de vez em quando brusco mas sem lado de dentro, interesseiro mas no fundo justo, com uma justiça que falta a muitos grandes génios e a muitas maravilhas humanas da civilização, direita e esquerda. Para outros será a vaidade, a ânsia de maior riqueza, a glória, a imortalidade... Prefiro o Vasques homem meu patrão, que é mais tratável, nas horas difíceis, que todos os patrões abstractos do mundo.

Considerando que eu ganhava pouco, disse-me o outro dia um amigo, sócio de uma firma que é próspera por negócios com todo o Estado: «você é explorado, Borges». Recordou-me isso de que o sou; mas como na vida temos todos que ser explorados, pergunto se valerá menos a pena ser explorado pelo Vasques das fazendas do que pela vaidade, pela glória, pelo despeito, pela inveja ou pelo impossível.

Há os que Deus mesmo explora, e são profetas e santos na vacuidade do mundo.

E recolho-me, como ao lar que os outros têm, à casa alheia, escritório amplo, da Rua dos Douradores. Achego-me à minha secretária como a um baluarte contra a vida. Tenho ternura, ternura até às lágrimas, pelos meus livros de outros em que escrituro, pelo tinteiro velho de que me sirvo, pelas costas dobradas do Sérgio, que faz guias de remessa um pouco para além de mim. Tenho amor a isto, talvez porque não tenha mais nada que amar - ou talvez, também, porque nada valha o amor de uma alma, e, se temos por sentimento que o dar, tanto vale dá-lo ao pequeno aspecto do meu tinteiro como a grande indiferença das estrelas.

Bernardo Soares, in Livro do Desassossego

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Devaneios cruzadísticos │ António Ramos Rosa

Neste mês de Outubro, ocorre o 1º centenário do nascimento do poeta António Ramos Rosa, um dos grandes poetas portugueses, também reconhecido pela sua pintura e críticas literárias. Nasceu em Faro no dia 17 de Outubro de 1924 e faleceu em Lisboa, no dia 23 de Setembro de 2013.


Parque dos Poetas em Oeiras
Escultura de Francisco Simões 

Estudou em Faro, não tendo acabado o ensino secundário por questões de saúde. Em 1958 publicou no jornal «A Voz de Loulé» o poema "Os dias, sem matéria". No mesmo ano, saiu o seu primeiro livro «O Grito Claro», n.º 1 da colecção de poesia «A Palavra», editada em Faro e dirigida pelo seu amigo e também poeta Casimiro de Brito. Ainda nesse ano iniciou a publicação da revista «Cadernos do Meio-Dia», que em 1960 encerrou a edição por ordem da polícia política.

Abandonou a vida de funcionário de escritório para ser trabalhador das palavras a tempo inteiro. Límpidas, meticulosas, depuradas "com uma certa força nua" - dizia António Ramos Rosa - que encontrou na poesia a sua matéria vital, espaço de resistência e sobrevivência.

No princípio, eram os poemas de expressão mais lírica, empenhados nas questões políticas e sociais, aproximados a uma estética neorrealista. Depois, António Ramos Rosa entrou numa segunda consciência poética, de descoberta e contemplação da natureza, a reflectir o mundo, a desenhá-lo nas palavras que amava e trabalhava em apurado rigor e ardor.

Com mais de quatro décadas de títulos publicados, António Ramos Rosa foi certamente um dos mais importantes poetas portugueses.

O seu prestígio ultrapassou as fronteiras portuguesas e, nos anos 80, foi reconhecido como "poeta europeu da década". Entre vários prémios e galardões, ganhou o Prémio Pessoa em 1988.

Este mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, no final, o título (6 palavras nas Horizontais) de uma obra do poeta português António Ramos Rosa (1924-2013).

HORIZONTAIS: 1 – Vindimas; Defender [figurado]. 2 – Achas; Assento [popular]. 3 – Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de igual; Idade [plural]; Como. 4 – Recusa; Símbolo de actínio; Que é formado por duas partes. 5 – Causa; Distancia. 6 – Tem o direito de; Terreiro. 7 – Estrado alcatifado debaixo de dossel; Adivinha. 8 – Fúteis [figurado]; Simples; Pessoa. 9 – Terras [figurado]; Exposto; Apenas. 10 - Símbolo de ástato; Astuta. 11 – Murchas; Palavreado.
 
