(retrato de Columbano Bordalo Pinheiro, 1889)
No dia 11 de Setembro do ano de 1891 (há 120 anos), morreu o poeta Antero de Quental, a quem Eça chamava o nosso Stº Antero.
Escreveu o soneto "NA MÃO DE DEUS", oração que podia ser dita por um de nós:
Na mão de Deus, na sua mão direita,
Descansou afinal meu coração.
Do palácio encantado da Ilusão
Desci a passo e passo a escada estreita.
Como as flores mortais, com que se enfeita
A ignorância infantil, despojo vão,
Depus do Ideal e da Paixão
A forma transitória e imperfeita.
Como criança, em lôbrega jornada,
Que a mãe leva ao colo agasalhada
E atravessa, sorrindo vagamente,
Selvas, mares, areias do deserto...
Dorme o teu sono, coração liberto,
Dorme na mão de Deus eternamente!
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