Não sei como vieste, mas estás aí: na concertina, à noite, nas pedras do adro mesmo ao lado da casa antiga. Deixa-te estar assim.
Antes que perca a memória
das pedras do adro,
antes do corpo ser
um só e quebrado
ramo sem água,
devolvei-me o canto
rouco
e desamparado
do harmónio na noite.
Mãe!, desamparado na noite.
Eugénio de Andrade, in “Coração do Dia”
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