VERTICAIS: 1 – Borga [regionalismo]; Entendes. 2 – Incólume; Embrulho. 3 – Interjeição usada para interromper; Cheiras. 4 – Amarra; Somais; Entre nós. 5 – Sorte; Preposição que designa lugar; Bates. 
6 – Esconderijo [regionalismo]; Índigo. 7 – Passes; Responsável; Prestável. 8 – Aquelas; Tecido branco de linho inglês, usado no Brasil, para fatos de homem; Cântico. 9 – Amas; Porte. 10 – Humilhada [figurado]; Símbolo de einsténio. 11 – Círculo em forma de moeda, nos escudos [Heráldica]; Mudança.

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O problema não segue, ainda, o novo Acordo Ortográfico


Aceito respostas até dia 25 de Outubro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Devaneios cruzadísticos │ Aquilino Ribeiro

"Terras do Demo" é o título de uma obra do escritor português Aquilino Ribeiro (1885-1963), pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Setembro de 2024. 

"A serra é agreste, primitiva, mas tem carácter, sem dúvida. Comprazes-te em pintar-lhe as virtudes e encantos sem sombras, e não serei eu que te acoime de parcial. As tintas escuras são para o novelista e tens razão. Decerto que eu, ao chamar-lhe Terras do Demo, não quis designá-las por terras do pecado, porque o pecado seja ali mais grado ou revista aspecto especial que não tenha algures. Nada disso. A serra é portuguesa no bem e no mal. Chamei-lhe assim porque a vida ali é dura, pobrinha, castigada pelo meio natural, sobrecarregada pelo fisco mercê de antigos e inconsiderados erros e abusos, porque em poucas terras como esta é sensível o fadário da existência."
Aquilino Ribeiro

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domingo, 1 de setembro de 2024

Devaneios cruzadísticos │ Aquilino Ribeiro

Aquilino Ribeiro, escritor português, nasceu em Sernancelhe, na Beira Alta, a 13 de Setembro de 1885, e faleceu em Lisboa, a 27 de Maio de 1963. Passados 44 anos da sua morte, em Setembro de 2007, os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão Nacional.

Estudou em Lamego e em Viseu, e em 1901 foi para Lisboa. Ex-seminarista, dedicou-se ao jornalismo, tendo colaborado, entre outras publicações, com "Jornal do Comércio", "O Século", "Diário de Lisboa" e "República", e pertencido ao grupo que, em 1921, fundou "Seara Nova". Ligou-se ao movimento republicano e interveio activamente na revolução, chegando mesmo a ser preso. Fugiu para Paris, frequentou a Sorbonne e escreveu o seu primeiro livro, intitulado "Jardim das Tormentas" (1913).

Regressado a Portugal depois da eclosão da Grande Guerra em 1914, exerceu a carreira de professor e foi conservador na Biblioteca Nacional até 1927. Obrigado de novo, por razões políticas, a sair do País, só regressou definitivamente em 1933.

Foi, em 1956, eleito o primeiro presidente da Associação Portuguesa de Escritores (APE), como prova do reconhecimento de que a sua obra gozava, mas também do consenso reunido à volta de uma figura tornada carismática pela sua postura cívica. No momento em que se preparava para ser alvo de uma homenagem pública nacional, promovida por várias cidades e sugerida pelo cinquentenário da publicação de "O Jardim das Tormentas", morreu subitamente, em 1963.

A vastíssima obra de Aquilino Ribeiro abrange domínios variados que vão do romance, da novela e do conto às memórias, aos estudos etnográfico e histórico, à biografia, à polémica ou à literatura infantil.

Desses traços, o mais evidente seria, ao nível do estilo, a tendência para a integração de um manancial vocabular regional na sua própria escrita, fez com que, em 1988, o Centro de Estudos Aquilinianos editasse um Glossário Aquiliniano. Até o AlegriaBreve iniciou, há anos, um Dicionário Aquiliniano, com muito proveito.

De entre os numerosos títulos que Aquilino publicou, merecem especial destaque "Terras do Demo" (1919), "O Malhadinhas" (primeira versão em 1922), "Andam Faunos pelos Bosques" (1926), "O Romance da Raposa" (1929), "Cinco Réis de Gente" (1948), "A Casa Grande de Romarigães" (1957) e "Quando os Lobos Uivam" (1959).

