António Nobre nasceu no Porto, a 16 de Agosto de 1867, e morreu a 18 de Março de 1900, com apenas 33 anos de idade. Ao referir-se ao seu livro "Só", único publicado em vida, confessou: «...Mas, tende cautela, não vos faça mal//É o livro mais triste que há em Portugal».
A publicação do "Só" ocorreu em 1892. Há ainda “Despedidas”, com os primeiros poemas, que o poeta não publicara, mas o irmão Augusto veio a publicá-los após a morte do poeta. O "Só" teve duas edições em vida do poeta e a 2ª parece ter sido bastante alterada. Esta abre com o poema Memória que é novo e é um belo poema. Poemas muito auto-biográficos. Muito longos. Publicação de uma Fotobiografia de António Nobre, por Mário Cláudio.
Podemos descobrir o poeta aqui na Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira, na foz do rio Leça. A entrada do Museu é barata. O Dr. Santiago de Carvalho, advogado de Guimarães, veio aqui construir um palácio com a ajuda de um arquitecto italiano. Salas com vários estilos. Casa sobre a foz do rio, mas, mais tarde, com as obras da construção do Porto de Leixões, o casal ficou desanimado e, mais ainda, com a morte de um filho. De interesse, um busto desse filho, da autoria de Teixeira Lopes.
A casa mais tarde veio a ser comprada pela CMM, que instalou ali a Casa Museu António Nobre. O poeta gostava muito de Leça. Numa carta a um amigo, dizia: “Tenho educado a minha alma em Leça”.
Foi para Coimbra com 18 anos. Chumbou dois anos seguidos. Não gostava de estudar. Foi para Paris, onde se licenciou. Concorreu á carreira diplomática, onde teve a ajuda de Eça de Queiroz. Porém, não chegou a exercer, porque entretanto ficou doente. Uma tuberculose pulmonar. Morreu aos 33 anos.
No Museu podemos ver muitos documentos pessoais. Uma carta para a irmã, dois dias antes de morrer. Alguns poemas inéditos. Praia da Boa Nova. Está lá uma lápide com uma estrofe do poeta. Foi um Homem Só. Correu o Mundo, mas sempre com saudades. Que não dos políticos…Um imenso vazio.
António Nobre, um poeta muito esquecido. Não são versos do nosso tempo. "Só", um livro de versos profundamente triste, profundamente dramático.
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