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quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher


A Constituição da República Portuguesa assegura a igualdade no trabalho entre homens e mulheres mas estas continuam a ganhar menos, a ter menos acesso aos lugares de decisão nas empresas, a trabalhar mais horas não remuneradas e a ser as primeiras a perder o emprego.

Todavia, não é repetindo, ano após ano, este ritualismo do Dia Internacional da Mulher, que este estado de coisas se modifica.

Coincidência ou não, estreia-se hoje em Portugal o filme “Florbela”. Segundo li, o filme pretende ser um retrato íntimo de Florbela Espanca, uma mulher que viveu de forma intensa e não conseguiu amar docemente.

Sem olhar, especialmente,  para o dia que hoje se comemora, deixo aqui a minha homenagem a esta poetiza, que me desassossega. O poema Alma Perdida não é dos mais conhecidos, mas eu gosto muito.

Toda a noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma de gente,
Tu és talvez alguém que se finou!

Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!

Toda a noite choraste e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!

Cantaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh’alma
Que chorasse perdida em tua voz!...

Florbela Espanca, in Livro de Mágoas





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