Este mês, convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, no final, o título (3 palavras nas Horizontais) de uma obra do escritor português Aquilino Ribeiro (1885-1963).


HORIZONTAIS: 1 – Mundos [figurado]; Toque. 2 – Difira; Germinar. 3 – Feixe; Mais [antiquado]; Pisa. 4 – Símbolo de ástato; Causas; Grande quantidade [figurado]. 5 – Queixas; Trabalhadores [popular]; Molesta. 6 – Pesar; Convinham. 7 – Contracção de De+o; Importância; Passa. 8 – Casa; Cegarrega [regionalismo]; Entre nós. 9 – Falso; Sucedia; Bater. 10 – Arrepiar; Demónio. 11 – Emprego [Angola]; Seguras. 

VERTICAIS: 1 – Lagoa [Angola]; Curtas. 2 – Publica; Carrega. 3 – Abundância; Sufixo nominal de origem latina que tem sentido diminutivo, por vezes pejorativo; De bronze. 4 – Responsável; Alas [Arquitectura]; Vontade [Açores]. 5 – Arraial; Adivinhar. 6 – Devasso; Lumbago. 7 – Consigo; Nesse tempo. 8 – Útil; Tira [colquial]; Contracção de De+a. 9 – Desaparecem [Angola]; Multidão; Entregar. 10 – Atam; Abate. 11 –Balelas; Círculos.

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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Devaneios cruzadísticos │ António Mota

"Sonhos de Natal" e "Sal, Sapo e Sardinha" são os títulos de 2 obras do escritor português António Mota, pedidos com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Agosto de 2024.

                                                    Aleme (Braga)

Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; El-Danny; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Sepol; Seven; Socrispim; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

Obrigado a todos. Até breve!

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Devaneios cruzadísticos │ António Mota

Convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, no final, dois títulos (cada um, com 3 palavras nas Horizontais) de obras do escritor português António Mota, reconhecido autor de literatura para crianças e jovens. Nasceu em Ovil, concelho de Baião, em 1957.

                                                    Aleme │Braga

HORIZONTAIS: 1 – Ambições; Qualidade [figurado]. 2 – Preposição que designa modo; Pátrio. 3 – Queimar; Agora. 4 – Atitude; Guarnecer de asas; Graça [figurado]. 5 – Mino; Moço. 6 – Cana-brava; Agaste. 7 – Logro; avestruzes. 8 – Partícula; Afiançam; Ali. 9 – Base; Bofetada [regionalismo]. 10 – Salgai; Sufixo nominal, com sentido aumentativo, que exprime a ideia de origem. 11 – Aprovação [figurado]; Bebedeira [coloquial].

VERTICAIS: 1 – Acontecimento; Hábil. 2 – Cheira; Interjeição usada para aclamar. 3 – Não; Transparente; Porque [arcaico]. 4 – Embondeiro; Austral. 5 – Peso; Ofegar. 6 – Dar saúde a; Apanhar ar. 7 – Arrancai; Difere. 8 - Duo; Apertei. 9 – Outra coisa [arcaico]; Partem; Nada. 10 – Descansa; Espertalhões. 11 – Que é falado; Segurava.

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sexta-feira, 26 de julho de 2024

Devaneios cruzadísticos │José Carlos Ary dos Santos

"Não Passam Mais" é o título de um poema do poeta português José Carlos Ary dos Santos, pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Julho de 2024.


                                                  Olidino (Braga)

Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; El-Danny; Elvira Silva; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Sepol; Seven; Socrispim; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

Obrigado a todos. Até breve!

terça-feira, 2 de julho de 2024

Muito obrigado, Fausto

Muito obrigado, Fausto, pela importantíssima obra com que enriqueceu, e de sobremaneira, o património musical português!

QUANDO EU MORRER é um poema de Alexandre Dáskalos, que Fausto musicou.



Quando eu morrer
não me dêem rosas
mas ventos.
Quero as ânsias do mar
quero beber a espuma branca
duma onda a quebrar
e vogar.

Quando eu morrer
não me dêem rosas...

Ah, a rosa dos ventos
a correrem na ponta dos meus dedos
a correrem, a correrem sem parar.
Onda sobre onda infinita como o mar
como o mar inquieto
num jeito
de nunca mais parar.

