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domingo, 9 de setembro de 2012

O limite da tolerância


Como irão reagir os portugueses, após o anúncio do Primeiro-Ministro, de sexta feira, de mais medidas de austeridade? Irão os portugueses conservar a sua revolta na esfera da intimidade ou será, desta, que vão trazer para a praça pública o desespero e a descrença nas medidas que vêm sendo tomadas sem resultados à vista?

Já há cerca de 50 anos, Miguel Torga olhava para o país e escrevia (in Diário IX, Chaves 17 de Setembro de 1961):

«É um fenómeno curioso: o país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto. Falta-lhe o romantismo cívico da agressão.
Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados».

Apetece dizer que os portugueses continuam pacientes e resignados, pelo que, o mais certo, não vai acontecer nada.

Lá no fundo, somos, como disse Torga, uma colectividade pacífica de revoltados.

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