Parque dos Poetas, em Oeiras, 21 de Março de 2013, no Dia Mundial da Poesia.
A nossa querida Júlia Malhoa, junto à estátua de Camilo Pessanha, diz um poema do poeta da “Clepsidra”.
Floriram por engano as rosas bravas
Floriram por engano as rosas bravas
No Inverno: veio o vento desfolhá-las...
Em que cismas, meu bem? Por que me calas
As vozes com que há pouco me enganavas?
Castelos doidos! Tão cedo caístes!...
Onde vamos, alheio pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento
Perscrutaram nos meus, como vão tristes!
E sobre nós cai nupcial a neve,
Surda, em triunfo, pétalas, de leve
Juncando o chão, na acrópole de gelos...
Em redor do teu vulto é como um véu!
Quem as esparze – quanta flor! – do céu
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?
Camilo Pessanha (1867-1926)
Floriram por engano as rosas bravas
No Inverno: veio o vento desfolhá-las...
Em que cismas, meu bem? Por que me calas
As vozes com que há pouco me enganavas?
Castelos doidos! Tão cedo caístes!...
Onde vamos, alheio pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento
Perscrutaram nos meus, como vão tristes!
E sobre nós cai nupcial a neve,
Surda, em triunfo, pétalas, de leve
Juncando o chão, na acrópole de gelos...
Em redor do teu vulto é como um véu!
Quem as esparze – quanta flor! – do céu
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?
Camilo Pessanha (1867-1926)
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