Por isso eu quero o mar.
Morrer, ficar quieto,
não.
Oh, sentir sempre no peito
o tumulto do mundo
da vida e de mim.

E eu e o mundo.
E a vida. Oh mar,
o meu coração
fica para ti
para ter a ilusão
de nunca mais parar.

Quando eu morrer
não me dêem rosas...

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Devaneios cruzadísticos │José Carlos Ary dos Santos

Convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, a final, o título (3 palavras nas Horizontais) de um poema do poeta português José Carlos Ary dos Santos (1937-1984).

                                                   Olidino │Braga

HORIZONTAIS: 1 – Emparelhar. 2 – De modo nenhum; Associação da Imprensa Diária [sigla]; Levante. 3 – Forma reduzida do prefixo com- que exprime a ideia de união; Apreciais; Símbolo químico de ástato. 4 – Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de amor; Aquilo que pertence à pessoa a quem se fala. 5 – Porco; Excedem. 6 – Mulher solteira [coloquial]; Peso indiano (de 141 a 330 quilogramas); Iguala [regionalismo]. 7 – Observar sem ser notado; Além disso. 8 – Porcelana antiga de cor amarela e de origem chinesa; Qual [Guiné-Bissau]. 9 – Existe; Osso par da face, que forma o esqueleto das maçãs do rosto [Anatomia]; Interjeição que exprime espanto [Brasil]. 10 – Partícula; Fiz; Juntai. 11 – Reintegrados.

VERTICAIS: 1 – Encurralar. 2 – Lado; Vede; Pessoa manhosa [figurado]. 3 – Poeira; Batata-doce [Angola]; Aqueles. 4 – Anel; Andavam. 5 – Braço; Peça para piano [Música]. 6 – Escrevedeira-de-garganta-cinzenta [Ornitologia]; Parelha; Vadiagem [popular]. 7 – Publicar; Tombar. 8 – Nome feminino, plural de ; Vastidão [figurado]. 9 – Sorri; Comum; Prefixo que exprime a ideia de movimento. 10 – Livra! [Angola, interjeição]; Comportei-me; Graúdo. 11 – Continuásseis.

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quarta-feira, 26 de junho de 2024

Devaneios cruzadísticos │ José Rodrigues dos Santos

"A Mão do Diabo" é o título de uma obra do escritor português português José Rodrigues dos Santos, pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Junho de 2024.


                                               Arjacasa (Valpaços)


Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; El-Danny; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Seven; Socrispim; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

Obrigado a todos. Até breve!

sábado, 1 de junho de 2024

Devaneios cruzadísticos │ José Rodrigues dos Santos

Convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, no final, o título (4 palavras nas Horizontais) de uma obra do escritor português José Rodrigues dos Santos (1964).

                                                   Arjacasa Valpaços

HORIZONTAIS: 1 – Veste-se; Importunas. 2 – Que tem força; Arraial; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de visco. 3 – Sufixo nominal, de origem latina, que traduz a ideia de semelhança; Que é albino (pessoa ou animal) [Brasil, plural]; Preposição que designa estado. 4 – Poeira; Proteger. 5 – Antepassado [Timor-Leste]; Rezam. 6 – Salva de metal [antiquado]; Teima. 7 – Apoquento [figurado]; Sufixo nominal, de origem latina, que exprime a ideia de ferimento. 8 – Matreiro; Único. 9 – Pessoa notável na sua especialidade [figurado]; Estirpe; Alguns. 10 – Poder [figurado]; Contracção de de+o; Idade. 11 – Esmonco; Pessoa irrequieta [coloquial].

VERTICAIS: 1 – Exércitos; Espécie de feijão de Moçambique. 2 – Duro; Aragem; Justas. 3 – Opere; Local distante; Símbolo de ósmio. 4 – De antemão; Assustar. 5 – Actuo; Tornado oco. 6 – Sufixo nominal, de origem tupi, que exprime a ideia de grande; Força. 7 – Cómodo; Fedor. 8 –Comilão [Brasil, coloquial]; Grito. 9 – Interjeição que exprime espanto [Brasil]; Ramada; Singular. 10 – Dor [linguagem, infantil]; Muar; Pessoa que é presumida. 11 – Junto; Incomodo.

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF com o passatempo.


Aceito respostas até dia 25 de Junho, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?