O suplemento Ípsilon é o suplemento de artes do Público, publicado à Sexta-Feira. No passado dia 7, Sexta-Feira, o suplemento trazia uma longa entrevista com o escritor António Lobo Antunes.
Li esta entrevista e quando ele se refere ao Eça e ao Camilo, nem queria a creditar no que estava a ler. Vejamos. Em determinada altura, o entrevistador pergunta:
«É a experiência de vida a ditar o gosto?
António Lobo Antunes responde:
António Lobo Antunes responde:
Claro. Se tivesse de falar assim de repente em escritores de que gosto, o Conrad, o Tolstoi… já reparou o que ele faz com frases tão simples? “Está frio, a cerejeira floriu, amanhã vamos à cidade”, com frases destas ele consegue exprimir tudo, filho da puta. Os manuscritos dele estão cheios de emendas. O que aquele homem trabalhava os textos… Só d’A Morte de Ivan Ilitch, do primeiro capítulo, há catorze versões conhecidas. Em Portugal nunca tivemos grandes escritores, ao nível destes. Quem é que o nosso século XIX tem para apresentar? O Eça e o Camilo. Uma vez vi uma crítica inglesa ao Eça que o destruía por completo porque o comparava com escritores de quem ele era contemporâneo. São estes nomes de que falámos. E de facto ao pé deles ele é um pigmeu. Temos óptimos poetas. Há poetas vivos muito bons. Mandaram-me um livro do José Luís Barreto Guimarães e gostei imenso daquilo. É bom. O José Tolentino Mendonça é bom. Mas em prosa não consigo. O problema pode estar em mim.»
Somos de facto um povo de ignorantes e de invejosos. Então, o Senhor António Lobo Antunes acha que em Portugal nunca tivemos grandes escritores, ao nível doutros que houve por essa Europa. Para ele, Eça ao pé deles é um pigmeu! Leio e não acredito. Esta coisa de apequenar o outro, o nosso confrade de ofício, para nós sobressairmos, é lamentável.
Definitivamente, devo confessar que tenho uma relação difícil com este escritor. Quem se julga o Sr. António Lobo Antunes?
Definitivamente, devo confessar que tenho uma relação difícil com este escritor. Quem se julga o Sr. António Lobo Antunes?
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