Várias iniciativas estão previstas para celebrar o centenário de nascimento de EUGÉNIO DE ANDRADE, que ocorreu no passado dia 19 de Janeiro. Por mera curiosidade, e a propósito da data de nascimento, segundo reza o seu registo civil, com base numa declaração apresentada a 1 de Março de 1923, por sua mãe, Maria dos Anjos, então solteira, doméstica, domiciliada na Póvoa de Atalaia, foi às vinte horas do dia UM de FEVEREIRO DE 1923 que nasceu JOSÉ FONTINHAS (hoje poeta Eugénio de Andrade, o pseudónimo literário por ele adoptado).
Como é sabido, tal discrepância de datas, que por aqueles tempos ocorria com certa frequência, era um estratagema comum para escapar à multa do registo tardio, já que aos emolumentos e ao imposto de selo do "civil" ninguém podia eximir-se.
Eugénio de Andrade nasceu na Póvoa de Atalaia, vizinha da minha aldeia natal. Aqui nasceu o poeta, fruto de um amor juvenil. A mãe, Maria dos Anjos, era filha de trabalhadores modestos. O pai, Alexandre Rato, de família proprietária e mais abastada, partiu para Lisboa, sem casar nem perfilhar o filho. Mais tarde, o casamento veio a realizar-se, não durou muito, e quando o pai se dispôs a perfilhá-lo, o filho recusou.
Eugénio de Andrade fez da mãe a presença central da sua poesia, de onde o pai está quase ausente, esse pai a quem em entrevistas apenas se refere como "o senhorito do Monte da Ribeira da Orca".
Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, decorrente das inúmeras distinções e dos muitos prémios que recebeu, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana. Recebeu inúmeras distinções e prémios, com destaque para o Prémio Camões (2001).
Morreu na cidade do Porto a 13 de Junho de 2005, após uma doença neurológica prolongada. Encontra-se sepultado no Cemitério do Prado do Repouso, no Porto. A sua campa é rasa em mármore branco, desenhada pelo arquitecto seu amigo Siza Vieira, possuindo os versos do seu livro "As Mãos e os Frutos".
Toda a manhã procurei uma sílaba.
É pouca coisa, é certo: uma vogal,
uma consoante, quase nada.
Mas faz-me falta. Só eu sei
a falta que me faz.
Por isso a procurava com obstinação.
Só ela me podia defender
Só ela me podia defender
do frio de Janeiro, da estiagem
do Verão. Uma sílaba,
Uma única sílaba.
A salvação.
In Ofício de Paciência
In Ofício de Paciência
Convido os meus amigos a solucionar este passatempo de palavras-cruzadas e encontrar, a final, o título (4 palavras nas horizontais) de uma obra do poeta português Eugénio de Andrade (1923-2005).
HORIZONTAIS: 1 – Beiça; Vindima. 2 – Aqueles; Mentiras. 3 – Pessoa que se considera um modelo a seguir [figurado]; Penhor. 4 – Cobiça; Moa. 5 – Indício; Pregas. 6 – Mais [antiquado]; Pesar; Lava áspera e escoriácea constituída por fragmentos irregulares [Geologia]. 7 – Quebra-luz; De+a [contracção]. 8 – Ânsia [figurado]; Indisponhas. 9 – Pule; Hospeda. 10 – Rebanhos; Símbolo da resistividade eléctrica [Física]. 11 – Causas; Una.
VERTICAIS: 1 – Passada; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de areia. 2 – Regra; Interjeição que exprime satisfação [Brasil]. 3 – Empregos; Viva. 4 – Adivinhas; Guerreiro. 5 – Pançuda; Sufixo nominal, de origem grega, que exprime a ideia de filiação. 6 – Condenável; Guarda; Aquelas. 7 – Estreita; Juntas. 8 – Sedimento [regionalismo]; Cerce. 9 – Demora; Desumano [antiquado]. 10 – Porcelana antiga de cor amarela e de origem chinesa; Trapeiros. 11 – Torres; Ala [Arquitectura].
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Dicionário adoptado: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao
Aceito respostas até dia 25 de Fevereiro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes.
Vemo-nos por aqui?
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