Mãe, sei que estás bem aí no céu, cheia de doçura, de contas no regaço, olhando por nós;
Mãe, hoje que te estou redigindo este postal, lembro todas as cartas que me escreveste, sempre com bons conselhos, que eu, pecador, nem sempre segui;
Mãe, não esqueci nada que me ensinaste, guardo bem a tua voz no meu coração;
Mãe, às vezes apetece-me chorar mas não consigo (acho que a maior desgraça do homem é querer chorar e não ser capaz);
Mãe, falávamos pouco, mas sabíamos exactamente o que um queria dizer ao outro;
Mãe, hoje eu queria dizer-te tanta coisa e não sou capaz;
Mãe, quero apenas dizer-te que estou aqui, roído de saudades;
Mãe, quando eu morrer, prepara, como só tu sabes, aquele prato de arroz-doce com rendas tecidas a fio de canela;
Mãezinha, gosto muito de si.
Massamá, 8 de Dezembro de 2016
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